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Resenha: Silo

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Livro:Silo
Autor:Hugh Howey
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580574739
Ano: 2014
Páginas:512
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Sinopse:

O que você faria se o mundo lá fora fosse fatal, se o ar que respira pudesse matá-lo? E se vivesse confinado em um lugar em que cada nascimento precisa ser precedido por uma morte, e uma escolha errada pode significar o fim de toda a humanidade? Essa é a história de Juliette. Esse é o mundo do Silo.
Em uma paisagem destruída e hostil, em um futuro ao qual poucos tiveram o azar de sobreviver, uma comunidade resiste, confinada em um gigantesco silo subterrâneo. Lá dentro, mulheres e homens vivem enclausurados, sob regulamentos estritos, cercados por segredos e mentiras.
Para continuar ali, eles precisam seguir as regras, mas há quem se recuse a fazer isso. Essas pessoas são as que ousam sonhar e ter esperança, e que contagiam os outros com seu otimismo. Um crime cuja punição é simples e mortal. Elas são levadas para o lado de fora. Juliette é uma dessas pessoas. E talvez seja a última.

Resenha:

Se eu tivesse que definir Silo com apenas uma palavra, ela seria sensacional. Dentre as atuais distopias que li, essa obra é uma das que mais se destaca. O enredo é inovador e o autor soube conduzir de maneira espetacular a obra. Deixemos, porém, os elogios para o final e vamos dar uma pincelada no enredo.

Imagine um prédio com mais de cem andares, autossuficiente, onde a energia consumida por ele é produzida dentro de si, onde o alimento ingerido pelos moradores seja produzido dentro do espaço coletivo. Consegue imaginar? Este é Silo, porém, com um pequeno detalhe: ele fica abaixo da terra.


Dentro dessa gigantesca estrutura, o regime político é extremamente rígido e cada um tem a sua própria função. Um erro pode comprometer o funcionamento e a vida de todos os habitantes. Silo é tudo que as pessoas conhecem do mundo, pois o exterior é tóxico e inabitável.
“Olhou para além dos adultos e das crianças que brincavam, em direção à vista enevoada projetada na parede do refeitório. Era a maior vista ininterrupta de seu mundo inóspito. Uma cena matinal. A luz suave do amanhecer cobria colinas sem vida, que pouco tinham mudado desde que Holston era menino” (p. 11).
Dentro deste cenário pós-apocalíptico, onde a lei é severa, quebrar as regras significa ser expulso do Silo, ser convidado a sair e fazer a limpeza. No caso, essa limpeza vem a ser limpar as câmeras que mostram o exterior para quem está dentro do Silo. Porém, há apenas um detalhe: quem sai jamais sobrevive.

Juliette assume um cargo de alto escalão dentro de Silo. Mesmo não se sentindo totalmente preparada, ela entra de cabeça nas suas funções. Porém, tal cargo fará com que ela descubra o que é verdade e o que é mentira. Porém, no Silo, saber a verdade pode matar.


Partindo dessa premissa, o autor foi extremamente detalhista na montagem da obra, não deixando escapar qualquer detalhe. Toda a construção é muito bem explicada e elaborada, tornando o livro muito mais realista. Além disso, como o enredo é eletrizante, viramos uma página atrás da outra, sem vontade de parar. Quando percebemos, horas já se passaram.
“Às vezes a poeira voava na direção dos sensores do silo em ondas, e cada uma a fazia se encolher como se estivesse prestes a receber o impacto no próprio corpo. O ataque da nuvem de poeira sempre era triste de se ver, mas ficava especialmente brutal no dia seguinte a uma limpeza” (p. 50).
Ademais, Hugh deu um show a parte na construção dos protagonistas e também dos coadjuvantes. Encantei-me com todos eles. Adorei a forte personalidade de Allison, a coragem de Holston em enfrentar o desconhecido; encantei-me com a doçura e inocência da velha prefeita Jahns, com o romantismo e com a subjetividade de Marnes. Todos eles foram extraordinários.

Contudo, Silo sem Juliette não seria a mesma coisa. A garota problemática, de personalidade forte e convicções mais fortes ainda, transforma o livro em algo inovador e inesperado. Decidida e confiante, ela age corajosamente, mesmo sabendo que muitas de suas ações provavelmente terão resultados trágicos para ela.


Se não bastasse toda a grandeza da obra, a Intrínseca caprichou bastante da na tradução e na revisão da obra; ambas ficaram excelentes. A capa do livro também é muito bonita e chamativa. A diagramação é muito boa também, apesar de simples. Como as letras são grandes, o espaçamento largo e as folhas amareladas, a leitura se torna ainda mais rápida e produtiva.
“Ela se virou outra vez para o telão, e os dois desfrutaram do silêncio que se formou. Era estranho estar sentada ali com aquele homem. Ela se sentia mais jovem e de algum modo mais segura na presença dele. Menos solitária, pelo menos” (p. 157).
Sem dúvidas, indico o livro para todos aqueles que quiserem desbravar uma boa distopia. Em Silo você encontra ação, suspense, aventura e reflexões sobre os problemas da nossa sociedade, tudo isso com uma linguagem fácil e dinâmica. Pode acreditar: é quase impossível não adorar a obra.




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