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Resenha: O último homem do mundo

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Título: O último homem do mundo
Autora: Tais Cortez
ISBN: 9788564898653
Editora: Ler
Ano: 2014
Páginas: 224
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Sinopse:
Amanda é uma garota rebelde e problemática. Filha de Patrícia Oliveira, uma atriz mundialmente famosa, ela se ressente do comportamento da mãe, que trabalha demais e dedica seu pouco tempo livre para namorar. Depois de ser expulsa dos três últimos colégios, Amanda é matriculada contra sua vontade no Educação de Elite, o colégio interno mais renomado do país, onde apenas os filhos da elite nacional estudam. Determinada a conseguir mais uma expulsão, ela é capaz das maiores loucuras, mas seus planos acabam sendo frustrados por suas colegas de quarto, por uma inspetora intrometida e um diretor paciente. Lá ela também conhece Ricardo, o garoto mais popular e mulherengo do colégio. A atração entre eles é imediata, mas isso não impede que se odeiem ferozmente e que façam de tudo para prejudicar um ao outro. No entanto, o destino os forçará a unirem forças por um bem maior, e Amanda perceberá que, às vezes, o último homem do mundo de sua consciência pode ser justamente aquele que seu coração decide escolher.

Resenha:
Amanda é a protagonista dessa história; alguns poderiam taxá-la como chata e mimada. A primeira opção eu até concordo em certos momentos; mas, mimada, não. Quando ela e sua mãe eram pobres, embora passassem necessidades, a vida da jovem era considerada feliz; tinha o carinho e atenção da mãe a todo o momento. No entanto, quando sua mãe se torna famosa, tudo passa a mudar. Não existe mais o contato físico; poucas são as vezes que elas se encontram dentro de casa e conversa é algo que passa longe do lar de Amanda.

A frustração da garota começa a ter sentido e, quando se está vazio de um lado, a pessoa busca inúmeras formas de chamar a atenção. É isso que Amanda começa a fazer: age com rebeldia para mostrar à mãe que ela não tem o poder de mandar na filha. Essa é uma dura realidade em nossos dias; poucos são os pais que dão a devida atenção aos seus filhos. Não existe mais ensinamento, carinho, brincadeiras e até mesmo lazer. Os passeios, quando existem, acontecem de modo forçado: todos usando o celular para mandar mensagem aos que estão longe. Quem está distante, muitas vezes, está mais próximo do que aqueles que estão ao nosso lado.
“- Eu já tive alunos como você – ela contou, fitando-me como se eu fosse uma terrorista. – Impossíveis! Alunos que não respeitam ordens ou autoridades” (p.28).
As ações da protagonista nada mais são do que fruto de um despreparo de sua mãe. Ela passa a ser expulsa de diversos colégios, até que sua mãe decide matriculá-la no “Educação de Elite”, considerado o colégio interno mais renomado do país. No entanto, Amanda não quer isso para ela e então tentará de tudo para ser expulsa novamente. Mas existe um diferencial no ensino desse colégio que a jovem ainda não se deu conta e, por mais que ela faça infinitas coisas, suas ações são sempre fracassadas com uma baita lição.

A obra é recheada de tramas e envolve o leitor. Aos que estão acostumados com as minhas resenhas, sabem muito bem que não sou a maior fã de romances. Prefiro assistir ao filme do Pelé a ter que me sujeitar a ler um livro mel com açúcar. No entanto, essa exceção é sempre quebrada e acabo lendo um ou outro. Posso dizer que essa exceção não me decepcionou, pelo contrário. A autora soube construir uma história que não possuía apenas o passional, ela desenvolve grandes lições por trás disso: fidelidade, companheirismo, solidariedade, amor fraterno, atenção. O que a autora nos passa é maior do que eu seria capaz de descrever.
“Dançar, por mais que tivesse sido algo imposto a mim por mamãe, deixava-me feliz e me fazia entrar e uma realidade na qual eu não tinha preocupações ou problemas” (p.38).
Ricardo é um estereotipado garoto popular e mulherengo do colégio. Amanda passa a odiá-lo ferozmente por tamanhas intrigas, porém, isso não impede que um sentimento surja no meio do percurso e faça olhá-lo com outros olhos. Nesse ponto, o leitor poderia considerar meio clichê e acredito que é. Porém, os elementos trabalhados pela Cortez dão um diferencial na história. Afinal, muitas coisas podem ser consideradas clichês, hoje em dia; é necessário saber criar e inovar dentro de um tema tão batido.

O livro é gostoso de ler e divertido; li em apenas um dia. A narrativa é veloz e a história é contada de maneira engraçada, emocionante e cativante. A capa não é o estilo que me atrai, visto que sou mais adepta a trabalhos mais criativos para chamar a atenção. A revisão não foi perfeita, achei alguns erros, mas foram poucos. Mesmo os que não gostam de romance, certamente, irão se surpreender com a leitura.
“- Não ligo para o que as pessoas pensam. Ligo para o que as pessoas que eu gosto pensam” (p.125).
http://desbravadoresdelivros.blogspot.com.br/2015/05/top-comentarista-de-maio.html

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