Resenhas dos livros da série:
Obs: Os contos podem ser lidos mesmo por quem não conferiu os livros da série.
Título:A menina que se alimentava de dor
Autor:Eduardo Kasse
Editora:Draco
ISBN:B0195NMXJS
Ano:2015
Páginas:29
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Sinopse:
Conto da série Tempos de Sangue de Eduardo Kasse, autor brasileiro que vem despontando pelo trabalho de ficção histórica misturada ao mito dos vampiros.
Não há vencedores numa guerra: a dor e o sofrimento permanecem mesmo depois que as batalhas acabam. Essa é a história de como as trevas dominaram Amalina, uma jovem esforçada e de bom coração, na época em que a França começava a ser delineada.
Resenha:
O conto A menina que se alimentava de dor também poderia ser chamado de Marcas da Guerra, isso porque Kasse mostra aqui, da melhor maneira – ou da pior, dependendo do ponto de vista –, como todos saem perdendo nos conflitos bélicos. Os que morrem perdem a vida; os que ganham, normalmente, perdem a alma.
Além da batalha e da introdução dos vampiros, elementos sempre presentes na série Tempos de Sangue, é possível tirar uma análise social bem interessante do conto. Eu a sintetizaria com uma citação do Mia Couto, onde em seu livro Mulheres de Cinzas ele diz: “A diferença entre a Guerra e a Paz é a seguinte: na Guerra, os pobres são os primeiros a serem mortos; na Paz, os pobres são os primeiros a morrer. Para nós, mulheres, há ainda outra diferença: na Guerra, passamos a ser violadas por quem não conhecemos.”
Em suma, o conto de Eduardo Kasse é bom, apesar de não ser o melhor dele. Ainda assim, destaca-se por trazer questões diferenciadas. Recomendado!
Uma citação:“– Vacas são presas, e lobos, predadores. – Ela acariciou meus braços com as mãos ásperas. – Assim é a vida, minha neta, uns caçam, outros são caçados.”
Título:Ao som de uma canção de amor você sangrava
Autor:Eduardo Kasse
Editora:Draco
ISBN:B00U0NVXJO
Ano:2015
Páginas:25
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Sinopse:
Conto da série Tempos de Sangue de Eduardo Kasse, autor brasileiro que vem despontando pelo trabalho de ficção histórica misturada ao mito dos vampiros.
O que você daria para ser imortal? Diodoros, o ateniense, nascido na Grécia antiga, sempre foi cobiçado por homens e mulheres durante a sua curta vida mortal. E quando alcançou a eternidade passou a ser venerado como um deus. Um deus das trevas.
Resenha:
Monólogo, quando não é bem construído, se torna um texto chato, sem atrativos e pouco interessante. Nesse conto, Kasse se mostra como um bom produtor também desse tipo de texto. Apresentando mais sobre o passado de Diodoros, o autor consegue transmitir toda a carga que esse personagem carrega, tornando-o ainda mais atraente.
Em Ao som de uma canção de amor você sangrava, o leitor é seduzido pela lábia de Diodoros e pela embriaguez de suas palavras. Tudo na história desse imortal é convidativo: da forma que seu nascimento ocorreu à sua busca insistente por prazer. Sua complexidade é ímpar, o colocando ao lado de Harold na lista de meus vampiros favoritos na saga.
Para quem já desbravou os livros da série, esse conto é essencial, pois, sem dúvidas, agregará muito em valor a tudo que já foi lido.
Uma citação:“Gosto de jogar com as pessoas. Muitos apostam alto, na ilusão de que podem vencer, e eu alimento essa esperança, somente para ver a queda, ver os mais confiantes, arrogantes e soberbos desmoronarem.”
Título:O Beijo de Rudra
Autora:Ana Lúcia Merege
Editora:Draco
ISBN:5530000999318
Ano:2015
Páginas:28
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Sinopse:
Conto de Ana Lúcia Merege, autora de O Castelo das Águias. Uma participação especial para a série Tempos de Sangue de Eduardo Kasse, autor brasileiro que vem despontando pelo trabalho de ficção histórica misturada ao mito dos vampiros.
No Vale do Indo, há 4.000 anos, a jovem Gauri recebe de um deus a incumbência de salvar sua cidade. No entanto, a intolerância dos anciãos pode obrigá-la a um perigoso jogo entre a morte e a vida eterna.
Resenha:
Merege traz uma contribuição muito interessante para a série de Eduardo Kasse, principalmente no aspecto da diversidade. Isso porque a autora aborda a mitologia hindu, algo que acontece com menos frequência na literatura nacional. Ou seja, o texto ganha um ar de novidade, algo raríssimo atualmente.
O ponto forte da obra é a protagonista bem construída, forte e que, apesar de certas dúvidas e hesitações, mostra-se altamente guerreira. Também deve ser salientado o bom trabalho com os aspectos culturais e a ousadia de trazer um ícone religioso como um personagem. Isso apenas confirma mais uma vez a Ana Lucia Merege como uma autora de talento e personalidade.
O Beijo de Rudraé um conto que precisa ser conferido, não apenas por fãs da série, mas por todos. Sem dúvidas, você vai gostar.
Uma citação:“Apavorados, os sacerdotes se atiraram ao solo, rezando feito loucos em meio aos gritos dos guerreiros, o tinir de armas e o cacarejar agudo das aves. Rudra estava de pé sobre um monte de terra e empunhava seu arco, o rosto vermelho sob a cinza, iluminado pelos raios que cruzavam o céu.”