Sinopse:
Resenha:
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O que você faria se o mundo lá fora fosse fatal, se o ar que respira pudesse matá-lo? E se vivesse confinado em um lugar em que cada nascimento precisa ser precedido por uma morte, e uma escolha errada pode significar o fim de toda a humanidade? Essa é a história de Juliette. Esse é o mundo do Silo.
Em uma paisagem destruída e hostil, em um futuro ao qual poucos tiveram o azar de sobreviver, uma comunidade resiste, confinada em um gigantesco silo subterrâneo. Lá dentro, mulheres e homens vivem enclausurados, sob regulamentos estritos, cercados por segredos e mentiras.
Para continuar ali, eles precisam seguir as regras, mas há quem se recuse a fazer isso. Essas pessoas são as que ousam sonhar e ter esperança, e que contagiam os outros com seu otimismo. Um crime cuja punição é simples e mortal. Elas são levadas para o lado de fora. Juliette é uma dessas pessoas. E talvez seja a última.
Resenha:
Se eu tivesse que definir Silo com apenas uma palavra, ela seria sensacional. Dentre as atuais distopias que li, essa obra é uma das que mais se destaca. O enredo é inovador e o autor soube conduzir de maneira espetacular a obra. Mas, deixemos os elogios para o final e vamos dar uma pincelada no assunto do livro.
Imagine um prédio com mais de cem andares, autossuficiente, onde a energia consumida por ele é produzida dentro de si mesmo, onde o alimento ingerido pelos moradores seja produzido dentro do espaço coletivo. Consegue imaginar? Este é Silo, porém, com um pequeno detalhe: ele fica abaixo da terra.
Dentro dessa gigantesca estrutura, o regime político é extremamente rígido e cada um tem a sua própria função. Um erro pode comprometer o funcionamento e a vida de todos os habitantes. Silo é tudo que as pessoas conhecem do mundo, pois o exterior é tóxico e inabitável.
“Olhou para além dos adultos e das crianças que brincavam, em direção à vista enevoada projetada na parede do refeitório. Era a maior vista ininterrupta de seu mundo inóspito. Uma cena matinal. A luz suave do amanhecer cobria colinas sem vida, que pouco tinham mudado desde que Holston era menino” (pág. 11).
Dentro deste cenário pós-apocalíptico, onde a lei é severa, quebrar as regras significa ser expulso do Silo, ser convidado a sair e fazer a limpeza. No caso, essa limpeza vem a ser limpar as câmeras que mostram o exterior para quem está dentro do Silo. Porém, há apenas um detalhe: quem sai jamais sobrevive.
Juliette assume um cargo de alto escalão dentro de Silo – não direi qual é, pois isso é um spoiler que tirará a graça das primeiras páginas. – Mesmo não se sentindo totalmente preparada, ela entra de cabeça nas suas funções. Porém, tal cargo fará com que ela descubra o que é verdade e o que é mentira. Porém, no Silo, saber a verdade pode matar.
“Às vezes a poeira voava na direção dos sensores do silo em ondas, e cada uma a fazia se encolher como se estivesse prestes a receber o impacto no próprio corpo. O ataque da nuvem de poeira sempre era triste de se ver, mas ficava especialmente brutal no dia seguinte a uma limpeza” (p. 50).
Será bem difícil fazer a resenha de Silo sem me entusiasmar, pois realmente adorei a obra. Apesar de muitos autores ficarem na mesma posição quando se trata de distopia, Hugh Howey conseguiu unir o usual ao inovador, deixando o leitor perplexo.
O autor foi extremamente detalhista na montagem da obra, não deixando escapar qualquer detalhe. Toda a construção é muito bem explicada e elaborada, tornando o livro muito mais realista. Além disso, como o enredo é eletrizante, viramos uma página atrás da outra, sem vontade de parar. Quando percebemos, horas já se passaram.
“Ela se virou outra vez para o telão, e os dois desfrutaram do silêncio que se formou. Era estranho estar sentada ali com aquele homem. Ela se sentia mais jovem e de algum modo mais segura na presença dele. Menos solitária, pelo menos” (p. 157).
Falar dos personagens é ainda mais difícil do que falar da obra em geral. Hugh deu um show a parte na construção dos protagonistas e também dos coadjuvantes. Encantei-me com todos eles. Adorei a forte personalidade de Allison, a coragem de Holston em enfrentar o desconhecido; encantei-me com a doçura e inocência da velha prefeita Jahns, com o romantismo e com a subjetividade de Marnes. Todos eles foram extraordinários.
Contudo, Silo sem Juliette não seria a mesma coisa. A garota problemática, de personalidade forte e convicções mais fortes ainda transformam o livro em algo inovador e inesperado. Decidida e confiante, ela age corajosamente, mesmo sabendo que muitas de suas ações provavelmente terão resultados trágicos para ela.
“Mas enterrar o corpo e colher as frutas maduras em cima das covas significava reforçar uma mensagem: o ciclo da vida existe; é inevitável, deve ser abraçado, apreciado, aceito. As pessoas partem e deixam para trás o dom do sustento, da vida” (p. 159).
Se não bastasse toda a grandeza da obra, a Intrínseca caprichou bastante da na tradução e na revisão da obra; ambas ficaram excelentes. A capa do livro também é muito bonita e chamativa. A diagramação é muito boa também, apesar de simples. Como as letras são grandes, o espaçamento largo e as folhas amareladas, a leitura se torna ainda mais rápida e produtiva.
Sem dúvidas, indico o livro para todos aqueles que quiserem desbravar uma boa distopia. Em Silo você encontra ação, suspense, aventura e reflexões sobre os problemas da nossa sociedade, tudo isso com uma linguagem fácil e dinâmica. Pode acreditar: é quase impossível não adorar a obra.
Livro: Silo
Autor: Hugh Howey
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580574739
Ano: 2014
Páginas: 512