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Resenha: Aposta fatal

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Título: Aposta fatal
Autor: Jean-François Parot
ISBN: 9788582860120
Editora: Vestígio
Ano: 2014
Páginas: 384
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Sinopse:

Nicolas Le Floch em trama sinistra na Paris do século XVIII. Em 1761, o jovem Nicolas Le Floch, vindo da Bretanha, chega a Paris e é contratado pelo Sr. de Sartine, superintendente-geral da polícia do rei Louis XV. Como investigador, Nicolas logo descobrirá a crueldade dos homens e a brutalidade das conspirações no mundo do crime parisiense, onde tudo gira em torno do jogo, da devassidão e do roubo, que se interligam por incontáveis labirintos.
O primeiro assassinato irá mergulhá-lo no cerne da podridão e de perversidades que envolvem um delegado corrupto, uma esposa saída de uma casa de prostituição, um cadáver no porão de uma residência na Rua dos Blancs-Manteaux, um carrasco, espiões, masmorras e necrotérios. E tudo isso pode acabar conduzindo-o à presença do rei e de sua favorita, Madame de Pompadour.
Uma investigação cheia de reviravoltas e revelações surpreendentes, que faz reviver a atmosfera, as ruas, os nobres e os mendigos, os ritos, os crimes e os mistérios da Paris do século XVIII.

Resenha:

Quando vi a capa desse livro e o título, fiquei curiosa para ler a obra; quando li a sinopse, a curiosidade apenas aumentou. O local onde acontece a trama é em Paris, no século XVIII, mais precisamente, em 1761. Nosso querido personagem é Nicholas Le Floch. Sua história é bastante sofrida desde cedo. Aos quinze anos de idade ele ficou órfão e então Marquês Rareuil, seu padrinho, prestou-lhe os devidos cuidados.

A história é muito densa por ser carregada de sofrimento. Enquanto lemos a obra, desejamos que Nicholas seja um homem de sucesso em todas as suas áreas. Porém, é em seu lado sentimental que a coisa não anda tão bem quanto gostaria. Ele se apaixonou por Isabelle, por quem não poderia nutrir nenhum sentimento além de amizade. Isabelle é filha de seu padrinho e este jamais aceitaria a relação dos dois. 
Após alguns anos, Marquês o envia para Paris, onde a história toma o devido rumo e tudo passa a acontecer. Nicholas é encarregado de uma investigação pelo superintendente-geral da polícia da cidade de alguns documentos do Rei que precisam ser encontrados. Não obstante, ele terá de investigar o desaparecimento do delegado, o Sr. Lardin. Ele está desaparecido há três dias e ninguém, sequer, tem notícias de seu paradeiro.
“Uma jovem disfarçada precipitou-se para Nicolas; depois de beijá-lo, murmurou ao seu ouvido 'você é triste como a morte' e lhe ofereceu a máscara grotesca de um esqueleto” (p.56).
Não se sabe, mas será que existe relação entre o desaparecimento dos documentos do Rei e do Sr. Lardin? Isso será respondido apenas com a leitura ávida dessa obra. É no decorrer da trama que podemos observar as podridões e as perversidades que Nicholas irá se deparar. Um delegado corrupto, sua esposa uma ex prostituta e que, além disso, tinha vários casos. Um ciclo interminável de podridão, com a presença de um corpo na Rua dos Blancs-Manteaux, além de um carrasco, espiões e uma teia sem fim desse labirinto da corrupção.

Quando desvendamos as sujeiras das pessoas, consideraríamos como algo normal. Mas, e se essa pessoa for alguém por quem você tem um grande apreço? Aí a coisa muda de lado e o que era para ser apenas uma descoberta, torna-se algo intenso e apavorante. Nicholas verá que ele não pode confiar em ninguém, até mesmo em sua própria sombra.
A descrição do autor sobre os cenários é algo magnífico e esplêndido. Parece que embarcamos em Paris e estamos desvendando o assassinato juntamente com Nicholas. Sem falar na descrição dos cadáveres que Parot faz de modo imensurável.
“As pessoas ficam rebentando e é então que têm maior vontade de verter, é a vida. É também quando eu tenho mais lucro” (p.165).
A diagramação da obra permanece a mesma e é bastante confortável. No início de cada capítulo, somos brindados com várias frases. Isso torna a leitura mais curiosa ainda do que poderia ser. A capa eu achei linda, bem coisa da época do livro mesmo, e um típico jogo de apostas, como não poderia faltar.

Antes de ler esse livro, nunca tinha tido acesso algum com obras do autor e, para ser sincera, fiquei admirada com sua escrita e com a forma que ele envolveu tantos personagens nesse trabalho. Se você gosta de histórias mirabolantes, com finais imprevisíveis e uma bela pitada de emoção: você não pode deixar de ler esse livro, faço uma aposta fatal contigo! 


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