Autora: Marta Reis
ISBN: 9788581301907
Editora: Geração Editorial
Ano: 2015
Página: 32
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Sinopse:
O Ratinho do violão - A gente fala búlin, mas a palavra é inglesa e até um pouco difícil de escrever: bullying. A história do Chiquinho é uma história de bullying, uma judiação que gente maldosa faz com os outros, com as crianças. O Chiquinho é um menino muito bacana, do bem, que toca violão como ninguém. O que importa se ele manca um pouquinho, né? Se você ficar um pouco triste de ver o menininho encolhidinho de tanta chateação dos amigos, vai ter uma surpresa lá no final do livro. E vai querer gritar: viva o nosso Chiquinho!
Resenha:
Se tem uma coisa que muitos de nós já sofremos é o tão temido bullying. Já fui vítima na época da escola; os alunos zombavam de mim porque era vista como uma das melhores alunas do colégio. Confesso que não gostava desse título que os professores me davam justamente porque queria me enturmar com os colegas e sabia que, se tivesse um, não poderia ter o outro. Então, preferia ter “amigos” a ter o título de mais inteligente da escola. Acontece que nem tudo é como a gente quer, então ficava excluída, sem muitas opções. Porém, sempre tinha um nerd na sala com quem eu sabia que podia contar; além de ter os professores para poder desabafar, coisa que não gostava de fazer.
Esse tema é complicado de ser abordado e sempre muito polêmico. Quando vi que esse livro falaria disso, não perdi tempo e solicitei com a Geração. A capa foi uma das coisas que mais me chamou a atenção; em seguida, parti para a sinopse que me atraiu completamente.
“Para aliviar a tristeza, Chiquinho só tinha uma saída: tocar bem alto seu violão. Pois, quando tocava e cantava, sua tristeza se espalhava ao vento, traduzida em canção. Por isso, o instrumento o acompanhava sempre. Era sua proteção” (p.08).
A obra conta a história de Chiquinho. Um menino bom, esperto e dedicado. Porém, ele não é considerado normal perante os alunos onde ele estuda, pois ele manca. A turma o chama de Chiquim Manquim e isso causa uma tristeza profunda no pequeno. Sua válvula de escape para sair dessa melancolia é somente uma: tocar bem alto seu violão. É através do toque e da cantoria que seu sentimento se espalha ao vento e se traduz em canção.
A vontade de Chiquinho era simplesmente sumir e evaporar como fumaça ao vento, até que isso acontece e a emoção do livro atinge o ápice. Envolvente e de tocar o coração de qualquer um; a obra tem um misto de real com imaginário e consegue abrandar os mais inertes no lado sentimental. Tudo pode mudar e, às vezes, a melhor coisa a se fazer é aprender com a mudança.
“- Isto não me importa! Meu filho receberá cuidados e amor do mesmo jeito. Ele até pode mancar de uma perna. Só não pode mancar na vida. Eu farei dele um menino bom” (p.16).
Achei magnífico o trabalho ilustrado de Thais Linhares. Ela soube conduzir os sentimentos contidos em cada partícula da história. A capa atrai de longe, os desenhos são bem feitos e deixa o leitor com o coraçãozinho apertado, querendo abraçar o garotinho e tirá-lo da lamúria. Notei alguns erros na revisão, mas são pequenos e não desmerece a qualidade da obra.
O livro é grande e fino, as letras são excelentes; para crianças que têm dificuldade em ler, esse formato é de grande ajuda. Sem contar que ele é uma magnífica lição tanto para os pequenos quanto para os mais velhos. Vale a pena tirar dez minutos do seu dia e ler essa tocante história. Leia para o seu filho antes de dormir e ele terá uma noite de descanso com um sorriso nos lábios por esse final feliz de Chiquinho.
“- Eu não tenho todas as respostas. A vida é mesmo um mistério!... A gente chega a este mundo sem manual de instrução, levamos muito tombo” (p.21).Outras fotos: