Sinopse:
Mulheres Que Não Sabem Chorar conta a história de duas pessoas que se reconhecem como mulheres e que se amam em toda a sua plenitude. Desse amor renascem sentimentos que outrora fora reprimidos: dores; curas e anseios sobre o próprio amar e ser amada. Duas mulheres que precisam quebrar o pior e mais severo dos preconceitos: aquele que habita em nossas entranhas! Mais que uma relação homoafetiva, Mulheres que não sabem chorar nasceu dos meus 40 dias no deserto, durante todas as privações e isolamentos sociais. O deserto me ensinou a recolher e emanar as minhas ancestrais para me dar vida própria e encarar o mundo, depois soprei nas palavras da vida, que pulsava nas minhas veias, a força de Ísis.
Resenha:
O ano é de 2044, porém, o preconceito ainda existe como se fosse o século XIX. O direito à liberdade continua sendo uma garantia fundamental e não um direito humano. As pessoas olham às duas mulheres como se fossem leprosas.
Essas duas mulheres são apresentadas na obra Mulheres que não sabem chorar. Ana e Olga vivem uma vida baseada em frustrações; seus problemas emocionais a afetaram de tal forma que elas não eram felizes. Porém, quando tudo parecia que iria tomar um rumo costumeiro, eis que surge um relacionamento entre as duas.
“Esta sociedade não nos dá espaço, pois vive rotulado a vida de todos e doutrinando a maneira de como as pessoas têm que viver”.
O livro é uma quebra de paradigmas. No entanto, mesmo o livro iniciando em 2044, vemos a construção da história em 2014. A narrativa percorre os 30 anos, prosseguindo de maneira densa e cheia de reviravoltas. No entanto, o preconceito permanece.
A ideia da autora em criar uma relação homoafetiva foi criativa. A história de ambas foi bastante comovente, já que elas sofreram de inúmeras formas. A autora conseguiu desenvolver bastante os fatos históricos, explorando como era o tratamento dado aos homossexuais e como as famílias de antigamente tratavam os filhos por sua orientação sexual.
“Sei que nós mulheres sofremos preconceitos, humilhações, privações e até violência. Mas caso o homem não queira perpetuar a ideologia machista ele sofrerá igual ou mais que a mulher”.
No entanto, o romance entre elas me deixou decepcionada em alguns pontos. Não consegui notar um sentimento de amor entre elas enquanto a leitura era feita. Parecia que se tratava de algo mais carnal, uma paixão avassaladora, baseada apenas no coito e não no amor.
Notei também que não há relatos de passeios, elas não frequentavam shopping, cinema, restaurante. Nada! Entre elas, a narrativa foi focada no ato sexual. Para quem está desejando ler um livro hot diferenciado, esse é um deles.
“Duvidam muito das mulheres, fazem piadas e nos chamam de sexo frágil. Mas quem já experimentou a força de uma mulher ferida sabe das dimensões da sua astúcia”.
A leitura é bastante rápida. Pela quantidade de páginas, é possível ler a obra em apenas algumas horas. Para quem está interessado em ler um livro fora do habitual, esse é indicado, por conter uma temática bem diferenciada com personagens totalmente únicos.
A diagramação é linda, a capa é bem chamativa. Só notei muitos erros de revisão, mas nada que atrapalhe a leitura.
Título: Mulheres que não sabem chorar
Autora: Lilian Farias
ISBN: 9788582700655
Editora: Literata
Ano: 2014
Páginas: 161
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