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Resenha: Diálogos impossíveis

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Título: Diálogos impossíveis
Autor: Luis Fernando Veríssimo
ISBN: 9788539004133
Editora: Objetiva
Ano: 2012
Páginas: 176
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Sinopse:
Diálogos Impossíveis - Drácula e Batman discutem no asilo. Robespierre tenta subornar o carrasco. Goya e Picasso conversam sob o sol da Côte d’Azur. Juvenal planeja matar a mulher, Marinei, que o despreza. A recém-casada Heleninha pede conselhos ao urso de pelúcia. Qual um existencialista dotado de senso de humor, Verissimo persegue em suas crônicas o absurdo que marca a existência humana – salvo engano, a única que se preocupa com o seu propósito, o seu término e se alguém está falando demais na hora do pôquer. Em nenhum momento essa maldição se torna mais evidente do que na hora em que o homem abre a boca. Então, o que era para comunicar acaba é “estrumbicando”. Nas crônicas reunidas neste volume, Luis Fernando Verissimo escreve sobre impossibilidade, incomunicabilidade e mal-entendidos. Escreve, enfim, sobre a vida.

Resenha:
As obras de Veríssimo são de arrancar suspiros, isso não há como negar. São crônicas que fazem alguns leitores pensar: “poxa, por que não escrevi isso antes?”. Quando li As mentiras que os homens contam já imaginava que a obra não fosse me agradar completamente. Até que me surpreendi positivamente por ter me agradado mais do que imaginaria.

Porém, com essa obra foi diferente. As crônicas foram fantásticas e finalizei algumas com vontade de voltar e lê-las novamente, outras até que não gostei tanto. Veríssimo tem a capacidade de fisgar o leitor com suas palavras. Se você não gosta de crônicas, certamente, irá ficar atraído por alguma delas, esse é o dom do autor.

O livro não é composto de obras inéditas. Elas foram publicadas em jornais tanto do Estado de São Paulo quanto no Zero Hora. É por conta disso que o tema não é cumprido com assiduidade. 
“[...] sonho é sempre uma surpresa. E outra coisa: se não estiver gostando do filme, você pode sair na metade. Com o sonho, isso é difícil. O ideal seria se você pudesse escolher seu sonho. Ou pelo menos descobrir como ele seria, para você saber o que esperar”.
A capa retrata exatamente o que muitos dos textos querem nos passar. É algo muito comum, mas os diálogos estão cada vez mais impossíveis e incompreensíveis. Quem consegue discordar disso? Uma comunicação de qualidade é uma tarefa árdua e que muitos acabam distorcendo o que foi dito. Ela está pautada no que a pessoa quer entender e nem sempre na essência do que deveria ser entendido.

A raiz do que deveria ser compreendido acaba sendo quebrada e aí tudo se distorce. Enquanto uma pessoa diz A, outra interpreta B, passa C e o outro capta D. Isso vira uma bola de neve até que o diálogo passado por A fica perdido no telefone sem fio. Quem já brincou disso sabe exatamente como funciona e que, na maioria das vezes, a frase inicial se perde entre os participantes.

A obra faz o leitor rir e até mesmo aprender. É uma mistura de situações e de emoções e que vale a pena a leitura, mesmo não sendo a melhor seleção de crônicas do autor.
 “A morte é um assaltante. Nos mata e nos esvazia os bolsos”.

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