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O autor da vez #6

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Biografia:

Duda Falcãoé escritor, editor e professor. Começou a publicar contos, a partir de 2009, em antologias com temáticas fantásticas. Em 2012 foi lançado seu primeiro romance: Protetores. No ano seguinte publicou o livro de contos Mausoléu (resenha). Ainda em 2013 foi um dos curadores do Tu Frankenstein 2, durante a 59ª Feira do Livro de Porto Alegre, evento que reuniu diversos escritores em uma madrugada na Biblioteca Pública do Estado do RS para a produção de contos policiais, de suspense e horror. Também idealizou, com Christopher Kastensmidt e Cesar Alcázar, a Odisseia de Literatura Fantástica que ocorre na capital gaúcha. Em 2010 fundou com Cesar Alcázar a Argonautas Editora, especializada nos gêneros fantásticos, privilegiando o horror, a fantasia, o pulp e a ficção científica.


1. Olá, Duda. Obrigado por conceder essa entrevista ao blog. Desde que comecei a ler seus livros e contos, sempre tive uma dúvida: desde quando você escreve? Seus textos demonstram uma maturidade e domínio dos gêneros enorme. Por que você resolveu entrar no mundo das letras?

Oi, Marcos!
Primeiro quero agradecê-lo pela oportunidade de responder a entrevista. Muito obrigado pelo espaço. O Desbravadores de Livrosé um ótimo blog. Percebo que vocês têm compromisso com o leitor ao publicarem resenhas de qualidade.
Bom, para a primeira pergunta não considero que exista uma data exata. Esse é um processo contínuo que vem desde a infância. Sempre gostei de criar histórias. No início imitava quadrinhos, tentando ilustrar, dar sequência aos movimentos, às ações e escrever diálogos curtos. Aos doze anos, mais ou menos, minha professora de português solicitou uma daquelas redações de férias... Em vez de relatar como tinham sido minhas proezas do verão, escrevi uma aventura, bem ao estilo de espada e magia, inspirada na revista Espada Selvagem de Conan. Uma experiência inesquecível, já que a professora leu o meu texto em sala de aula. Percebi certa admiração dos colegas, e o texto foi parar na biblioteca da escola. No entanto, durante os anos seguintes, tive outros interesses que não só a literatura, por isso, minha primeira publicação feita por uma editora ocorreu somente em 2005.
Acho que entrar no mundo das letras acabou sendo uma maneira de interagir com o que eu lia. Afinal, o escritor é o produto de suas leituras e do mundo que compreende.


2. Você é graduado em história e mestre em estudos culturais; até onde sua formação acadêmica interfere na sua escrita?

Conhecer um pouco de história me auxilia, no mínimo, a evitar erros históricos de datas e lugares, personagens em lugares indevidos e certas contradições. Certamente, a História, como disciplina, contribui para assentar os elementos em espaços e tempos apropriados, mesmo que muitas vezes o escritor esteja trabalhando com gêneros fantásticos, como é o meu caso.

3. Você é um grande frequentador de antologias e já foi publicado por diversas editoras desse modo. Para você, qual o papel da antologia na divulgação dos autores da literatura brasileira contemporânea?

Publicar contos não é uma tarefa fácil. As grandes editoras, em geral, têm maior interesse na publicação de romances, assim como o leitor está menos acostumado a valorizar o trabalho do contista. As antologias cumprem um papel fundamental não só na divulgação dos autores, mas também na exposição de uma forma literária pouco estimada: o conto.

4. O gênero terror não é um dos mais preferidos entre os brasileiros. Vemos diversos romances melosos na lista dos mais vendidos, porém raramente encontramos um livro aterrorizante. Como estudante da cultura, você tem uma explicação para tal fenômeno? O que falta para que os livros de terror cheguem ao topo das listas de mais vendidos?

Não sei se estou muito preocupado em que o horror seja o gênero mais vendido. Penso que, se os meus livros chegam ao leitor que aprecia horror, meu objetivo foi atingido. Na música, por exemplo, não é todo mundo que gosta de heavy metal, mas esse estilo tem uma legião de fãs fiéis. Então, prefiro atingir o público fiel do gênero, pois é para ele que escrevo e não para conquistar um leitor que não tem interesse em minhas histórias. Quem gosta de narrativas românticas, simplesmente, não vai alterar suas preferências. Por natureza, o horror é underground. Observe, falo sobre o horror, aquele que possui a vertente weird em seu íntimo, não me refiro a narrativas que fazem de conta que são de horror, que usam monstros apenas para atingir de forma comercial o público leitor.

5. Você foi um dos fundadores da editora Argonautas, cujo foco é em narrativas épicas, fantásticas, de horror e ficção científica. Conte-nos mais sobre a editora e sobre os projetos da mesma.

Eu e meu amigo escritor, Cesar Alcázar, fundamos a Argonautas Editora. Sempre tivemos em mente fazer uma editora especializada em fantasia, horror e ficção científica. Na Argonautas não trabalhamos com outros gêneros literários. Nossa preocupação principal é com a qualidade da obra, com a liberdade do autor para criar e não com o lucro. Nosso principal projeto é a série Sagas. Cada volume é independente e possui uma temática central. Também estamos trabalhando em livros cuja temática é o universo do autor H. P. Lovecraft, por se tratar de um autor de primeira grandeza e encontrar-se em domínio público. O primeiro volume desse projeto foi o Ascensão de Cthulhu e, em 2015, lançaremos o livro Herdeiros de Dagon, que já está em produção.

6. Como um estudioso e leitor, quais são seus autores favoritos? Quais leituras você acha interessante para os escritores que estão começando?

Meus autores favoritos são: Edgar Allan Poe, H. P. Lovecraft, Robert E. Howard, Stephen King, Ray Bradbury e Neil Gaiman. Vale dizer que aprecio textos de muitos outros escritores. No entanto, a obra dos autores citados realmente faz a minha cabeça, são as narrativas que gosto de ler mais de uma vez e que acabam inspirando o meu trabalho. Indico esses mestres, o trabalho deles é fantástico.

7. Duda, de todos os livros que você já leu, qual você gostaria de ter escrito?

Meu amigo... Que pergunta difícil! Vou de Histórias extraordinárias – coletânea de contos do Edgar Allan Poe.

8. Analisando sua vasta obra, qual o conto você considera o seu melhor? Por quê?

Difícil avaliar o próprio trabalho. Se me permite, prefiro deixar as opiniões para o leitor.

9. Você pretende escrever algum livro mais longo de terror, fantasia ou algum dos outros gêneros que você se dedica?

Pretendo continuar investindo no gênero de horror com uma “pegada” weird e pulp. Já escrevi um novo livro de contos o qual pretendo lançar em 2015.

10. Duda, muito obrigado, novamente, por conceder essa entrevista. Agora o espaço é todo seu: deixe uma mensagem para seus leitores e futuros leitores, apresente um novo projeto, enfim... O palco é todo seu.

Eu é que agradeço a sua atenção e a disponibilidade de sempre, Marcos!
Muito obrigado pelo espaço!
Para finalizar, convido os leitores do Desbravadores de Livros para que visitem meu site: dudaescritor.wordpress.com . Lá vocês poderão ler resenhas sobre os meus trabalhos e ver minha atuação em atividades relacionadas à literatura, como a Odisseia de Literatura Fantástica e também o Tu Frankenstein, eventos que divulgam a literatura fantástica, as editoras e os autores que produzem nessa área.
Para adquirir o Mausoléu autografado, entrem em contato diretamente pelo meu e-mail: dudawfalcao@gmail.com
Um grande abraço!
Duda Falcão

http://desbravadoresdelivros.blogspot.com.br/2014/11/resultado-do-top-comentarista-de.html


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