Título: Parede de Escudos
Autor: Eduardo Kasse
Editora: Draco
Ano: 2012
Páginas: 19
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Sinopse:
A guerra era constante e moldou a Britannia. Sangue e suor fizeram parte da alquimia da ilha de desde os primeiros anos da colonização humana. E no século VI uma data “provável” para a existência de Artur as batalhas estavam cada vez mais ferozes. A vida e a morte, a escravidão e a liberdade dos povos eram decididos nas paredes de escudos.
Resenha:
Eduardo Kasse não cansa de me surpreender. Depois de livros com um ar sobrenatural e contos que misturam guerras e fantasia, o autor, dessa fez, criou um conto aproveitando o universo da Britannia e do rei Artur. E, para variar, o resultado foi excelente.
Tudo começa quando os homens de Artur estão voltando de uma batalha para encontrar com o rei. Porém, o caminho para o descanso não seria fácil. Quando menos esperavam, eles se deparam com um grupamento bárbaro e recebem a seguinte proposta: ou se entregam, ou morrem. Porém, para um guerreiro, se entregar nunca é uma opção.
Diante desse cenário, o autor consegue trabalhar incrivelmente bem a cena da batalha. Conseguimos enxergar os movimentos dos combatentes, a fúria dos bárbaros e a força que a morte exerce nos momentos de pressão. Não há um aprofundamento dos personagens, o que, desta vez, é algo bom, já que são poucas páginas e o autor preferiu privilegiar as cenas de ação.
Assim como todos os livros do Kasse, eu recomendo fortemente esse conto. E, para mim, ele só deve um defeito: ele acabou.
Alguns quotes:
“Odeio elmos. Mesmo sob um sol tímido o metal esquenta demais. E as placas faciais atrapalham a visão. Mas, eles já me salvaram a vida um bocado de vezes. Espadas já resvalaram na minha testa, martelos teriam estraçalhado o meu crânio, lanças teriam perfurado a minha nuca. É... Eu já deveria ter morrido há muito tempo”.
“O cheiro de merda e sangue é o perfume da batalha. E essas imundícies se impregnam nas nossas botas, na nossa pele”.
“Ele deu um longo arroto, pegou seu machado e bradou com um sorriso largo no rosto:– Então vamos matar esses filhos de uma cadela!”.
“(...) Em uma guerra, erros não podem ser cometidos”.
“Porém, não éramos os coelhos indefesos que eles esperavam. E as pontas das espadas e das lanças e os elmos bem polidos reluziam como dentes prateados, mesmo sob os tímidos raios de sol”.