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Resenha: Os sete crimes de Roma

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Título: Os sete crimes de Roma
Autor: Guillaume Prévost
ISBN: 9788582860144
Editora: Vestígio
Ano: 2013
Páginas: 253
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Sinopse:

Roma, 1514. Leonardo da Vinci conduz a investigação Roma, dezembro de 1514. A poucos dias do Natal, o corpo decapitado de um jovem é descoberto em cima da estátua do imperador Marco Aurélio. Uma inscrição feita com sangue assina o crime: "Eum qui peccat " ("Aquele que peca"). Pouco tempo depois, é a vez de um velho ser encontrado, morto e nu, pendurado numa escada no Fórum. A Coluna de Trajano revela seu fúnebre segredo e o restante da inscrição: "Deus castigat" ("Deus castiga"). A sangrenta encenação está apenas começando. Instalado há pouco no Vaticano, ocupado com seus trabalhos de anatomia, pintura e ótica, Leonardo da Vinci se apaixona pelo caso. Como interpretar os lúgubres detalhes que cercam os crimes? O papa e a cristandade estariam sendo desafiados? Com a ajuda de Guido, um jovem estudante de Medicina, o pintor tenta desmascarar um assassino que demonstra tanto inteligência em desorientar as investigações quanto crueldade em executar suas vítimas. Um romance policial diabólico que, dos mistérios da biblioteca do Vaticano aos segredos das ruínas antigas, nos arrebata num jogo de pistas eletrizante, erudito e macabro.

Resenha:

“O pecador perdeu a cabeça
O inocente perdeu a vida
O Pontífice perdeu a Face
E a poupa ganhou o céu

Van Aeken pinta” (p.144).

O ano é 1514, vésperas de Natal e um inverno torrencial. O que tinha tudo para ser motivo de comemoração e festejos, acaba se tornando o pior dos pesadelos dos habitantes de Roma. O corpo de um jovem é encontrado terrivelmente decapitado, nu, coberto por sangue e, em suas costas, uma espada está alojada.

Em cima da estátua do imperador Marco Aurélio, ninguém imaginaria encontrar esse jovem sem vida. Não bastasse a crueldade, letras de sangue anunciam: “Eum qui peccat...” (Aquele que peca...). O mistério e o temor tomam conta do coração da cidade e, pouco tempo depois, outro crime surge e assombra a população.

Um senhor é encontrado morto, também nu, com as mãos amarradas, a cabeça caída sobre o ombro e preso aos barrotes, ao lado da torre de Milícia. Com letras de sangue estampa: “...Deus castigat” (...Deus castiga). Quando todos imaginam que os crimes estão prestes a acabar, uma senhora é encontrada decapitada, com seus cabelos grisalhos e amarelados.
“- No entanto, ele se deu ao trabalho de molhar de novo o dedo para acrescentar estes três pontinhos no final. Por que razão? Por que razão, senão para dar a entender que haveria uma sequência para o seu gesto? Estes três pontos não estão ali por acaso, Guido, não. Eles servem de aviso. O assassino certamente pretende recomeçar e resolveu nos avisar” (p.27).

Uma série de crimes acontecem e, como o título declara, são sete. O autor cria as mortes de forma fria, calculada e completamente excelente. É impossível não se admirar com a forma sangrenta que os corpos são encontrados e, o melhor, narrados. Prévost prende o leitor pela crueldade em que trabalha os assassinatos, a maneira que cria um perfil criminoso frio, com especialidade em desorientar as investigações e, ainda, pela criatividade em fazer Leonardo da Vinci ressurgir.

Quem poderia imaginar uma obra em que Leonardo da Vinci fizesse parte de uma investigação? O autor acertou em cheio ao colocar esse personagem em uma obra tão histórica e que envolve a arte. O incrível Leonardo não poderia ficar de fora desse magnífico enredo.

Não obstante, outro responsável pela investigação e que, para mim, se sobressaiu, foi o querido Guido Sinibaldi. Ele é um estudante de medicina e filho de um ex xerife da cidade, Vicenzo Sinibaldi. Seu pai foi morto em 1511, quando perseguia um criminoso.
“Pois a bala que matou meu pai feriu-a também no coração, ferida que só se curou, 28 anos mais tarde, com sua própria morte. Mal chegada aos 40 anos, sem que nada a tivesse preparado para aquilo, ela se tornou a viúva Sinibaldi. Viúva não apenas de seu marido, mas também de seu futuro, de sua fortuna e de muitos de seus amigos” (p.54).
A obra é envolvente e aborda diversas temáticas: política, religião e a querida arquitetura histórica de Roma. Guido e Leonardo têm de investigar os crimes em um ambiente regado pela política do Vaticano.

O personagem Leonardo da Vinci é excepcional. Prévost soube resgatar a intelectualidade do pintor e o coloca no ápice, o que de fato merece, a todo o momento. Não apenas ele, mas o seu parceiro Guido são espertos e captam os detalhes mais insignificantes, aparentemente. É impossível não se encantar por esses dois e pela forma que tudo se desenvolve.

Sem dúvidas, é um romance policial que chama a atenção por sua qualidade, seus mistérios e pelo thriller histórico trabalhado; além do ponto totalmente fundamental abordado pelo autor que consiste sobre os conflitos existentes entre da Vinci e a Igreja pelos estudos daquele voltados à anatomia. A capa do livro é bem sugestiva, justamente por elencar isso.
“- [...] Não há aí motivo suficiente para queimar todos os papas do inferno? Vender o Paraíso para construir templos a sua própria glória. Não é este o verdadeiro sinal de pecado? Se ainda os que estão atrás do papa fossem melhores! Mas não, estão todos de acordo, dançando a mesma dança!” (p.129).
A revisão ortográfica foi bem feita, não perfeita, mas os erros encontrados foram poucos e não atrapalham o entendimento do leitor. O nome do livro e a capa foram excelentes. A cor tanto na lombada quanto na contracapa deu a ideia exatamente do sangue presente em toda parte do livro.

Confesso que não conhecia Guillaume Prévost. Ao solicitar o livro foi mais pelo visual e pela sinopse, não pesquisei sobre o autor. Foi como dar um tiro no escuro e, confesso, acertei no alvo. Um autor que será lido por mim outras vezes, sem dúvidas.

Para quem gosta do gênero e/ou, até mesmo para quem não gosta, a obra é indicadíssima. Para quem curte história e todo o período da antiguidade, com certeza irá se identificar com esse trabalho.


http://desbravadoresdelivros.blogspot.com.br/2014/11/resultado-do-top-comentarista-de.html

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