Título: Wild Cards – O começo de Tudo
Autor e editor: George R. R. Martin
ISBN: 9788580445107
Editora: Leya
Ano: 2013
Páginas: 480
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Sinopse:
Em 1946, um vírus alien que reescreve o DNA humano é acidentalmente lançado aos céus de Nova Iorque, matando 90% dos que têm contato com ele. Entretanto, 9% sofrem mutações que os transformam em criaturas deformadas (conhecidos como Coringas) e o 1% restante (conhecidos como Ases) obtém super poderes. Uma parcela dos Ases é chamada de Dois, são os que adquiriram super poderes ridículos ou insignificantes. O vírus transportado pelo ar por fim se espalha sobre todo mundo, infectando dezenas de milhares de pessoas. Fazem parte da série contos e romances-mosaico que compartilham um mesmo universo ficcional. Criada por um grupo de escritores americanos foi reunida e editada pelo autor best-seller George R.R. Martin.
Resenha:
Presenciei inúmeras resenhas negativas desse livro. Você até poderia pensar que a minha seria diferente da grande massa; porém, ledo engano. Estava ansiosa para ler, contudo, confesso que não foi tudo o que imaginei. O livro nada mais é do que um amontoado de autores com uma série de contos que, por vezes, torna a leitura arrastada e é preciso muita força de vontade para não desistir.
Podemos contemplar uma quebra de ritmo na leitura e isso desgasta o leitor e o sentimento de revolta só cresce. Afinal, quando nos deparamos com o nome de George R. R. Martin estampado na capa, torna-se um grande estímulo aos fãs do autor. Sem contar com a sinopse bem chamativa contida na contracapa ao mencionar a presença de guerra e poder. Certamente, a junção de ambos é um atrativo para ter a obra em mãos, entretanto, a decepção acompanha como brinde.
“Ele devia ser um alienígena, certo? Nós o examinamos. Exame físico completo, raios X, uma bateria de testes psicológicos, tudo. O resultado foi humano. Não importava como o virávamos, o resultado era humano. Nada de órgãos extras, nada de sangue verde [...]. O desgraçado não era diferente de você ou de mim. Falava inglês, por Deus”.
O livro conta a história da humanidade após o fim da Segunda Guerra Mundial, quando um meteoro atinge Nova Iorque e libera um vírus alienígena. Esse vírus é chamado de Carta Selvagem e tem o poder de alterar o DNA dos seres humanos matando 90% dos que têm contato com ele. Ainda, 9% dos indivíduos acabam sofrendo mutações, sendo estes conhecidos como Coringas; e os demais acabam possuindo poderes sobrenaturais, denominados de Ases. A obra tinha tudo para ser um sucesso, uma história envolvente e impactante, mas que deixou a desejar com a promessa contida na sinopse.
Embora a premissa seja interessante e atrativa, como já mencionei, alguns contos foram desnecessários e nada acrescentaram na obra. O excesso de autores torna tudo cansativo e algumas partes desconexas. Entretanto, mesmo ocorrendo isso, vale ressaltar o ponto positivo; sim, ele existe: alguns personagens se repetem nos contos. Logo, aqueles que temos afinidade na leitura não desaparecem, o que não nos deixa abandonar a leitura.
“Você pode cantar a dor
Você pode cantar a tristeza
Mas nada trará um novo amanhã
Ou mandará o ontem embora”.
Outro ponto positivo que achei incrível foi a ideia para a criação do livro elaborada por Martin. O intuito era criar um universo semelhante a um jogo de RPG. Os que jogam, certamente, irão se interessar pela obra desde o início. No meu caso, nunca joguei, mas tenho um pouco de conhecimento e acho interessante, pretendo jogar um dia. Essa obra é um grande incentivo para quem nunca embarcou nesse universo.
Cada capítulo é escrito por um autor. Esse livro é uma série de 22 obras, porém, mesmo me incentivando para o lado do jogo RPG, não tenho interesse algum em dar continuidade à leitura dessa “interminável” série. Contudo, se você curte livros com uma pitada sobrenatural e com super-heróis, certamente, poderá ter uma visão bem diferente da minha. Indico a leitura e espero que você volte para dar uma opinião sobre o mundo de Wild Cards.
“Um deles me deu uma aula sobre como germes da Terra nunca poderiam afetar marcianos como naquele livro de H.G. Wells, e germes marcianos também não podiam nos afetar. Todos concordaram em que essa coisa de sintomas aleatórios era risível. Então, o que deveríamos fazer? Todos fizemos piada sobre a gripe marciana e a febre do espaçonauta. Alguém, não lembro quem, chamou-o de vírus carta selvagem em um relatório e o restante de nós passou a usar o nome, mas ninguém acreditou nisso por um segundo”.