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Resenha: O Aprendiz

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Título: O Aprendiz
Autor: Taran Matharu
Editora: Galera Record
ISBN: 9788501105776
Ano: 2015
Páginas: 350
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Sinopse:

Ele pode invocar demônios. Mas consegue vencer uma guerra?
Primeiro volume da série Conjurador, O aprendiz é um prato cheio para os fãs de Harry Potter, O Senhor dos Anéis e outros clássicos da fantasia. Com referências a jogos de RPG, Pokémon e Skyrim, o romance mescla a magia dos mundos fantásticos com criaturas poderosas em duelos de tirar o fôlego.
Fletcher é um órfão de 15 anos e, para sua surpresa, conseguiu invocar um demônio do quinto nível. O problema é que apenas os nobres deveriam ser capazes de conjurar criaturas e usá-las na guerra contra os orcs. Mas plebeus como Fletcher também podem ser conjuradores, e o garoto consegue uma vaga na Academia Vocans, uma escola de magos que prepara seus alunos para os campos de batalha. Lá, ele irá enfrentar o bullying dos nobres, mas também aprenderá feitiços e fará amigos incomuns, como anões e elfos. Além de se provar digno de uma boa patente na guerra, Fletcher e seu grupo de segregados precisam se unir e vencer o preconceito que sofrem na desigual sociedade de Hominum.

Resenha:

Desde que soube do lançamento do livro “O Aprendiz”, queria muito lê-lo, mas meu exemplar não estava comigo e acabei esquecendo em meio a tantos livros para desbravar. Depois de quase dois anos, finalmente consegui ler. O melhor é que já tem o segundo livro, porque é impossível não querer a continuação. Quer saber o porquê? Confira abaixo.

Com tantas referências a vários mundos incríveis que encontramos nos jogos e literatura, é improvável não querer ler essa fantasia que carrega tantos elementos que a torna tão instigante e chamativa. E, se você, assim como eu, ficou atraído e maravilhado por essa capa, sinopse e elogios não vai arrepender-se de aventurar-se nessa história.

Fletcher é um garoto muito astuto, corajoso e determinado, deixado por seus pais quando ainda era um bebê, sendo adotado por um homem que criou da melhor forma e sendo um grande exemplo para ele. Sendo aprendiz de um ferreiro, acabou tornando-se bastante forte e resistente quando o assunto é trabalhar duro e não se deixa abalar facilmente. Além disso, tornou-se um ótimo caçador em Pelego e é em dias de caça como esse que acaba tendo um problema com o desagradável e riquinho Didric Cavell.

Didric é um garoto ganancioso, traiçoeiro e desonesto, sendo o típico personagem que causa muitas confusões e discórdias ao mocinho e sai ileso de suas atitudes maldosas; o bullying que pratica com Fletcher é tão ridículo e a raiva que o personagem sente por ele é palpável para nós.

Fletcher nunca imaginou que seu caminho cruzaria com os da guerra, mas, por ironia do destino, cai nas mãos do garoto um livro de capa de couro e páginas de pergaminho, revelando-se ser depois um livro de conjurador. Para aumentar a surpresa, o herói consegue conjurar sozinho um diabrete. Em sua maioria, apenas os nobres são capazes de serem conjuradores, conseguindo invocar demônios de diversos níveis, e mesmo assim não é tão fácil como o jovem conseguiu.

Seu diabrete, chamado posteriormente de Ignacio, ataca um inimigo de Fletcher, o que o obriga a fugir da cidade o mais rápido possível, não dando muito tempo de despedir-se de Berdon, seu tutor e pai.


Não estava nem em ⅓ do livro e já estava com as lágrimas escorrendo com facilidade por causa de uma cena tão emocionante envolvendo o gesto e prova de amor do Berdon pelo seu aprendiz. Eu sei que sou sensível e emotiva até um pouco demais, mas eu achei muito lindo e adequado a história nesse pequeno momento, já estava ficando apaixonada e cativada pelos personagens em tão pouco tempo.

Com seu demônio, Fletcher acabou rumando para a escola de mago de batalhas, a Academia Vocans, e lá começa a ter amizades incomuns como uma elfa e um anão, além de outros plebeus. Além de ter que enfrentar os desafios de aprender sobre feitiçaria, lutas, histórias sobre as outras raças ainda precisa encarar o bullying que sofre dos nobres por apenas ser um plebeu e não saber suas origens.

É em meio às adversidades e obstáculos que encontra a força e coragem que necessita para conseguir lutar e fortalecer-se em meio à guerra, além disso, mostra-se ser uma grande esperança para a humanidade e, inevitavelmente, é um exemplo do comportamento que todos deveriam ter com as outras pessoas, mesmo sendo diferentes, afinal a luta contra os orcs é do interesse de todos.
“Você parece ser um tipo raro, Fletcher. É gente como você que me dá esperanças de reconciliação entre anões e homens”.

Se existe uma “raça” mais injustiçada e que sofre mais preconceito, essa seria a dos anões, chega a ser um pouco absurdo as desigualdades que sofrem apenas por serem quem são, seres pequenos, que os humanos consideram inferiores. Os elfos experimentam um pouco o preconceito, mas não chega a altura com os anões e como Otelo, amigo de Fletcher sofre. Mas, se por um lado, temos que ler essas atrocidades e infelicidades acometidas aos anões, conhecemos as histórias sobre essas pessoas fascinantes que são tão pouco exploradas em muitos livros.

Os professores de Fletcher são tão impressionantes e admiráveis que sempre ficava ansiosa para ler mais sobre suas aulas e lições, e Arcturo acabou sendo meu favorito por talvez lembrar-me um pouco o jeito misterioso do Snape de Harry Potter. Garanto que vocês vão encantar-se também pelos outros professores e até pelo diretor da Academia.


O mistério sobre o passado de Fletcher é intrigante, foi abandono quando era muito pequeno e ninguém tem sinal de que poderia ter sido seus pais, se não fosse por Berdon, teria sido morto pelo modo como foi deixado, mas saber sobre suas origens nunca foi uma prioridade para o jovem, entretanto quando uma suposta teoria de sua origem é revelada, as inúmeras preocupações que tinha aumentam e o mundo novamente começa a ser um completo desconhecido.
“– Ele disse que o maior inimigo de um guerreiro pode ser também seu maior professor”.
A relação do Fletcher com Ignácio é tão intensa e forte que fica bem tangível de perceber, o demônio tem um grande carinho pelo seu dono e não mede esforços quando o assunto é protegê-lo dos perigos, e nada é diferente com o humano, que possui um coração tão puro e gentil, que Ignacio achou o companheiro de batalhas perfeito. O afeto e carinho que demonstram um pelo o outro proporciona um toque a mais em muitas cenas.
“Não se esforce apenas. Seja inteligente”.

Além das histórias interessantes e incríveis sobre os primórdios da raça humana, a origem dos elfos, anões, orcs e muitas outras histórias fascinantes, sem dúvidas as melhores e mais emocionantes cenas foram as de lutas e do torneio. Fiquei bastante vidrada com as delirantes batalhas e desafios enfrentados pelos personagens no torneio e em muitas outras situações.

Fica bem nítido a mistura de Pokémon, Harry Potter e Senhor dos Anéis e muitos outros elementos tão bem colocados que o resultado foi um conjunto bem harmônico, com todos componentes que amamos transformados em uma história rica em detalhes, encantadora e cativante. Diria que tem até um pouco da essência do Naruto pela força, determinação e o jeito inspirador do Fletcher.


A escrita do Taran Matharu é tão envolvente que a história flui com muita facilidade e rapidez, tanto que não houve momentos em que a história se tornava chata ou desanimadora, até em seus parágrafos longos não tive dificuldades de leitura e confesso que fiquei até surpresa por ler tão rapidamente, mesmo quando enrolava para terminar.

O gancho deixado para o próximo livro é desesperador e estimulante; que final foi aquele, minha gente? Fiquei louca para ler logo o segundo livro e graças aos céus já foi lançado, senão minha ansiedade me sufocaria; já posso ir correndo devorar a continuação. Por um lado, acabou sendo bom essa demora para ler esse livro, já que a continuação saiu enquanto eu estava desbravando essa história.

A Galera, como sempre, arrasou com nesse livro; a capa é linda demais e o efeito prateado que colocaram no título ficou fantástico. A tradução do Edmo Suassuna ficou excelente, a revisão ótima, assim como a diagramação; a única coisa que me incomodou foram as páginas brancas, pois a luz refletida cansa mais a minha vista e, consequentemente, tenho que forçá-la mais.

Esse livro é uma história encantadora e cativante sobre a jornada de um herói que busca a igualdade e justiça entre as raças de Hominum e tenta vencer uma guerra tão próxima com seus amigos e aliados.




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