Título: Sr. P
Autor: Rodolfo Pomini
Editora: Independente
ISBN: B016B3CQWE
Ano: 2015
Páginas: 126
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Sinopse:
Rosa Valasquim desmaiou com uma caneta; Sandro Moriel foi posto para dormir com clorofórmio; Yasmin Ivanova estava na piscina quando mãos estranhas a agarraram; Thomas Gerald ganhou um soco que o deixou desacordado; e Müller Cosmus estava mais pra lá do que pra cá por causa do álcool quando lhe tiraram do sofá.
Um jogo de gato e rato começa assim que eles despertam e recebem a visita de mascarados loucos para trazerem o inferno até eles. Enquanto encaram a realidade de que há um superior no comando e que essa pessoa de alguma forma os observa.
E realmente o Chefão está em sua sala, de olhos na rede de televisores montados na sua mesa, acompanhando os mandatários fazerem uma vítima por vez.
Resenha:
Cinco pessoas com objetivos de vida diferentes, morando em lugares diferentes, sem qualquer vínculo, ao menos aparentemente, são sequestradas, de modos similares. O que já parecia estranho se torna ainda mais bizarro quando todas elas são lançadas em um jogo pela sua própria sobrevivência, onde deverão mostrar inteligência e força para que permaneçam vivos. Por trás de tudo isso, um único homem, acompanhando tudo por seus televisores e fazendo comentários sarcásticos.
Essa é a premissa de Sr. P, obra do autor nacional Rodolfo Pomini. Obviamente, essa premissa não é original; ela aparece em diversos filmes, sendo Jogos Mortaiso mais proeminente. Contudo, a obra de Pomini não pode ser considerada mera imitação ou plágio, isso porque o autor deixa claro, desde o início, suas inspirações. Todos os filmes, séries e personagens que inspiraram a trama aparecem de alguma forma, entre as mais diversas referências, tornando o livro um grande recorte de clássicos filmes de terror. Um prato cheio para fãs.
Por seu tamanho diminuto, não há um grande aprofundamento nos personagens, apesar de todos eles terem sua bagagem e a sua história. Havia a possibilidade de um lado psicológico mais potente, porém o autor preferiu seguir pelo lado do horror, da matança. Uma estratégia que não é inovadora, mas que funcionou muito bem. O jogo de gato e rato é mais físico do que psicológico, apesar de haver sim um toque de tortura mental. Contudo, isso não torna a obra chata ou desinteressante. Ao contrário, deixa tudo mais eletrizante.
“Aproxima-se da pirâmide de corpos dilacerados. Os olhos, cheios de horror, observam as poucas feições conhecidas dos amigos que participaram da festa”.
Pomini também merece créditos por apresentar ao leitor uma escrita relativamente madura, muito melhor do que muitos escritores já consagrados. Isso permite que a obra não caia em grandes círculos intermináveis. O que acontece é bem delineado, com um motivo, com uma explicação. O livro é bem amarrado, sem enrolações; vai direto ao ponto. Então, para quem procura uma leitura curta e direta, mas eletrizante, o enredo se mostra ideal.
O livro possui uma premissa simples e até previsível. Para esse enredo escolhido, não há muito o que criar, apenas aproveitar o melhor possível cada uma das nuances encontradas. Isso o autor faz com sucesso, entregando uma obra que convence.
Quanto à parte física, não há tanto o que comentar, visto que a obra é disponibilizada no formato digital. A capa é bonita e chamativa e já carrega consigo o ar de mistério e terror. A revisão, por sua vez, é boa. A diagramação é simples, mas se você ler em um leitor de obras digitais, como o Kindle, torna-se muito agradável.
“– Isso mesmo. Corra, porque eu detesto alvos fáceis”.
Em suma, Sr. Pé uma obra simples, direta, mas muito bem amarrada. O objetivo não é ser original, mas aproveitar o melhor de uma trama que já é conhecida. Quem gosta de terror certamente terá boas horas de diversão e sangue.