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Resenha: Mentirosos

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Título: Mentirosos
Autora: E. Lockhart
ISBN: 9788565765480
Editora: Seguinte
Ano: 2014
Páginas: 271
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Sinopse:

Cadence vem de uma família rica, chefiada por um patriarca que possui uma ilha particular no Cabo Cod, onde a família toda passa o verão. Cadence, seus primos Johnny e Mirren e o amigo Gat (os quatro "Mentirosos") são inseparáveis desde os oito anos. Durante o verão de seus quinze anos, porém, Cadence sofre um misterioso acidente. Ela passa os próximos dois anos em um período conturbado, com amnésia, fortes dores de cabeça e muitos analgésicos, tentando juntar as lembranças sobre o que aconteceu. "Emocionante, bonito e devastadoramente inteligente, 'Mentirosos'é absolutamente inesquecível." - John Green, autor de "A culpa é das estrelas""Uma história assombrosa sobre como as famílias vivem suas próprias mitologias. Triste, maravilhosa e real." - Scott Westerfeld, autor de "Feios".

Resenha:

Quando recebi o convite para ler esse livro, li a sinopse e fiquei curiosa para conhecer o mundo dos Sinclair e desvendar os mistérios de Cadence. Parece até clichê iniciar a resenha falando de expectativa alta, porém, foi exatamente assim que tudo começou. O que mais se falava na blogosfera era desse livro e nas redes sociais também. Havia uma epidemia de Mentirosos e eu estava afoita para saber o porquê de tanto favoritismo e tanto alvoroço.

Os Sinclair são uma família renomada e prezam pela tradição, mesmo estando em decadência, porém, eles se recusam a admitir isso. Uma das tradições é, todo ano, passarem o verão na ilha Beechwood com as três filhas e os netos do patriarca Harris.

A obra é narrada por uma das netas de Harris: Cadence. Ela é uma garota que tem apenas dezoito anos, porém, já vivenciou coisas que gente adulta talvez não suportaria. Ela é a neta primogênita e a principal herdeira da família. Jhonny e Mirren são primos de Cady e os três são muito apegados. O quarto integrante do grupo é Gat, o único que não pertence à família. Todavia, eles o tratam como se fosse um irmão, com exceção de Cady, já que eles são namorados.
“– Você entende, Cady? O silêncio é uma camada protetora sobre a dor” (p.43).
A família Sinclair tem um estereótipo que todos devem ser jovens brancos, altos, loiros e perfeitos. Isso não acontece com Gat, ele é totalmente o oposto do perfil dos Sinclair: tem ascendência indiana. Cadence se apaixona por ele, não apenas por essa diferença física, mas pela diferença das suas ideias e pelos seus questionamentos a respeito dessa vida de privilégios que a família leva.

A vida de Cadence muda completamente quando ela sofre um acidente no verão dos seus quinze anos. Seus próximos dois anos são conturbados, longe da ilha, e ela não se lembra de nada do seu passado. Além disso, a garota sente fortes dores na cabeça, reflexo de algo que ela sequer sabe o motivo. Quando ela retorna para a casa do avô, seu objetivo é tentar lembrar-se de tudo o que aconteceu, já que as pessoas de sua família evitam falar sobre o ocorrido.

A obra é carregada de emoção e é impossível largar o livro sem antes descobrir o que acontece com Cadence. Na realidade, o melhor a ser feito é não tentar matar as charadas que a autora solta no decorrer da obra. Infelizmente, na metade do livro eu já desconfiei. Porém, não fiquei atrás de entender os porquês. Apenas lia, devorava a obra com a intenção de terminá-la e desvendar tantos mistérios. Quando descobri que o desfecho era o que de fato imaginei, confesso que a obra não atingiu o ápice. Ansiava por algo diferente do que previ, embora o final seja realmente distinto de tudo o que já li. A autora fez uma reviravolta que emociona, quando realmente não se espera ou se deduz o término do livro.
“Um caminhão passa por cima dos ossos do meu pescoço e da minha cabeça. As vértebras se rompem, o cérebro estala e vaza. Milhares de lanternas piscam em meus olhos. O mundo se inclina” (p.48).
Quando você inicia a leitura, imagina que a obra tem como escopo narrar uma família reunida durante os verões e, mais ainda, adolescentes reunidos para se aventurarem. Contudo, engana-se quem pensa dessa forma. É nisso que a autora surpreende e prega muitas peças para quem acredita que o foco é esse. Além do romance entre Cady e Gat, a autora foca em problemas familiares, em ambição que os Sinclair sentem e disputam com unhas e dentes por uma herança. O egocentrismo da mãe de Cady é tão horrendo que chega a ser repugnante e acredito que essa seja a lição que ela quer nos passar.

O livro é pequeno, todavia, a obra é carregada de detalhes, reviravoltas e charadas. Além de tudo isso, Lockhart nos brinda com uma dose extra de prosa lírica. A capa é diferente, tem um aspecto metalizado. O título da obra é bem sugestivo e abre campo para diversos pensamentos. A diagramação está linda e o mapa da ilha é incrível.

Para quem ficou na expectativa de conhecer esse livro, sugiro que não leia mais nada, além disso. Evite informações, não queira maiores contatos. Na própria obra é recomendado isso. Então, siga esse conselho e não se preocupe com os detalhes.
“– Ainda sente falta da vovó? [...] Porque eu sinto. Nunca falamos sobre ela.
– Uma parte de mim morreu. [...] E era a melhor parte” (p.139).

Uma informação nada curiosa:
Quando concluí a obra fiquei irritada e precisava conversar com alguém. Recorri ao Marcos e o esgotei de mensagens. O convenci a ler o livro o mais rápido possível, afinal, ainda estou desesperada para esvaziar as ideias e desabafar sobre o final. A editora criou um hotsite para aqueles que desejam conversar sobre a obra, só clicar aqui. Porém, prefiro aguardar o Marcos ler o livro e debatermos opiniões pelo WhatsApp.  


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