Título: As Crônicas de Nárnia
Autor: C. S. Lewis
Editora: WMF Martins Fontes
ISBN: 8533622104
Ano: 2006
Páginas: 752
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Sinopse:
Viagens ao fim do mundo, criaturas fantásticas e batalhas épicas entre o bem e o mal - o que mais um leitor poderia querer de um livro? O livro que tem tudo isso é O leão, a feiticeira e o guarda-roupa, escrito em 1949 por Clive Staples Lewis. Mas Lewis não parou por aí, seis outros livros vieram depois e, juntos, ficaram conhecidos como As crônicas de Nárnia.
Nos últimos cinquenta anos, As crônicas de Nárnia transcenderam o gênero da fantasia para se tornar parte do cânone da literatura clássica. Cada um dos sete livros é uma obra-prima, atraindo o leitor para um mundo em que a magia encontra a realidade, e o resultado é um mundo ficcional que tem fascinado gerações.
Esta edição apresenta todas as sete crônicas integralmente, num único volume magnífico. Os livros são apresentados de acordo com a ordem de preferência de Lewis, cada capítulo com uma ilustração do artista original, Pauline Baynes. Enganosamente simples e direta, As crônicas de Nárnia continuam cativando os leitores com aventuras, personagens e fatos que falam a pessoas de todas as idades, mesmo cinquenta anos após terem sido publicadas pela primeira vez.
Resenha:
Geralmente eu procuro conhecer o livro para depois conhecer o filme, principalmente porque a obra é sempre mais completa e mais trabalhada. Contudo, nesse livro em particular, eu segui o caminho inverso. Não por vontade própria, mas por ignorância. Quando assisti ao primeiro filme baseado nas famosas crônicas, não sabia a sua origem. Só fui descobrir depois do segundo filme. Então, após essa descoberta – o que se deu anos atrás, essa resenha está bem atrasada –, não pude deixar de ler a obra.
O mundo criado por C. S. Lewis é um dos melhores reinos fantásticos existentes. Lá a magia é algo natural, impregnada de tal maneira que seria impossível conceber Nárnia sem essa beleza mágica. Não obstante, o autor mistura muito de nossa mitologia e religião na construção da obra, o que a torna um compêndio a ser seguido por autores fantásticos.
A principal diferença entre o livro e os filmes é que na obra escrita nós conhecemos Nárnia desde o seu princípio, o que nos torna muito mais íntimos desse mundo fantástico. Quem lê o livro entende melhor determinadas atitudes dos personagens, pois compreende melhor a essência de tudo. Esse aprofundamento, no entanto, não é tão completo na obra cinematográfica.
“As bruxas em geral são assim. Não estão jamais interessadas nas coisas ou nas pessoas, mas na utilidade eventual dessas” (p. 44).
Outro ponto que deve ser levado em consideração é a riqueza que foi renegada pelas adaptações. Há crônicas que são encantadoras – até mais das que foram adaptadas –, mas infelizmente não foram parar nas telonas. Então, o leitor da obra ganha um presente do autor, pois no livro a magia é muito mais profunda e bela.
Outro ponto a favor do livro é a qualidade dos personagens. Além dos já conhecidos Lúcia, Susana, Edmundo e Pedro, descobrimos outras figuras interessantíssimas na mitologia narniana. E todos esses personagens são bem aprofundados e trabalhados. E o que mais me chamou a atenção foi a perspectiva de que nem mesmo os heróis – com exceção de Aslam – são perfeitos. Todos eles são essencialmente humanos, falhos e que precisam lutar para permanecerem bons. Afinal, o lado negro da força é bem tentador.
Não obstante essa variedade de personagens incríveis, C. S. Lewis presenteia o leitor com uma escrita simples e descomplicada, tornando a leitura agradável e incrível para crianças e adultos. Além disso, a editora ainda caprichou trazendo ao público um livro ilustrado e com uma diagramação agradável.
“Edmundo, já meio incomodado por ter comido tanto manjar turco, sentiu-se ainda pior ao ouvir dizer que a dama da qual se tornara amigo era uma perigosa feiticeira. Mas, lá no fundo, o que mais desejava era voltar para fartar-se daquele maravilhoso manjar” (p. 119).
Não há como não recomendar As Crônicas de Nárnia. Para esse livro não há idade, crenças, ideologias; há apenas futuros fãs.
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