Sinopse:
O rastro das joias kalixtinianas une Runy e Dámeris, os protagonistas, em um apaixonante projeto arqueológico de futuro incerto. Se no presente ambos enfrentam outro perigo – eles mesmos – no passado, o drama é ainda maior: revivem uma dura experiência tão comovente quanto épica. O Universo continua envolvendo os destinos de Dámeris e Runy com novos e apaixonantes desafios: buscar a quarta estrela, localizar uma antiga escultura idêntica à Dama de Elche e... evitar o amor. Três provas difíceis de vencer levando-se em conta que vão trabalhar juntos percorrendo os locais mais belos de Ibiza. No passado, Runy é Kasim, um orgulhoso príncipe filho de um rei no Sri Lanka, que pretende fazer justiça com as próprias mãos. Sem ouvir os conselhos sábios do pai, trilhará as obscuras profundezas da vingança para cometer um erro imperdoável do qual se arrependerá por toda a vida. Esta é uma novela intensa, dura, sensível, na qual o leitor verá cenas vivas que vão desde a força da luz à mais absoluta escuridão. Luzes e sombras se escondem atrás de um misterioso objeto: a Bússola do Peregrino.
Resenha:
Por um lado, fico extremamente feliz por ter lido esse livro, pois ele é incrível e maravilhoso. Por outro, tê-lo terminado me deixa triste, pois é o último livro da trilogia. Os personagens cativantes e a história inteligente deixarão saudades. Fico na torcida para que o autor resolva aumentar a série. Afinal, ainda há muito enredo para ser gasto.
Nesse livro, Runy volta a ser o nosso narrador e nos leva por lugares encantadores. Viajando entre o presente e o passado, percebemos que sua relação com Dámeris é mais complicada do que possamos imaginar. Vida após vida, os dois se encontraram. Porém, apesar de serem almas gêmeas, o destino teima em separá-los.
Porém, nem tudo é romance nesse livro. Aliás, o romance passa ser apenas um pequeno detalhe dentro de um grande enredo repleto de intriga, traições, ambição e a busca pelas sete estrelas de Kalixti.
“Perguntas. Perguntas demais para as quais não tenho resposta alguma. De uma maneira ou de outra, há uma coisa da qual estou segura: tudo o que nos acontece tem um significado” (p. 19).
Runy vive um péssimo momento em sua vida: uma crise assola seu casamento, sua esposa está prestes a sair de casa e seu contrato com a empresa para qual prestava serviços foi suspenso. Abismo após abismo, ele finalmente vê uma luz no fim do túnel: um possível trabalho para um museu. Lá, ele ajudaria na busca de um objeto arqueológico.
Porém, nada é tão simples na vida de Runy. Ao iniciar o trabalho, ele tem a chance de reencontrar a sua felicidade, porém, talvez tenha que abrir mão de sua família. Além disso, terá que relembrar vergonhas do passado para encontrar uma nova estrela e, quem sabe, ajudar a aplacar um fenômeno destrutivo que se aproxima.
Pedro Terrón consegue construir nesse livro um incrível fechamento para série, deixando o leitor apaixonado e corroído pela vontade de desbravar os mistérios da obra. As páginas são viradas uma após a outra até que toda a vontade seja saciada. Encantei-me ainda mais pela escrita do autor. Porém, acho que a temática ainda não foi totalmente explorada. Acredito que ainda cabem, pelo menos, mais uns dois livros.
“Cada vez que penso me surpreendo mais. Foram circunstâncias demais, coincidências demais que surgiram para que esse projeto se tornasse realidade. Um projeto no qual até você está metido. Não sei muito bem se é o Universo que se empenha em conspirar ou se essa estrela em reclamar seu protagonismo, mas uma coisa é evidente: estou disposta a continuar no jogo” (p. 52).
Os personagens principais da obra são os mesmos das obras anteriores. Continuam bem trabalhados e aprofundados. Cada um, com suas características, ganha o leitor facilmente. A narração em primeira pessoa ainda contribui mais para o aprofundamento de cada personagem. No fim da série, nos sentimos amigos de Runy e Dámeris.
Os ambientes continuam ricamente trabalhados e conhecemos lugares fantásticos no livro. Pedro Terrón usa da mistura de história, fantasia e ficção científica para construir lugares e situações que deslumbram o leitor.
Assim como nas resenhas anteriores, parabenizo o trabalho da Primavera Editorial. A diagramação é bela e confortável, as letras são grandes, a correção está muito boa e a tradução, ótima. Além disso, a editora acertou em cheio na compra dos direitos da trilogia.
“Você usa as mulheres para seu prazer. Destrói corações, mas o que importa? Só procura seu próprio bem, custe o que custar. Não se preocupa com o sofrimento de ninguém. Só com o seu próprio. Quem é capaz de fazer o que você fez não pode ser perdoado” (p. 327).
Se você não leu nenhum dos livros da trilogia, certamente está perdendo uma série incrível. Se você gosta de romance, fantasia ou ficção científica, essa é a sua série. Se gosta dos três, ela foi feita para você. Sem dúvidas, você não irá se arrepender.
Livro: A Bússola do Peregrino
Autor: Pedro Terrón
Editora: Primavera Editorial
ISBN: 97885619777221
Ano: 2010
Páginas: 440
Conheça a trilogia:
A Bússola do Peregrino