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Resenha: O Garoto Quase Atropelado

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Título:O Garoto Quase Atropelado
Autor:Vinícius Grossos
Editora: Faro Editorial
ISBN:9788562409462
Ano:2015
Páginas: 272
Compre:Aqui

Sinopse:

Um garoto sofreu com um acontecimento terrível.
Para não enlouquecer, ele começa a escrever um diário que o inspira a recomeçar, a fazer algo novo a cada dia.
O que não imaginou foi que agindo assim ele se abriria para conhecer pessoas muito diferentes: a cabelo de raposa, o James Dean não-tão-bonito e a menina de cabelo roxo, e que sua vida mudaria para sempre!
Prepare-se para se sentir quase atropelado de uma forma intensa, seja pelas fortes emoções do primeiro amor, pelas alegrias de uma nova amizade ou pelas descobertas que só acontecem nos momentos-limite de nossas vidas.
Estar vivo e viver são coisas absolutamente diferentes!

Resenha:

Quando leio livros como O Garoto Quase Atropelado, eu tenho certeza que, algumas vezes, vale sair da zona de conforto literária. Quem acompanha o blog sabe que não leio tantos livros do gênero. Contudo, como a obra foi publicada por uma das minhas editoras favoritas e escrita por um autor que conheço e admiro, resolvi ler. Felizmente, terminei o livro com uma sensação ótima. Os motivos? Confira abaixo.

Nosso protagonista está passando por um momento dificílimo em sua vida. Os fatos foram tão terríveis e que ele teve que abandonar a escola e passou a precisar de uma ajuda psicológica. Exatamente para enfrentar esse passado e vencer os seus fantasmas, ele começa a escrever um diário. Através de suas anotações é que conhecemos a sua história e seus problemas.


Porém, se tudo estava muito difícil, um farol parece brilhar no fim da rua. Não o farol da libertação; o de um carro mesmo. Nosso protagonista foi quase atropelado. Contudo, ele jamais imaginaria como isso poderia ser bom. Através de tal acidente, ele acaba conhecendo a Cabelo de Raposa, o James Dean Não-tão-bonito e a Menina do Cabelo Roxo. Esse trio, certamente, possuía o necessário para mudar a sua vida.
“Suspiro, cansado. Da próxima vez terei que me lembrar de não fantasiar tanto assim... Ou de, ao menos, trancar a porta do quarto, o que é mais óbvio. Apesar de que, para ser honesto, a fantasia é uma das poucas coisas que ainda me restam” (p. 18).
Partindo dessa premissa, Vinícius Grossos cria um enredo intenso, bonito e verdadeiro. Intenso porque os sentimentos afloram de uma maneira que envolve e comove o leitor. Bonito porque vemos como a esperança e o amor podem surgir de lugares inesperados ou impossíveis. Verdadeiro, pois carrega uma verossimilhança enorme, abordando problemas sociais sérios.

Aliás, os problemas sociais envolvidos no enredo foi o elemento que mais me cativou. De maneira simples e singela, o autor consegue mostrar aos jovens o que está acontecendo ao seu redor, além de falar como isso pode ser superado. Isso, sem dúvidas, dá ao livro um papel educacional fortíssimo, o que me agrada muito. Afinal, é muito mais fácil entender tais problemas vivenciando a dor de um personagem do que com horas e horas de palestras.


Outros aspectos que me chamaram a atenção na obra foram a estrutura e linguagem. Como ele é um diário juvenil, temos toda uma abordagem voltada para essa idade. O protagonista parece conversar com o leitor, de uma maneira simples e direta. Além disso, o texto é muito fluido, o que o deixa ótimo para quem quer uma trama com grandes significados, mas que não tenha superfície discursiva pesada.
“(...) é frustrante demais, confesso, viver uma vida “preso” dessa forma; pois, uma vez que você sente o gosto da liberdade, é praticamente impossível se conformar com certas restrições” (p. 35).
Corroborando com a boa estrutura, temos ótimos personagens. “Problemáticos”, sensíveis e envolventes, eles dão um tom afinado para a obra. Contudo, a característica mais importante é a verdade que eles carregam. Cada um poderia ser um conhecido seu, um vizinho, um amigo. Esse tipo de construção deixa o livro muito mais vivo.

Contudo, por outro lado, o final não me surpreendeu. Não que ele seja previsível ou fraco; mas os anos lendo literatura policial me tornaram apto a perceber certas deixas do autor. Então, pouco depois da metade da obra, já presumia o fim. Entretanto, ainda assim, a forma como o fim foi trabalhado me tocou. Desta maneira, imagino que ele satisfará a maior parte dos leitores.


Aliado a todos os aspectos já mencionados, também temos a parte física que não fica atrás. A capa é belíssima e possui total relação com a obra. A diagramação está bonita e confortável, o que deixa a leitura bem mais rápida. Além disso, temos uma boa revisão, o que agrega valor à obra.
“Faça acontecer o maior número possível de momentos bons e os viva, cada um deles, como se fossem o último. E se no final as coisas terminarem mesmo assim, você saberá que fez de tudo para que aquilo valesse a pena” (pp. 137-138).
Desta maneira, diante de tudo que já foi dito, afirmo: senti-me quase atropelado pelo livro. Vinícius Grossos vai tocar, com certeza, muitos jovens e adultos. Leia e se deixe atropelar, você não terá do que reclamar.



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