ISBN: 9788582551998
Editora: APED
Ano: 2015
Páginas: 167
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Sinopse:
O Chefe, dono da maior empresa de armamentos do mundo, passando por dificuldades financeiras, percebe que uma guerra em nível mundial é tudo que ele necessita para que seu império se recupere. Com a maestria de um especialista, aguça a ganância e o ódio nas pessoas certas, preparando terreno para um grande confronto armado.
Com uma rede de intrigas e compra de favores entre os altos escalões dos principais governos do mundo, o Chefe age como um fantasma, derrubando mitos, espalhando terror e derramando sangue inocente a cada passo dado.
Porém, em toda grande teia, sempre há um traidor. Será que alguém terá coragem de desafiar um dos homens mais poderosos do mundo? Quantas peças desse quebra-cabeça terão de ser arrancadas para evitar o pior?
Em um livro repleto de mortes e sangue, Marcos de Sousa apresenta o melhor e o pior de cada pessoa. O amor e o ódio se entrelaçam, formando uma corrente indestrutível.
O fim do mundo como conhecemos se aproxima e só uma questão é essencial: quantas almas você é capaz de ceifar por ganância?
Resenha:
Mensageiros da Morte é o típico livro que você não pode ler antes de dormir, pois tirará o seu sono e você se sentirá obrigado a terminá-lo antes de fechar os olhos. Quando iniciei a leitura, não imaginei que a história seria tão impactante e bem construída. Tratar de guerra, envolver diversos países e colocar o nosso querido Cristo Redentor em uma obra não me pareceu uma tarefa nada fácil. Porém, o autor soube conduzir e surpreender.
O “Chefe” é dono da maior indústria de armamentos do mundo. Contudo, ele acredita estar em “crise” e, para que sua venda aumente, é necessário que uma guerra, em nível mundial, aconteça. De forma sábia, astuta e gananciosa, ele cria ódio entre os países, preparando um grande confronto armado. Se você imagina que já viu de tudo, certamente, não leu essa obra ainda.
Tudo é muito bem trabalhado; o “Chefe” age como um fantasma. A cadeia de intrigas está formada; o terror, à solta; as armas já estão preparadas. A guerra acaba de começar e muito sangue inocente será derramado. Para vencer, é necessário ter um Ás na manga; ou, então, clamar por socorro.
“Corpos se contorciam de dor e sofrimento ao pé da montanha. Outros, sem saber o que fazer, simplesmente choravam. Pedregulhos caíam sobre a paróquia e não havia morada que os defendessem. Os fiéis se desesperavam e o trânsito parava de vez.
O Cristo Redentor não existia mais” (p.10).
Não apenas as pessoas; os pontos turísticos de vários lugares, também, podem não existir mais. A vida é um campo de surpresas e qualquer um pode ser o próximo alvo, basta estar no lugar certo e na hora errada.
Um dos personagens que mais me chamou a atenção no livro foi Thiago. Ele é filho de Cláudio Ferris, um riquíssimo empresário no Rio de Janeiro. No entanto, o que o pai tem de organizado e compromissado, o filho tem de bagunceiro e mão aberta. Só quer saber de gastar, sair e não quer ter responsabilidades. Todavia, o que me fez gostar dele foi o jeito ácido em responder; sempre com ironia e de modo engraçado.
Enzo é um dos personagens que mais se superam, no decorrer da história. Ele tem um filho, mas mal tem tempo para o garoto e para sua esposa. Seu trabalho o consome em demasia, ele faz parte do BOPE. Com esse momento em crise, tudo tende a aumentar e consequências sérias podem fazer Enzo olhar a vida de outra forma.
“- Se é que me compreende, joguinhos de significados são muito chatos. Você pode dizer o que vocês querem e o porquê da menininha não querer se expor? Tenho certeza de que você não atravessou oceanos para admirar a minha beleza” (p.17).
O livro é composto por apenas 167 páginas, porém, o autor conseguiu criar vários personagens e criarmos sentimentos por cada um deles. Uns eu queria matar logo no início; outros, preservá-los até o fim da série. No entanto, o maldoso autor se revestiu de George R. R. Martin em alguns momentos e acabou trucidando alguns que senti até pena. Mas, confesso, adorei os detalhes de todas as mortes.
Sei que muitos não gostam desse estilo de leitura por achar forte. Todavia, a história não é composta apenas de muita guerra e morte; o autor desenvolveu várias relações de amizade; há romance também, acreditem; e, ainda, uma grande lição de como devemos valorizar nossos momentos e não vacilar na educação dos nossos filhos. O livro tem muito ódio, guerra e maldades? Sim, não nego. Mas, o livro é repleto de sentimentos que podem abrandar aqueles que possuem corações incônditos e petrificados.
Outros quotes:
“O carro explodiu em chamas. Um segundo depois, o mesmo ocorreu com o parlamento. Alguns sobreviventes ficaram boquiabertos. O maior dos temores certamente iria acontecer: uma guerra iria começar” (p.21).
“Revirou seu corpo no sofá, levantou seus cabelos, deixando a parte posterior do pescoço à mostra. Começou a sua arte, lentamente, marcando-a como se fosse gado. Porém, traçava com esmero e delicadeza, como se fosse uma porcelana.O corpo já estava frio quando terminou. O brasão de armas iraniano resplandecia magnificamente por causa da tinta fresca. [...] Não fosse a perfuração na testa, poderia passar-se por uma garota dormindo” (p.83).