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Resenha: O Clube dos Suicidas

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Sinopse:

Um clube de candidatos ao suicídio que não têm coragem de realizar por si próprios o seu intento. Este é o tema dessa novela, uma extravagante história na qual o autor faz um minucioso levantamento dos costumes do século passado, conduzindo a ação com admirável desenvoltura e criando personagens inesquecíveis.

Resenha:

Nesse livro, Robert Louis Stevenson constrói sua trama ao redor do Clube dos Suicidas. Essa organização tem o objetivo de proporcionar a morte para aqueles que desejam se matar, mas não tem a coragem necessária. Para entrar nesse estranho grupo, basta querer perder a vida e pagar quarenta libras.

Nesse cenário, conhecemos o príncipe Florizel, que caminha disfarçado pela cidade, e seu escudeiro, o coronel Geraldine. Os dois, a procura de uma aventura para distrair a chata vida principesca de Florizel, resolvem entrar no clube. Porém, logo na primeira noite, se espantam com o cotidiano do grupo e, principalmente, com a forma que as mortes acontecem.
“Ora, sabemos que a vida é apenas um palco onde representamos o papel de bufões enquanto isso nos divertir. Faltava ao conforto moderno uma facilidade: uma maneira decente e fácil de sairmos do palco; a escada dos fundos para a liberdade; ou, como disse antes, a porta privativa para a morte” (p. 27).
Mesmo após todo o ocorrido na noite anterior, Florizel convence a Geraldine que eles devem voltar ao clube, já que são cavalheiros e devem honrar a palavra que deram. Porém, será que eles sairão ilesos da segunda noite? Será que o destino dos dois será resolvido em um jogo de cartas? Morte ou vida? Encontre as respostas nas páginas dessa obra.

Robert desenvolveu uma premissa bem original nesse livro, contudo não a fez da forma que eu imaginava. Confesso que ao ver a capa do livro, imaginei um livro denso, forte, com cenas de violência e muitas mortes. Contudo, nada disso é encontrado na obra. 


De início, somos apresentados a uma escrita leve e rápida, fazendo que seja possível ler o livro em apenas algumas horas. Além disso, o autor não se aprofundou muito nos personagens e também não criou um terror psicológico que caberia perfeitamente em um livro com esta temática. Não obstante, não é narrada detalhadamente nenhuma morte. Se você quiser ver sangue, melhor assistir a Jogos Mortais.
“As pessoas brincam como o amor; ora, eu me recuso a dizer que o amor é uma paixão forte. O medo é a única paixão forte; é com o medo que deve brincar quem deseja experimentar a intensa alegria de viver” (p. 43).
O que mais me incomodou foi o não aproveitamento de personagens tão originais. O Príncipe poderia ter sido muito melhor trabalhado. Geraldine poderia ter um motivo mais criativo por ser tão preocupado com o príncipe. Os personagens secundários, como o dono do clube dos suicidas, são praticamente inexistentes de tão apagados.

Era para ser sobre suicidas, mas o livro tem muito de desenho infantil. A leitura é tão leve e tão pacífica que a aconselho para crianças. Não que isso seja ruim. O livro é muito bom se o desejado for uma leitura leve, mas não era isso que eu esperava.
“Mas olhe para isto! – replicou Silas apontando o cadáver. – Olhe isto em minha cama; não há como explicá-lo, não há como dispor dele, não há como olhar para ele sem horror” (pag. 79).
Outro ponto que me incomodou foi uma narração descontinuada. O livro é composto por três partes e só é revelada a conexão entre as partes lá para o meio de cada uma, já que até mesmo os personagens são diferentes. É impossível se apegar ao mocinho ou ao vilão já que não há uma continuidade profunda e intrincada.


Porém, nem só de pontos negativos se faz a obra. Tanto que, se você não considerar o livro como adulto, ele é uma diversão para crianças e adolescentes. Seja pela linguagem leve como pela premissa incomum. Outro ponto bastante chamativo é a diagramação do livro que, apesar de simples, é sofisticada e agradável. Além disso, a capa é linda.

Em geral, o livro é recomendado para quem deseja uma leitura leve ou para quem está iniciando no mundo das palavras. Quem prefere uma literatura mais densa, provavelmente não se apegará muito a obra.

Livro: O Clube dos Suicidas
Autor: Robert Louis Stevenson
Editora: Rocco
ISBN: 8532503187
Ano: 1986
Páginas:126

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