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Resenha Premiada: Entre Quatro Poderes

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Título: Entre Quatro Poderes
Autores: Grupo (Sic)
ISBN: 9788542803518
Editora: Novo Século
Ano: 2014
Páginas: 248
Compre: aqui
Sinopse:
O prefeito de Suares, uma pequena cidade do estado de São Paulo, passa por um momento crítico. Com a Polícia Federal em sua cola e sua vida pessoal desmoronando, o império construído com sangue e mentiras está prestes a ruir. Churrasco, envolto pelas sombras da vida pública, descobriu da pior forma possível que a caminhada de um político pode ser solitária e que cada decisão tem um preço. Só resta saber o quanto ele está disposto a pagar. No final das contas, todos conhecem a vida do homem público, mas sempre existe a história por trás da história.

Resenha:

Entre Quatro Poderes, coincidência ou não, foi escrito por quatro escritores jornalistas: Anderson, Débora, Khadidja e Rodrigo. Através da trajetória jornalística, foi criada uma vivência entre eles e, com isso, surgiu a ideia da escrita de um livro coletivo. Vale salientar que a obra é fictícia, no entanto, não estranharia se me deparasse com um acontecimento semelhante por este país repleto de corrupção.

Política nem sempre é um assunto desejado por muitos, como já mencionei em Um país semexcelências e mordomias. No entanto, ele predomina em todos os lugares que passamos, desde o nascimento de um indivíduo até a sua morte. Não existe um ser humano que não sofra consequências de um mau governo. Esse extremismo até assusta, mas é a pura realidade. Dessa maneira, não poderia ser diferente no livro Entre Quatro Poderes. Afinal, quem está no poder faz de tudo para não sair; quem não está e deseja entrar se envolve de modo mais desafiador e não mede esforços para atingir o objetivo de estar no comando.
“– Ok. Vamos Começar a virar esse jogo agora então. Hoje à noite, depois da carreata, você chama os seguranças e peça pra eles darem uns cinco tiros no meu carro – propôs Pimenta” (p.26).
Tudo começa com “Churrasco”, o atual prefeito de Suares, uma pequena cidade de São Paulo. Ele está passando por um momento crítico com a Polícia Federal querendo prendê-lo. A obra começa pelo final e, no primeiro instante, já sabemos o que acontecerá com o atual prefeito. Porém, mais personagens são acrescidos no decorrer da obra, o que nos anima para prosseguir com a leitura, já que o clímax da história de “Churrasco” parece ser apagado por conta de sabermos o seu desfecho. Há quem discorde disso, no entanto, não senti a mínima curiosidade de saber sobre ele, afinal, eu já sabia o principal e isso não me despertou interesse pelos detalhes.

Diferente do desfecho de “Churrasco”, os demais personagens atraem o leitor para saber o que acontecerá com cada um. Temos a presença da delegada que é astuta e sagaz, que deseja a todo custo fazer justiça pela morte do pai. Somos apresentados, também, ao irmão de “Churrasco”, Cláudio; é até difícil de definir qual dos dois consegue ser mais corrupto que o outro. Cada personagem tem uma história diferenciada e os autores conseguiram com êxito criar uma personalidade marcante, embora os diálogos tenham ficado parecidos em alguns momentos. Em determinadas partes, parecia que um estava tentando imitar o outro pela forma de falar e agir, o que poderia ser considerado como um diálogo superficial por alguns leitores.
“Os dois caminhavam em passos curtos. Antes de dobrarem o contorno da praça, um disparo foi ouvido. Naquele momento, Zé Ribeiro tomava um tiro fatal pelas costas. Quando não mais se imaginava outro escândalo, Suares tinha na véspera da eleição o futuro prefeito assassinado” (p.30).
Além de o livro abordar sobre política, não poderia deixar de fora o que acontece por baixo dos panos. Licitação é um meio rápido e corriqueiro de desviar verbas e, claro, adquiri-las para si. Essa ficção não é uma mera coincidência com a nossa realidade. Inúmeros políticos agem desse modo e com naturalidade, conseguem encostar a cabeça em seus travesseiros e dormir com facilidade.
A obra é uma espécie de tapa na cara da sociedade. É uma maneira de nos fazer enxergar o que já sabemos que acontece, mas muitos preferem vendar os olhos e fingir que nada disso existe. Pessoas são manipuladas e se deixam corromper para estar no poder. Isso acontece com “Churrasco”, um garoto que era humilde e cresceu ambicionando ter riquezas. Ele acaba se tornando o líder de um partido “mal lavado” e as coisas tendem a ficar péssimas para ele. Ambição e egocentrismo são palavras frequentes na vida atual do personagem. Contudo, o mundo dá voltas e aquela pessoa que aparentemente era ingênua e fraca, poderá ser a que cobrará a justiça.
“– O Cláudio nunca fez nada gigantesco por você. E outra: qualidades todo mundo tem. Até o Hitler tinha as dele. Você só precisa perceber se os objetivos de vida deles são os mesmos que os seus” (p.157).
A diagramação é bem diferente e a numeração das páginas fica no meio da folha, na vertical, essa ideia ficou bem criativa. Em cada capítulo, temos uma passagem da Bíblia ou uma frase que nos faz refletir sobre o tema. A capa é bastante chamativa. Porém, com meu transtorno compulsivo por limpeza e organização estilo Adrian Monk, fiquei agoniada para tirar esse mofo e desejava que o tomate estivesse limpo. A capa está linda, mas a verdade é que esse tomate estragado me incomodou porque ele não deveria ficar. Contudo, infelizmente, a corrupção é o que predomina e a podridão é praticamente impossível de evitar. Logo, esse trabalho estético fez jus à obra e não poderia ser diferente.

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