Título: A Colônia
Autor: Ezekiel Boone
Editora: Suma de Letras
ISBN: 9788556510174
Ano: 2016
Páginas: 272
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Sinopse:
Nas profundezas de uma floresta no Peru, uma massa negra devora um turista americano. Em Mineápolis, nos Estados Unidos, um agente do FBI descobre algo terrível ao investigar a queda de um avião. Na Índia, estranhos padrões sísmicos assustam pesquisadores em um laboratório. Na China, o governo deixa uma bomba nuclear cair “acidentalmente” no próprio território. Enquanto todo tipo de incidente bizarro assola o planeta, um pacote misterioso chega em um laboratório em Washington... E algo está tentando escapar dele. O mundo está à beira de um desastre apocalíptico. Uma espécie ancestral, há muito adormecida, finalmente despertou. E a humanidade pode estar com os dias contados.
Resenha:
Quando vi a capa e li a sinopse de A Colônia,fiquei louca pra lê-lo, mas já tinha outro livro em mente que queria muito ler. Contudo, para minha sorte, consegui lê-lo nesse mês e foi uma das melhores leituras que fiz esse ano, apesar dos surtos que tive e outros motivos que vocês saberão. Quer saber como? Confira abaixo.
No início, achei o livro bem denso e pensei que não fosse ter muita ação, mas estava completamente enganada, pois os primeiros capítulos são arrebatadores e delirantes. Tanto que comecei a devorar as páginas com mais rapidez a medida que a história avançava a um passo bem rápido e delirante.
Os primeiros capítulos são intercalados e apresentam-nos a maioria dos personagens e locais que iremos acompanhar durante o enredo e seu final. A história intercalada dessa forma é pior, pois se fosse uma história só, ou apenas uma narração, seria menos angustiante, pois cada Estado ou País tinha seu caso isolado e, às vezes, os desfechos eram feitos exatamente no clímax, e eu ficava louca para poder avançar os capítulos seguintes e alcançar o final de alguns personagens, mas logo começava o terror de outros. Não tinha como parar para respirar e também não queria largar a leitura.
Inevitavelmente você vai acabar torcendo por alguns personagens, ou a maioria deles, e isso foi motivo de muitos surtos meus. O outro ponto foi que eu morro de medo dessas criaturas e não sei o que tinha na cabeça quando decidi ler esse livro, mas tudo bem, quis bancar a corajosa e sofri poucos danos: apenas ficar eletrizada com as descrições, tensa e apavorada com algumas mortes. Minha imaginação estava tão fértil que pensava que tinha aquele tipo de aranha por perto ou olhava toda hora para o meu corpo.
Depois que a China “ acidentalmente” lançou uma bomba nuclear em uma cidade até então isolada e desinteressante, as pessoas começaram a especular sobre esse incidente e a perguntar-se o que realmente tinha acontecido. As pistas começam a surgir ao mesmo tempo que esse “desastre” desencadeia uma série de novos eventos desagradáveis e assustadores.
Enquanto isso, em Washington, D.C, a professora Melanie Guyer dava aulas sobre os aracnídeos e ficava sempre fascinada e perdia-se em seus devaneios e monólogos sobre essas criaturas; não é à toa que é a melhor na área quando o assunto é aranhas. Desde pequena a mulher nunca teve medo desses seres e nunca entendeu esse amedrontamento que as pessoas tinham delas, já que elas são, em sua maioria, inofensivas e insociáveis. A surpresa que teve quando recebeu a visita de três de seus alunos foi grande porque o assunto que traziam poderia mudar seus destinos para sempre. Simultaneamente, o agente Mike Rich investiga a estranha queda de um avião que parece carregar mais informações do que aparentava. Em capítulos como esses, eu ficava apavorada e, ao mesmo tempo, ansiosa para saber os próximos acontecimentos.
“Melanie nunca havia entendido o pânico que as pessoas sentiam de aranhas. Por que todo mundo tinha medo? Eram às oito patas, sendo que cada membro era independente e, ao mesmo tempo, fazia parte da aranha?”
Quando a grave ameaça ficou finalmente confirmada, para alguns locais já era tarde demais. A devastação já estava começando e os trabalhos para isolamento e proteção começavam, e as responsabilidades que antes eram enormes ficaram enormes para a Stephanie Pilgrim, ninguém menos do que presidente dos Estados Unidos. As opções estavam ficando escassas devido à falta de informação sobre esses ataques inexplicáveis de aranhas carnívoras. Isso era mesmo real? Por nunca conseguir acreditar em histórias absurdas como de vampiros e zumbis, aquela parecia a mais absurda delas! Aranhas carnívoras e devoradoras de seres humanos? Era só o que faltava.
Podem perceber que Melanie será uma das nossas personagens principais e das mais importantes entre os tantos personagens – nunca pensei que uma trama com tantos protagonistas ficaria tão intensa e inquietante. Além disso, a fibra que essa doutora tem é impressionante, sem contar a determinação e amor que tem pelo que faz. Algumas histórias são contadas sobre seu passado para deixar o enredo mais impressionante para os leitores.
“– Melanie – interrompeu Manny com a voz firme. – Quando eu digo que acreditamos existirem mais dessas aranhas, digo que acreditamos que existem mais delas. Muito mais”.
Olhem, que aflição foi ler sobre as aranhas, talvez pelo meu medo tenha favorecido um pouco esse ponto, mas eu tenho que dar meus parabéns ao autor porque, mesmo com meu terror e pavor, não consegui largar a história e olha que as descrições são grandes e prazerosas de ler. Não quero desestimular vocês de forma alguma, mas só sintam como deve ter sido a leitura para mim e o mais legal disso é que eu AMEI a história!, principalmente porque gosto das sensações que senti e de como estava vidrada na leitura; é muito bom quando leio um livro assim.
Além dos ataques inexplicáveis das aranhas, ainda havia algumas perguntas sem respostas, que até a Dra. Melanie ainda não era capaz de responder como: Por que algumas aranhas agiam de formas diferentes? Qual era o verdadeiro padrão? Como surgiu? Existe alguma chance de detê-las? Eu não sei se queria saber mais como surgiram ou se tinha mesmo possibilidade de destruir essas criaturas. Não sabia mais como sentia-me, só sei que era uma euforia misturada com um aterrorizante pavor.
Que aflição e nervoso foi ler sobre os ataques! Como essas criaturinhas podiam ser tão mortais e ficava mais impressionada com o poder, habilidade e destreza com o que podiam fazer. Muitos momentos eu consegui visualizar com bastante clareza como eram as investidas, os confrontos e o desespero das pessoas, parecia que conseguia enxergar o olhar de medo dos indivíduos.
Não vou ficar falando muito sobre a história para não estragar a mesma experiência que tive, estou focando mais em como senti-me com a leitura, que foi agradável e prazerosa ao extremo. Estou muito feliz de ter amado a história e acho que quem ama um bom suspense e uma pitada de terror vai adorar esse livro. Tenho que reconhecer e enaltecer a sobre-humana, excêntrica e inacreditável escrita do Ezekiel Boone, porque não é qualquer autor que consegue despertar tantas sensações, emoções e aumentar e diminuir um medo e pavor ao mesmo tempo. As descrições foram as que mais impressionaram-me por serem longas e rápidas de ler. O ritmo de leitura, eu diria, é quase frenético e delirante, porque eu tentei deixar para ler a história no dia seguinte, mas em menos de 24 horas estava lendo a última página e dizendo “Oh, não, não, não”. O final é algo que vai surpreender e enlouquecer os leitores. Eu, aliás, ainda não sou capaz de opinar e também não quero enfraquecer o desfecho; só sei que preciso de uma continuação. Digo que apenas leiam, leiam e leiam esse livro.
A Suma de Letras está de parabéns; a capa ficou linda, mesmo com esse rosa chamativo, além disso, o efeito “emborrachado” que a capa tem é sensacional, gostei bastante. A tradução do Leonardo Alves ficou ótima, a revisão está impecável e a diagramação adequada ao tipo de livro.
Se você gosta de um belo suspense com uma boa dose de terror, vai adorar embrenhar-se e desenrolar os mistérios que o aguardam nessa espetacular e excepcional história.