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Resenha: Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil

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Título: Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil
Autor: Leandro Narloch
ISBN: 9788562936067
Editora: LeYa Brasil
Ano: 2011
Páginas: 367
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Sinopse:

Existe um esquema tão repetido para contar a história do Brasil, que basta misturar chavões, mudar datas ou nomes, e pronto. Você já pode passar em qualquer prova de história na escola. Nesse livro, o jornalista Leandro Narloch prefere adotar uma postura diferente que vai além dos mocinhos e bandidos tão conhecidos. Ele mesmo, logo no prefácio, avisa ao leitor: "Este livro não quer ser um falso estudo acadêmico, como o daqueles estudiosos, e sim uma provocação. Uma pequena coletânea de pesquisas históricas sérias, irritantes e desagradáveis, escolhidas com o objetivo de enfurecer um bom número de cidadãos."É verdade: esse guia enfurecerá muitas pessoas. Porém, é também verdade que a história, assim, fica muito mais interessante e saborosa para quem a lê.

Resenha:

Apesar de ser da área de letras, eu sempre fui apaixonado por história. O amor por essa matéria é tanto que eu pretendo, futuramente, fazer minha segunda graduação nessa área. Então, quando saiu esse livro do Leandro Narloch, eu não pude deixar de comprar e conferir. E, felizmente, não me arrependi.

Narloch se propõe a quebrar paradigmas propostos há muito e eternizados desde então. Ele brinca com personagens brasileiros que no imaginário popular são verdadeiros heróis intocáveis. Porém, depois de analisarmos algumas pesquisas apresentadas, percebemos que esses heróis, antes de tudo, eram humanos e tinha falhas como todos nós. Aliás, muitos deles tinham falhas sérias de caráter.
Uma das pesquisas apresentadas no livro foi sobre os índios brasileiros. Ela mostra uma faceta diferente da colonização, tirando o estigma perpétuo e imutável de vítimas esmagadas que recaem sobre eles. O autor mostra as guerras realizadas entre nativos em nosso território, sem a ajuda do europeu, e que quase dizimaram muitas tribos. E defende também que o europeu não tem culpa por ter contaminado os índios com suas “doenças”, mostrando que o homem branco também foi contaminado por mazelas desconhecidas. Cabe ressaltar que o autor não diz que o índio não foi vítima do europeu, pois de fato foi, mas as coisas não se deram exatamente como se conta por aí...
“Existe um esquema tão repetido para contar a história de alguns países que basta misturar chavões, mudar datas, nomes de nações colonizadas, potências opressoras, e pronto. Você já passa em qualquer prova de história da escola e, na mesa do bar, dar uma de especialista em todas as nações da América do Sul, África e Ásia” (p. 24).
Outra pesquisa apresentada e que me agradou bastante foi sobre Santos Dumont. No capítulo dedicado a esse herói nacional, Narloch tenta comprovar que não foi o brasileiro quem inventou o avião. Quem já pesquisou um pouco mais sabe que isso não é novidade para ninguém, porém, aqui em terras tupiniquins, mencionar tal fato pode ter levar à fogueira.

Demais outras pesquisas foram propostas, mas não é possível me alongar, pois tiraria a graça do livro. Porém, na obra você pode conhecer melhor a história dos escravos africanos, do Zumbi, do Machado de Assis e outros escritores; a ditadura e nossos comunistas também ganham um capítulo, assim como a guerra do Paraguai. Porém senti falta de outros pontos polêmicos da nossa história que poderiam ser trabalhados. Então fica a minha proposta para um segundo livro.
O principal motivo que me fez gostar da obra foi a forma como a história brasileira é apresentada. Apesar da farta bibliografia, o autor não recorre a uma escrita acadêmica. Pelo contrário, ele constrói o livro com uma escrita simples e acessível, e, principalmente, um tanto irônica. Essa forma de escrever torna o livro uma boa leitura tanto para adolescentes em fase escolar quanto para adultos.
“Se fossem escravizados pelos fazendeiros, os índios poderiam entrar na justiça e requerer a liberdade. Frequentemente ganhavam. A escravidão indígena tinha sido proibida pelo rei dom Pedro II de Portugal em 1680, e vetada novamente, um século depois, pelo marquês de Pombal, primeiro ministro português” (p. 45).
Além do bom conteúdo, a parte gráfica do livro chama muito a atenção. A capa é muito bonita, a diagramação é incrível e o espaçamento e as letras são de tamanhos satisfatórios. Além disso, a revisão foi muito bem executada. Ou seja, tudo contribui para uma boa leitura.

Com certeza indico a leitura dessa obra, porém, deixo uma recomendação: não a tomem como uma verdade absoluta; observe os argumentos, analise as fontes e tire suas próprias conclusões. Exercer um pensamento crítico é sempre uma boa aposta.

Outras fotos:




http://desbravadoresdelivros.blogspot.com.br/2015/02/top-comentarista-de-fevereiro.html

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