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Resenha: Serraria Baixo-Astral

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Título: Serraria Baixo-Astral
Autor: Lemony Snicket
Editora: Seguinte
ISBN: 9788535902105
Ano: 2016
Páginas: 176
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Sinopse:

Na opinião de Lemony Snicket, de todos os volumes que contam a vida infeliz dos órfãos Baudelaire, Serraria baixo-astral talvez seja o mais triste até agora´. Alto-Astral é o nome da serraria que serve de cenário para as novas calamidades que Klaus, Violet e Sunny serão obrigados a viver. Eis a chamada ´ironia do destino´, pois ali, no meio daquelas árvores derrubadas, daquelas enormes toras de madeira, o que as três crianças vão encontrar é mais uma coleção de coisas horripilantes, tais como uma gigantesca pinça mecânica, bifes do tipo sola de sapato, uma hipnotizadora, um dramático acidente que causará ferimentos e um homem com uma nuvem de fumaça no lugar da cabeça. A vida dos Baudelaire é mesmo muito diferente da vida da maioria das pessoas, ´a diferença principal estando no grau de infelicidade, horror e desespero´...
Diante desse quadro, algum leitor desavisado pode desconfiar: ´Como é que alguém vai se divertir com um livro desses, se as personagens não param de sofrer?!´. A pergunta faz sentido, mas é justamente aí que descobrimos um dos melhores segredos de Lemony Snicket, pseudônimo do americano Daniel Handler. Ele leva o exagero às raias do absurdo, faz o realismo perder feio para o mais deslavado faz-de-conta e o resultado não poderia ser outro: uma brincadeira literária incessantemente bem-humorada.

Resenhas anteriores:


Resenha:

Resenha sem spoiler dos livros anteriores

A saga Desventuras em Séries tem me ganhado mais a cada livro lido e é impossível terminar um livro sem querer ler imediatamente o seguinte. Cada vez mais fico apegada aos órfãos Baudelaire; essa experiência com Sunny, Klaus e Violet fica cada vez melhor todas às vezes que conseguem desmascarar o Conde Olaf.

Lemony sempre fala como será a próxima tragédia dos irmãos Baudelaire; essa, como o título bem diz, é na Serraria Baixo-Astral. Da série, diria que foi o livro mais deprimente e desestimulante que li, pois tudo deu errado desde o início, não teve um momento feliz, a maioria foi de tensão e alívio. Então preparem-se para muitas catástrofes, fatalidades e muitos acidentes. 

Os órfãos vão parar dessa vez nas mãos de um tutor misterioso, Sr. Poe nem consegue pronunciar o nome dele e no final da história nem sabemos seu nome e nem como é seu rosto, pois o homem fuma tanto charuto que a fumaça cobre seu rosto. Ele gosta de ser chamado apenas como Senhor e é um homem que só pensa em si mesmo e em lucro para sua Serraria Alto-Astral.

Em seu novo “lar”, Sunny, Klaus e Violet terão que trabalhar na serraria iguais aos funcionários, não há regalias e nem um local adequado para dormir. O acordo com seu novo tutor é o seguinte: trabalhando para ele, os irmãos ganham refúgio e segurança contra o pérfido Conde Olaf. Como todos sabemos, o vilão conseguiu fugir mais uma vez e consegue com facilidade localizar as crianças.

Dessa vez a preocupação dos Baudelaire não é apenas em saber onde está o Conde Olaf, mas em descobrir porque uma casa de oftalmologia tem o formato do olho da tatuagem do Olaf. Além disso, precisam aprender a sobreviver na serraria sem causar acidentes e a lidar com o capataz Fracutono, um homem terrível, impiedoso e cruel que não liga para o bem-estar de seus funcionários e parece ter uma leve implicância com o trio.


Entre os funcionários e companheiros de quarto, os Baudelaire conhecem o irrecuperável e eternamente otimista Phil: para ele nada pode ser ruim que não seja para o bem, se você quebrou uma perna pelo menos pode economizar fazendo a unha, se ficar sem um braço pelo menos tem o outro; cada desculpa mais absurda que a outra, não parecia possível existir uma pessoa assim em um lugar repleto de injustiças e condições desagradáveis. Porém, apesar de ser uma pessoa tão ingênua, os irmãos acabam sentindo um carinho e apreço pelo homem.

Definitivamente, dentre os quatros tutores, o Senhor foi o pior deles; mesmo o Conde Olaf sendo cruel e querendo roubar a fortuna do trio, dava pelo menos uma comida e um local para chamar de lar menos pior que a serraria. Não duvido mais de nada do que possa acontecer às crianças e nem de que haverá alguém tão egoísta e individualista nos próximos livros.

Nessa nova desventura, Sunny, Klaus e VIolet terão que enfrentar muitos vilões e tentar provar que Conde Olaf ataca novamente em um novo disfarce mais ridículo que os anteriores. Dessa vez, o vilão é Shirley, uma secretária gentil e amável, mas, para nós, ela quer dizer ele; não nos engana, seu olhar e monocelha são sua marca registrada.

Com muitas tragédias, desgraças e infelicidades, a única esperança que os irmãos tinham é de que conseguiriam viver livres do Conde Olaf, mas como felicidade dura pouco, essa triste realidade não é possível. Além disso, o desprezível Olaf tem um novo trunfo e ainda recebe ajuda de seus capangas do teatro. A frase “ Não é com vinagre que se apanham as moscas, as moscas se apanham com mel” é uma triste e infeliz verdade que vocês perceberão ao ler.

Se eu tinha ficado apaixonada e apegada ao Tio Monty, dessa vez adorei o sócio do Senhor, Charles, uma pessoa tão gentil e carinhosa que mesmo não podendo ajudar muitos os órfãos, tenta proporcionar um pouco de alegria e ajudá-los como pode. Não é à toa, que as crianças irão adorá-lo e sentir uma afeição por ele, quase igualmente com o otimista Phil.


Essa nova sucessão de azar será bastante difícil de ler, não por ser ruim, mas porque é desanimador e sombrio perceber como, dessa vez, os vilões parecem levar a melhor. Mesmo quando as crianças conseguem livrar-se do Conde Olaf e seus algozes, não é um final feliz para ninguém; talvez até seja para Charles, para os funcionários da serraria ou para o Conde, entretanto, para os Baudelaire não é. Dessa vez não irão para um novo tutor, os desafortunados irão para um orfanato.
                                                                                                
Como vocês sabem, já saiu na Netflix a série “ Desventuras em Séries”; como sou uma pessoa ansiosa, acordei antes das 6h para poder assistir os episódios assim que saíssem e digo a vocês que valeu a pena. Está lindo demais de ver, cada detalhe, performance e diálogos. Os atores estão perfeitos e o Neil Patrick Harris ficou impecável como Conde Olaf; esse sim é o Conde Olaf dos livros. Outro detalhe que amei foi a diversidade de atores, temos negros, indianos, americanos e outras nacionalidades. Fiquei impressionada em como a atriz Malina Weissman, que interpreta a Violet, é muito parecida com a que fez o filme, e o ator que fez o Lemony estava com toda essência que o autor tem ao descrever às desgraças dos Baudelaire. São muitos elogios para a série que teria que fazer uma postagem sobre. Apenas vejam e apaixonem-se, a série para exatamente nesse livro, então, se não quiser spoilers, melhor ler os quatro primeiros livros, e mesmo assim irá receber pequenos spoilers dos posteriores.

A Seguinte fez um belo trabalho com o box de Desventuras, os livros são lindos e cada nova capa e detalhe é uma felicidade. A tradução do Carlos Sussekind continua infalível, a diagramação e revisão estão excelentes.

Se você continua gostando de se aventurar pelas desventuras e tragédias dos desafortunados órfãos Baudelaire, irá adorar e odiar essa nova história. Se acredita que achará um momento de felicidade e paz, não poderia estar mais enganado. Divirta-se!



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