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Sagas – Espada e Magia

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Sinopse:

A palavra islandesa "saga" denomina o relato literário de caráter épico. A série Sagas, da Argonautas Editora, inspira-se nas velhas séries pulp de livros de bolso tão populares nos anos 60 e 70. Sagas Vol. I – Espada e Magia: O real e o sobrenatural colidem em universos heroicos de barbárie e feitiçaria, nos quais a imaginação é o único limite. Embarque você também na primeira aventura da série Sagas. Espada e Magia apresenta quatro histórias épicas escritas por alguns dos melhores autores da Fantasia brasileira: Cesar Alcázar, Duda Falcão, Georgette Silen e Rober Pinheiro. Prefácio de ROBERTO DE SOUZA CAUSO. Ilustração de capa: NATHAN THOMAS MILLINER Projeto Gráfico: ROBERTA SCHEFFER


Resenha:

No livro Sagas – Espada e Magia, encontramos contos do gênero Sword and Sorcery, também chamado de fantasia épica. No total, são quatro contos onde o real – a luta, o sangue, as mortes – e a fantasia – deuses, monstros, magia – se misturam, formando um livro interessante e que prende o leitor do começo ao fim.

O primeiro conto, Lágrimas do Anjo da Morte, de Cesar Alcázar, se passa na Irlanda antiga. Lá, Anrath, também conhecido como Cão Negro, um guerreiro mercenário, conhecerá a morte de mais perto do que imagina. Porém, uma estranha figura mítica salva a sua vida, destinando-lhe uma missão.

Misturando fatos históricos – invasões dos bárbaros na Irlanda – com fantasia, Alcázar tece um conto surpreendente e que prende o leitor. A narrativa é mais do que um mero relato de uma batalha; com a presença do sobrenatural, ela se torna contagiante e surpreendente. Sem falar que o autor trabalha muito bem o folclore da região, o que traz um gosto a mais para a leitura.

“Um vento frio e melancólico soprava a desolação do campo de batalha. Não havia um único movimento entre as numerosas pilhas de cadáveres. Não havia um único sinal de vida. Homens reduzidos a animais pelas ambições de sua raça. Vidas perdidas de maneira brutal na areia da praia, por motivos há muito esquecidos pelo tempo” (p. 14).

No segundo conto, A Cidadela de Elan, da Georgette Silen, encontramos a saga da guerreira Kira, princesa de Hisipan. Ela, desde pequena, foi criada para ser uma guerreira implacável e guarda um enorme segredo. Certo dia, ela é incumbida de ir até Elan, a fim de falar com o chefe da cidade, porém, nem tudo sai como esperado.


Este conto, que foi o meu preferido do livro, assim como o primeiro, trabalha tanto o real quanto a fantasia. Porém, ele se diferencia do anterior pela linguagem empregada. Com uma escrita rica e quase poética, a autora encanta o leitor do começo ao fim, além de prendê-lo através do mistério criado. Sem falar do fim que foi, no mínimo, inesperado.

“Captou os detalhes da faca de barba feita que a encarava, olhos escuros emoldurados por sobrancelhas claras, como os cabelos presos na nuca, a pele igualmente clara. Alto, imponente, ombros e membros talhados em uma vida de lideranças e saques, que o fizeram também ser igualmente conhecido por ela, assim como por suas irmãs em Hisipan” (p. 56).

O terceiro conto, A Dama da Casa Wassir, de Robert Pinheiro, nos leva a guerra entre duas aldeias guerreiras. Uma delas, com numerosas baixas, tenta se aliar com uma cidade, a fim de conquistar a vitória esperada. A aliança proposta será firmada através do casamento dos príncipes da cidade e da aldeia. Porém, o que era para ser união quase chega ao conflito. Atha’ny – príncipe da aldeia – terá que enfrentar perigos inimagináveis.


Neste conto, Robert Pinheiro nos surpreende com as reviravoltas do enredo, além das traições inesperadas. Com um toque de fantasia e muitas batalhas épicas, o autor traça um conto incrível. Outro ponto forte na escrita do autor é a qualidade de suas descrições, nos arrastando para dentro do universo literário criado por ele.

“Levantou-se devagar, os olhos fixos em seu oponente, as espadas descansadas sobre os ombros, e retornou para o combate. Porém, dessa vez, Atha’ny estava preparado, seu espírito finalmente imergira na alma da batalha e seu corpo agia apenas em respostas aos desígnios desse espírito” (p. 84).

No último conto, Sem Lembranças Daquele Inverno, Duda Pinheiro começa narrando a busca de um anão, servo de Gimedjin, por Atreil, um guerreiro muito conhecido por suas batalhas travadas. Gimedjin precisava que tal guerreiro recuperasse uma pedra mística que foi roubada de si. Porém, não seria uma tarefa tão simples, pois tal pedra havia sido furtada por uma poderosa bruxa.
 

Duda Falcão fecha muito bem o primeiro volume da série Sagas, apresentando-nos o conto mais voltado para o fantástico do livro. Novamente, encontramos um final inesperado e algumas reviravoltas. Outro ponto positivo foi os poderes da bruxa que são bem incomuns e pouco explorados em outras narrativas do gênero. Para quem gosta de enredos com bruxas, esse conto é uma boa pedida.

“O homenzarrão, de barbas longas, velho e repleto de tatuagens, não teve resposta para aquela pergunta. Ofereceu mais uma bebida para o anão, com aquela moeda de ouro compraria mais meia dúzia daquelas garrafas. O servo de Gimedjin recusou” (p. 118).

Sagas foi um livro que me surpreendeu positivamente. Eu esperava boas narrativas, mas elas foram muito superiores a isso. O gênero também ajuda no sucesso da obra, visto que é um campo vasto e com várias perspectivas para exploração. Sem dúvidas, eu indico a obra para todos aqueles que desejam uma leitura boa e rápida. Tenho certeza que vocês não irão se arrepender.

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Livro: Sagas – Espada e Magia (Volume 1)
Autores: Cesar Alcázar, Duda Falcão, Georgette Silen, Rober Pinheiro
Editora: Argonautas Editora
ISBN: 9788564076006
Ano: 2010
Páginas: 144

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