Título: A Traidora do Trono
Autora: Alwyn Hamilton
Editora: Seguinte
ISBN: 9788555340291
Ano: 2017
Páginas: 496
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Sinopse:
Amani Al’Hiza mal pôde acreditar quando finalmente conseguiu fugir de sua cidade natal, montada num cavalo mágico junto com Jin, um forasteiro misterioso. Depois de pouco tempo, porém, sua maior preocupação deixou de ser a própria liberdade: a garota descobriu ter muito mais poder do que imaginava e acabou se juntando à rebelião, que quer livrar o país inteiro do domínio do sultão. Em meio às perigosas batalhas ao lado dos rebeldes, Amani é traída quando menos espera e se vê prisioneira no palácio. Enquanto pensa em um jeito de escapar, ela começa a espionar o sultão. Mas quanto mais tempo passa ali, mais Amani questiona se o governante de fato é o vilão que todos acreditam.
Resenha anterior:
Resenha:
Resenha sem spoiler do livro anterior
É definitivo, estou simplesmente apaixonada por esta série! A Traidora do Trono se tornou um dos melhores livros que li esse ano e, mais uma vez, o segundo livro é melhor que o anterior. Eu fico extremamente feliz de ver como a autora não nos decepciona. Quer saber como tudo aconteceu? Confira abaixo.
Amani conseguiu fugir da Vila da Poeira junto com Jin e tornou-se um dos rebeldes que tentam destronar o cruel sultão e a restaurar a independência do país. Em meio ao deserto achou seus verdadeiros objetivos e anseios, além disso, descobriu ser mais poderosa do que imaginava. Em meio a rebeliões em algumas cidades, a Bandida dos Olhos Azuis acaba sendo traída e levada como prisioneira ao palácio e lá, além de tentar alguma forma de fugir, terá que lutar com as dúvidas que surgem sobre que é o verdadeiro vilão da história.
Com a rebelião avançando aos poucos, Amani criou laços fortes de amizade com Shazad, depois de alguns acontecimentos ainda carregam a dor da perda e usam-na como força e inspiração para conseguirem lutar e derrotar as cidades sob domínio do sultão. As duas foram minhas personagens favoritas no livro anterior e continuam sendo; a sintonia e cumplicidade que carregam é admirável, você consegue sentir como é a irmandade entre elas e também a rir com as repreensões de Shazad.
Ao ser traída e levada como prisioneira para o sultão – a pessoa que traiu foi tanto uma surpresa para personagem quanto para mim –, Amani surpreendeu-se, pois tinha uma visão muito diferente do governante, desde sua aparência ao seu jeito de agir e portar. Aliás, as surpresas pareciam que não iriam diminuir tão cedo, viver no palácio será uma experiência e tanto para a heroína.
Eu amo o jeito da Amani, é audaciosa, imprudente, sarcástica e principalmente indomável, são tantos adjetivos para definir a fibra dessa mulher; o deserto ensinou-a a ser independente e forte e não iria baixar a cabeça para ninguém mesmo quando estava sendo impossibilitada de lutar, não deixava de querer achar uma brecha no domínio do soberano quando é levada para seu harém.
O reencontro com alguém inesperado e até esquecido foi um tanto decepcionante e doloroso para a Bandida, ao perceber que a pessoa se tornou um capacho do sultão, parecia que o destino estava brincando com seus sentimentos, a tristeza e frustração retornam quase na mesma medida que do livro anterior.
“ Jin uma vez me disse que o destino tem um senso de humor cruel. Eu estava começando a acreditar nele”.
O sultão parecia não ser tão ruim, apenas um bom líder que teve seus próprios motivos para tentar salvar seu país, acreditando que agiu certo por linhas tortas. Cada vez que a Bandida conversava e observava como era a vida do soberano, percebia que era um homem sábio, direto e justo à sua maneira; gradativamente, ela questionava sobre a visão que tinha sobre ele e se seria realmente o malfeitor da história. Ahmed conseguiria ser um bom líder? Conseguiria ter pulso firme para liderar um país desacreditado?
“Inteligência e sabedoria não são a mesma coisa. Tampouco habilidade e conhecimento; Sultões não partem mais para o campo de batalha com uma espada.Há formas melhores de lidar”.
Enquanto conhecia e espionava o governante, Amani conhecia a vida das mulheres que viviam no harém e foi lá que conheceu o desprezível sultim Kadir, herdeiro do trono, um homem que estava acostumado aos caprichos, a ser desejado e obedecido por todos. Sua atenção recai logo sobre a nova moradora do lugar para o grande desprazer da Bandida. A vida no harém parecia ser tranquila e farta, mas os segredos e a forma de sobrevivência eram tão cruéis que a morte parecia ser o melhor caminho.
Estava ansiosa para conhecer o Sam desde o vídeo com uma entrevista que a Seguinte fez com a autora e lá ela contava sobre esse novo personagem; Sam é charmoso, sedutor, sarcástico e divertido e usa essas qualidades para ganhar a vida através de roubos, furtos e seduções – é de admirar a facilidade que conseguiu me ganhar; quando percebi, já estava envolvida pelos seus encantos e gracinhas. As provocações feitas para irritar ou desarmar Amani e outras personagens são hilárias.
Como falei antes, conhecemos Kadir, o sultim, um homem tão mimado, covarde e cruel que só de ler seu nome já sabia que algo ruim iria acontecer ou apresentaria alguma ameaça a rebelde. Em contrapartida, conhecemos Rahim, outro príncipe que é o oposto do herdeiro do trono; ele é gentil, corajoso e protetor, sendo um grande aliado para Amani fugir das garras de Kadir.
As histórias e lendas contadas ao decorrer do enredo engrandecem e enaltecem muito a história, deixando-a mais fascinante e pertinente principalmente as sobre os djinnis, seres que foram pouco explorados no livro anterior. Nesse, além de serem desenvolvidos na história, serão importantes e fundamentais para algumas cenas-chaves. Fiquei encantada por algumas lendas que perduram ao decorrer da trama. Será enriquecedor e cativante descobrir as muitas lendas, mitos e contos do deserto.
“Se tinha aprendido alguma coisa como a Bandida de Olhos Azuis, era que as histórias e a verdade raramente coincidiam”.
O livro está carregado com fortes emoções e sentimentos; com cenas tristes, outras com traições e outras repletas de mentiras e manipulações e outras dolorosas quando as revelações são impactantes. Com toda certeza, o leitor vai sentir a raiva, dor e impotência de alguns personagens e o mais triste é perceber o final iminente de alguns e torcer para que os outros não tenham o mesmo destino.
Eu nunca pensei que iria chorar com tanta tristeza por um acontecimento, essa nova história foi com toda certeza um mar de emoções; toda a raiva, felicidade, diversões e tantas outras emoções serão extraídas de seu corpo sem dó pela autora. Não esperava que os momentos finais seriam tão cheios de reviravoltas e sendo avassaladores.
Eu adoro a escrita da Alwyn por conseguir prender-me sempre quando penso que não serei capaz de ler tantas páginas; ela começa a instigar-nos de mansinho e quando perceber já estamos loucos de curiosidade e ansiosos para saber mais das páginas seguintes. Sua perspicácia em adicionar intensidade e profundidade nos momentos certos tornam a leitura prazerosa e viciante. Ler a última frase foi doloroso pois estava sedenta por sua escrita.
O que nos espera no próximo e último livro será certamente eletrizante e empolgante; Amani não desistirá de destronar o sultão e de fazê-lo pagar pelo o que fez e tem feito de cruel. A batalha final está chegando e a rebelde unirá forças e aliados para conseguir se vingar e vencer essa guerra. Uma nova alvorada. Um novo deserto está para acontecer.
A Seguinte como sempre fazendo um belo trabalho com seus livros, a capa desse livro está maravilhosa e linda, esse efeito metálico no título é lindo; a diagramação está delicada e graciosa, a tradução do Eric Novello está impecável e a revisão excelente.
Amani tornou-se uma rebelde do deserto e agora precisa destronar o sultão e recuperar um país que está sem esperanças e perspectivas de um futuro melhor.