Sinopse:
Depois de Brilho, a saga nas estrelas continua… Após uma fuga desesperada da nave inimiga, Waverly e as outras meninas sequestradas conseguiram voltar para a Empyrean. Mas o clima por ali não poderia estar pior. Kieran, o menino gentil e sonhador que Waverly amava, assumiu o posto de capitão e passou a agir como um tirano de sangue-frio, deixando a Empyrean sob uma tensão sinistra. Seth Ardvale, líder brilhante e arqui-inimigo de Kieran, foi trancafiado na prisão, sem julgamento. As crianças prodígios que mantêm a nave funcionando estão revoltadas com o autoritarismo do líder. Para completar, uma explosão faz soar o alarme de mais uma ameaça. Eles não estão sozinhos. A tripulação aterrorizada terá que lidar com um inimigo pior do que a New Horizon, ou o delírio de Kieran. Seth descobre um passageiro clandestino na nave, que se move silenciosamente, deixando rastros de sangue por onde passa. O criminoso quer vingança. E só Waverly é a chave para entender seu ódio e impedir que ele detone sua bomba-relógio.
Resenha:
“Você é arrogante e não ouve ninguém, e faz com que as pessoas queiram trancafiar você e jogar a chave fora”.
Centelhaé continuação da trilogia Em busca de um novo mundo. Posso afirmar que o segundo livro é incrivelmente melhor do que o primeiro. Se Brilho foi considerado um dos melhores livros de distopia por alguns blogueiros, devo ressaltar que o segundo livro, de longe, até agora, é o melhor da série.
A autora acabou com a curiosidade do leitor logo no início de Centelha, pois ele começa exatamente onde o primeiro volume terminou. Amy usou de muita estratégia ao cativar o leitor por não ficar retomando diversas ações que aconteceram no livro anterior, o que acaba tornando a leitura chata, arrastada e sem graça. Longe disso. A autora soube criar mais ação e fez com que a leitura fosse veloz para sabermos o desfecho mais rapidamente.
Os personagens, mesmo sendo crianças, são bem maduros e, desde cedo, já passam por processos bastante sofridos. Kieran, o garoto que Waverly tanto amava, assume o posto de capitão da nave Empyrean e passa a agir de maneira fria e arrogante. Como diria Abraham Lincoln: “se você quiser testar o caráter de um homem, dê-lhe poder” e o do garoto Kieran foi totalmente revelado e decepcionante, principalmente para a doce Waverly.
“Não importava que nunca poderia tê-la. Ele simplesmente não podia suportar sequer que Waverly pensasse coisas ruins dele. E talvez ele também pudesse ajudá-la, pois o que quer que tenha acontecido com ela na New Horizon a havia deixado em pedaços, curvara suas costas e afundara-lhe os olhos” (p.13).
Seth, inimigo de Kieran, é preso sem julgamento algum, apenas por suspeita de ajudar a New Horizon a destruir a Empyrean. Com isso, o capitão da nave prende o jovem sem nenhum indício de culpa e as crianças prodígios ficam revoltadas com a petulância do líder.
Não foi apenas Kieran quem colocou suas asas de fora. Embora seja por um justo motivo, Waverly mostra o seu lado vingativo e nada generoso. Porém, ao contrário do líder, essa atitude da personagem me fez gostar mais ainda dela, pois mostrou que ela não era a garotinha frágil e descabida.
Em busca de tirar Kieran do poder, surgem debates e um dos personagens se volta com intuito de convencer a tripulação dos verdadeiros motivos pelos quais devem tirá-lo do trono. E se você está curioso para saber quem, por que e como, sugiro que leia o livro o mais depressa possível.
“‘Além disso, o amor não existe’, ele disse a si mesmo, lembrando-se da forma cruel como seu pai costumava olhar para a sua mãe. ‘Quando um marido é capaz de matar a própria esposa, a gente sabe que o amor é apenas um conto de fadas’” (p.44).
Assim como na maioria dos romances existe um triângulo amoroso, esse não fica de fora. Enquanto no primeiro livro tínhamos o casal lindo e apaixonado da Empyrean, Kieran e Waverly; no segundo, intensifica a presença de Seth e a dúvida de um possível romance surge nos pensamentos do líder. Seria ciúme?
A obra é finalizada com um enorme gancho para uma continuação imperdível. O leitor fica embasbacado com a maneira que a autora termina o livro, deixando todos atados, sem saber como a última cena terminará.
Quando pensamos que a trama está prestes a terminar, eis que uma explosão faz soar e os tripulantes da Empyrean percebem que não estão sozinhos. Existe um intruso na aeronave, mas onde será que ele está? Quem é esse passageiro clandestino e poderoso inimigo? Ele está em busca de vingança e, para isso, usará todas as suas forças para destruir desde os mais fracos aos mais fortes. Será que ele vai conseguir?
“– Eu costumava acreditar na vingança – disse Seth, tentando soar como se estivesse apenas conversando. – Eu torturei Kieran Alden, eu o puni por seus erros, fiz com que ele sofresse. Eu fui um monstro. Eu só estava piorando as coisas, criando mais inimigos, mais ódio nessa nave, mais motivos para vingança. Veja onde estou agora. Kieran acha que eu sou perigoso, e ele está certo. Eu fui perigoso” (ps.264-265).
Assim como essa resenha, recheada de dúvidas e suspense, a obra é um emaranhado de mistérios que deixa o leitor preso e atento a cada cena.
A diagramação é mais que perfeita. A capa é linda, só não tem tantos brilhos quanto o primeiro, ele tem apenas alguns, tanto na frente quanto atrás. A revisão não é impecável, notei alguns erros, mas quase imperceptíveis. O trabalho da Geração é incrível no quesito estética, sempre se destacando com maestria.
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Título: Centelha
Autora: Amy Kathleen Ryan
ISBN: 9788581302317
Editora: Geração Editorial
Ano: 2014
Páginas: 376
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