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Resenha: Dexter – A mão esquerda de Deus

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Título: Dexter – A mão esquerda de Deus
Autor: Jeff Lindsay
ISBN: 9788576653455
Editora: Planeta
Ano: 2008
Páginas: 260
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Sinopse:

Dexter Morgan é um educado lobo vestido em pele de ovelha. Ele é atraente e charmoso, mas algo em seu passado fez com que se transformasse numa pessoa diferente. Dexter é um serial killer. Na verdade, é um assassino incomum que extermina apenas aqueles que merecem. Ao mesmo tempo, trabalha como perito da polícia de Miami... Em Dexter, a Mão Esquerda de Deus, o livro que deu origem à aclamada série de TV, o adorável matador depara-se com um concorrente de estilo semelhante ao seu, encanta-se e incomoda-se com ele, prevê seus passos... A escrita requintada de Jeff Lindsay nos faz mergulhar na mente de um dos personagens mais ambíguos da história da literatura de suspense. Nunca o macabro foi tratado com tanto refinamento e leveza. Dexter Morgan é uma obra-prima.

Resenha:

O que falar sobre o personagem Dexter Morgan de um jeito que pareça imparcial? Afinal, minha admiração por esse protagonista é imensurável graças a essa maneira fria de lidar com as coisas e, principalmente, por fazer a justiça divina de um modo diferente. Ele é tudo aquilo que uma pessoa abominaria em outra, menos eu, claro.

É difícil falar dessa série, não porque é ruim; pelo contrário. Ela é tão boa que fico com receio de fazer uma resenha que não esteja à altura do que ela merece. A forma fria de ele ser e o jeito forçado em ser educado ao tratar as pessoas são incríveis e fazem dele um personagem único e inesquecível.

Dexter é analista de borrifos de sangue, trabalha para a polícia de Miami. Através de sua atividade, ele tem a oportunidade de ficar ciente de todos os crimes que estão acontecendo na cidade e, claro, saber as devidas informações das suas vítimas. Afinal, ele é um serial killer. Porém, ele é diferente de todos que alguém já ouviu falar. O protagonista assassina pessoas que praticam alguma espécie de crime e que faz mal à sociedade, de alguma forma.
“Eu me senti bem melhor. Era sempre assim, depois. Matar faz com que me sinta bem” (p.20).
Dexter vive praticamente sozinho, ele é órfão e a única coisa que tem no mundo é sua irmã Deborah. Além dela, ele tem uma namorada chamada Rita. Contudo, esse relacionamento não é tão comum como estamos habituados a ver. O fato é que Dexter é um Sheldon Cooper no sentido sentimental ou até pior. Afinal, Sheldon Cooper não admite, mas sente falta da atenção de Leonard, ambos personagens da série The Big Bang Theory. Dexter não é apenas retraído, ele simplesmente não sente. Ele cresceu assim, foi educado dessa forma; Morgan não sente a atração e nem amor que uma pessoa sentiria pelo sexo oposto em um relacionamento amoroso.

Ele gosta de tudo no lugar. Dexter leva uma vida organizada baseada em trabalho e assassinatos nas horas vagas. Porém, quando tudo parece estar sob controle eis que surge um serial killer e tormenta o seu sono. Ele sofre com diversos pesadelos e a possível presença desse serial o persegue o tempo todo.
“Qualquer pessoa pode ser atraente, se não se incomoda em fingir e dizer todas as coisas idiotas, óbvias e nauseantes que a consciência impede que a maioria diga. Felizmente, eu não tenho consciência. Por isso, digo tudo” (p.32).
Quando o protagonista menos espera, o serial deixa pistas e faz com que Dexter se sinta ansioso para conhecê-lo. Diferente das outras pessoas, ele é alguém em que Morgan admira e até mesmo sente uma ponta de inveja. Afinal, o serial killer mata suas vítimas e retira todo sangue dos corpos. Ele tira da cena do crime a especialidade de Dexter e isso faz com que este busque, de todas as formas, descobrir como e quem é essa pessoa tão genial para Dex.

Confesso que fiquei dividida entre o meu carinho pelos personagens. Se tivesse que eleger o meu preferido, seria praticamente impossível. Pois, tanto Dexter quanto o serial killer me atraíram de um jeito inexplicável. Tinha momentos que eu torcia para que ninguém tocasse em nenhum dos dois e tinha outros que eu torcia mais pelo serial do que pelo próprio Dex.
Quanto mais lemos a obra, mais desejamos continuar. É viciante, um ciclo que é impossível parar sem antes sabermos o que acontecerá. Porém, no meu caso, eu já sabia tudo o que iria acontecer. Existe a série baseada nos livros de Jeff Lindsay e eu assisti algumas temporadas. Contudo, mesmo sabendo, eu queria ler minuciosamente a narrativa de Jeff e, nossa, a série seguiu detalhes do livro que jamais poderia imaginar. É impecável! Perfeito!

Essa capa é excepcional, adorei cada detalhe dela. Acredito que só poderia melhorar esse sangue descendo pela última letra, está um pouco artificial; talvez. A diagramação é excelente. Bem simples, mas o espaçamento, o tamanho da fonte e as folhas proporcionam uma leitura rápida e deliciosa. E, por falar em folhas, elas são amareladas e é um modelo que torna o livro bem leve. Ele tem 260 páginas, mas, pela leveza, parece que tem apenas umas 150. A revisão não é perfeita, tem alguns erros e algumas palavras separadas, mas são apenas meros detalhes.
“Presa na porta da geladeira com um dos pequenos ímãs em forma de fruta tropical, estava a cabeça de uma boneca Barbie. Eu não lembrava de ter colocado aquilo lá. Não lembrava sequer de ter uma. Era o tipo de coisa de que eu me lembraria” (p.123).
Se tivesse que recomendar um livro, sem titubear, seria esse. Só uma recomendação: não leia antes de dormir. Ele, com certeza, tirará o seu sono. Cuidado, é viciante!



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