Título:Coma – Outbreak
Autora:Gabriela Takahashi
ISBN:9788581084954
Editora:Giostri
Ano:2015
Páginas:342
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Sinopse:
O jovem Hector e alguns amigos, desde crianças, visitam uma dimensão paralela durante o sono: um mundo místico, com criaturas monstruosas (ou bizarras) e ar um tanto medieval.
Certo dia, porém, Hector descobre que um amigo estava em estado comatoso no hospital, sem motivos aparentes.
Crente de que as causas estariam no outro mundo, Hector partiria numa busca pelo ambiente místico – embora, pelo hábito de imersão cada vez maior, corresse o risco de ficar preso para sempre no “mundo paralelo”.
Resenha:
Coma – Outbreakfaz parte de um gênero mais juvenil que eu não costumo ler com tanta frequência, mas, quando eu o faço, costumo curtir a leitura. Porém, Coma foi além. Gabriela Takahashi conseguiu criar um universo que me cativou totalmente. Meu maior desejo era ter lido um livro como esse quando era mais novo. Se isso tivesse acontecido, teria me tornado um leitor muito antes.
No começo da obra, conhecemos Hector, Karen e Kassie, crianças que são para lá de diferentes. Não de modo pejorativo, é claro. Aparentemente, são normais. São inteligentes, brincalhonas, aprontam muitas bagunças e fazem o que podem para passar de série na escola, principalmente Hector. Porém, quando vão dormir, algo diferente acontece: eles visitam outro mundo que é meio místico.
Com o suposto desaparecimento de Leo, um amigo de escola, o trio se empenha em encontrá-lo. Para isso, se unem sob o “comando” de Hector. Apesar de não ter como provar, ele jura que Leo foi raptado. Se não bastasse, acredita que criaturas mágicas podem ter relação com isso. Claro, como não poderia deixar de ser, também acha que o trio é quem deve investigar. Daí começa uma aventura sem precedentes.
“– Sonhou de novo? – perguntou ela, ao vê-lo respirando de tal forma que poderia cuspir os pulmões a qualquer momento.– Ultimamente, todos os dias – explicou Hector” (p. 26).
Como já mencionado, Coma conseguiu me cativar com muita facilidade. Apesar do começo um pouco mais lento, quando a obra “engrena”, o leitor fica alucinado para saber o que irá acontecer na página seguinte. Isso acontece devido, principalmente, a escrita maravilhosa da autora. Mesmo escrevendo sobre crianças e adolescentes e para um público da mesma faixa etária, ela não narra como se os leitores fossem idiotas, mal de alguns autores que escrevem para tal público.
Outro ponto que agrega valor ao livro são os personagens. Bem construídos, convincentes e muito reais, eles vão ganhando o leitor sem muita dificuldade. Antes da metade do livro você já os tem como amigos. Também contribui para essa proximidade com quem lê o fato de acompanharmos o amadurecimento de cada um diante dos problemas e com o envelhecimento; isto, aliás, além de proximidade também confere verossimilhança ao texto.
Dentre os referidos personagens, o que mais me agradou foi Hector. Identifiquei-me com o garoto, tanto pelo sua espontaneidade quanto pela sua curiosidade que demonstra desde muito cedo. Além disso, ele me fez recordar de outros personagens que acompanhei durante a infância e adolescência, criados pelo Pedro Bandeira na série sobre os Karas.
“Os dois mundos se misturavam. Havia uma conexão entre eles” (p. 286).
Toda a construção do enredo, dos personagens e da estrutura narrativa é muito boa; para acompanhá-la, a parte física não poderia ficar atrás. A capa é muito bonita e representa com perfeição a essência da obra. A diagramação interna é bem simples, mas confortável; as letras são medianas e o espaçamento é bom. Isso, sem dúvidas, contribui de forma significativa para a agilidade na leitura.
Com tantos elementos positivos, resta-me parabenizar a Gabriela pelo ótimo livro e recomendá-lo a todos. Adulto ou criança, feche os olhos, tire um cochilo e venha conhecer esse mundo maravilhoso. Você não irá se decepcionar.