Biografia:
Isadora Faber nasceu em 16 de junho de 1999, em Florianópolis, Santa Catarina. É estudante e, desde 2012, quando lançou sua página Diário de Classe, no Facebook (que hoje tem mais de 625 mil seguidores), é também palestrante e ativista da educação. Suas atividades já foram assunto dos principais jornais, revistas e portais de internet do país, e ela já participou de diversos programas de rádio e TV e foi manchete na imprensa internacional, como no jornal francês Le Monde, no britânico Financial Times (que a apontou como um dos 25 brasileiros para serem acompanhados), no espanhol El Mundo, na revista alemã Der Spiegel, na americana Newsweek, no canal BBC da Escócia e em várias outras publicações da América Latina. Por seu ativismo, já recebeu os prêmios Faz diferença, categoria Educação, em 2013, concedido pelo jornal O Globo; o prêmio Trip Transformadores, em 2013, promovido pela revista Trip; e a Comenda do Legislativo Catarinense, concedida pela Assembleia Legislativa de Florianópolis pelos relevantes trabalhos prestados à educação. É fundadora da ONG Isadora Faber, por meio da qual promove ações a favor da melhora da qualidade da educação no Brasil.
Livros:
Diário de Classe: A Verdade
Aos 13 anos, Isadora Faber, uma estudante de escola pública de Florianópolis (SC), indignada com os problemas de ensino e infraestrutura de seu colégio resolveu criar uma página no Facebook, o Diário de Classe, para denunciá-los. Chamou a atenção da imprensa nacional e internacional, mobilizou milhares de seguidores e conseguiu as mudanças que reivindicou. Sua jornada, no entanto, foi árdua: sofreu críticas, ameaças, represálias, agressões e processos. Porém, não desistiu, e hoje tem mais de 625 mil seguidores, inspirou a criação de mais de cem Diários de Classe, já participou de inúmeras palestras e eventos, ganhou prêmios e fundou a ONG Isadora Faber, com a qual continua seu trabalho por uma educação pública de qualidade no Brasil. Mais que um relato de coragem e do poder do webativismo, este livro é um retrato perturbador da situação da educação e dos serviços públicos brasileiros, que grita por cidadania e por transformações urgentes.
Entrevista:
1 - Olá, Isadora. É uma satisfação conversar com você. Estamos muito felizes com o sucesso de uma jovem guerreira. Porém, certamente, no começo não foi fácil. Quando você resolveu usar as redes sociais como arma de luta, quais foram as dificuldades que tentaram lhe calar?
R: A direção da escola, funcionários e professores. Eram todos contra e não queriam o Diário de forma alguma. Minha amiga que começou comigo não aguentou a pressão e logo saiu. O apoio da minha família foi fundamental para poder seguir, sem esse apoio seria impossível.
2 - Hoje, você consegue ver os jovens como engajados na busca de seus direitos? Há quem diga que o jovem atual é apolítico.
R: Colegas da minha idade não são muito engajados não, os mais velhos são bem mais.
3 - Como foi a receptividade do público jovem em relação as suas publicações? E quanto aos adultos, muitos foram contra?
R: Foi muito boa, tanto de jovens como dos adultos. Sempre tem os que são contra, mas aprendi a lidar com as críticas. No início ficava chateada, mas logo vi que tinha muito mais apoio que críticas. Eu escrevo minha opinião, não penso muito se vão gostar ou não, tenho consciência que nunca fui uma unanimidade e nunca serei, mas isso nunca me incomodou, eu prefiro ser polemica.
4 - Qual foi a sensação ao ver muitas das suas reclamações sendo resolvidas?
R: Senti uma realização muito grande, fiquei muito feliz e nesse momento eu percebi que a luta tinha valido a pena, que eu estava certa em reclamar, que eu tinha razão. As pessoas acham que porque é publico, é de graça, não podem reclamar. Não é assim. O público custa caro e todos pagamos por isso com os impostos que são bem altos, então temos que cobrar um serviço digno e de qualidade.
5 - Muitas pessoas a consideram como uma pequena heroína. Você se vê dessa forma?
R: Não, de forma alguma, me vejo como uma garota que luta pelos seus direitos e contra as coisas erradas que estão ai, como corrupção por exemplo.
6 - Como foi a transição da página do Facebook para a publicação de um livro por uma grande editora? Você se sente realizada?
R: Com certeza estou realizada. Foi muito difícil escrever, levei quase 1 ano, um verdadeiro desafio, mas tive muito apoio da editora e da minha família, foi mais uma etapa vencida.
7 - Isadora, agradecemos por sua atenção. Ficamos honrados por conversar com você. Por fim, pedimos que você deixe uma mensagem para os leitores do blog. Convide-os para ler seu livro, chame-os para a luta, fale sobre seus futuros projetos. O espaço é todo seu. Pode ficar à vontade.
R: Eu que agradeço a oportunidade de estar com vocês divulgando meu livro, posso dizer que fiz com muito carinho e dedicação e espero que gostem da leitura. Quero lembrar que lutar pelos seus direitos todos podem fazer, mas com responsabilidade e nunca depredando o patrimônio público, pois não é de graça e todos pagamos caro por ele, as vezes caro demais e outras vezes até superfaturado. Não é inteligente destruir o que está bom e é de uso coletivo. Logo terá eleições e essa é a melhor forma de demonstrar seu descontentamento. Escolha bem em quem votar e não reeleja incompetentes ou corruptos que são o mal da nação.