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Resenha: O Papai é Pop

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Título: O Papai é Pop
Autor: Marcos Piangers
Editora: Belas-Letras
ISBN: 9788581742465
Ano: 2015
Páginas: 112
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Sinopse:

Então, você vai ser pai. Você sabe que precisa comprar uma casa maior. Tem que ter mais espaço pra criança. Tem que ter mais um quarto no apartamento. Tem que ter um berço novo, não pode ser aquele que a vizinha se dispôs a emprestar. Então você sabe que tem que trocar de carro, com seis airbags, no mínimo, ar-condicionado de fábrica. O que o humorista Marcos Piangers descobriu ao ser pai jovem é que essas preocupações não fazem diferença nenhuma. O que vale mesmo não é pagar pela melhor creche, se você é o último a buscar seus filhos. Não é comprar os melhores brinquedos, porque as crianças gostam mesmo é das brincadeiras que não custam nada. No fundo, o que importa mesmo, como os textos divertidos e emocionantes de Papai é Pop mostram, é você estar com seus filhos, não pensando em outra coisa, mas estar lá. De verdade.

Resenha:

Sabe quando você gosta tanto de um livro que não imagina como descrevê-lo e menos ainda como resenhá-lo? Então, encontro-me exatamente nesse caso. O Papai é Pop foi um livro que me pegou totalmente desarmado e, exatamente por isso, me ganhou com muita facilidade. Eu esperava um bom livro, mas não esperava esse livro. Eu não esperava me divertir tanto.

A obra é formada por diversas crônicas curtas, então não é possível nem fazer a sinopse de algumas delas. A maior parte preenche apenas uma página. Contudo, algumas coisas todas elas possuem em comum: elas falam sobre a experiência de ser pai; são leves e são, principalmente, altamente engraçadas.
Aliás, acho que leve não é nem a palavra certa para descrever a forma de desenvolvimento dos textos do Piangers. A escrita é tão cotidiana e o assunto é tão próximo da realidade que você esquece que está lendo um livro. A obra transpassa a literatura; torna-se uma conversa informal sobre experiências e risadas. Você mergulha de uma maneira que, quando percebe, já terminou. E, aliás, fica com vontade de reler centenas de vezes.
“O dia a dia da paternidade, apesar de muitas vezes cansativos, é uma sucessão de surpresas, poucas delas registráveis. Cada primeiro sorriso, cada primeiro passo, cada primeira fase completa. Cada momento é desesperadamente registrado com uma câmera tremida, uma fotografia em baixa resolução que nenhum amigo vai achar grande coisa. Mas ser pai é tentar registrar tudo isso. Porque pais sabem que as crianças crescem e que esses momentos preciosos são únicos” (p. 26).
Piangers não é o melhor cronista que já li, isso é um fato. Menos ainda é o que escreve as crônicas mais profundas. Entretanto, também é um fato que, mesmo sem alcançar essas características, ele conseguiu ser o cronista que mais me tocou, que mais mexeu comigo. A sua escrita não é planejada, é um despejo de sentimentos e sensações sobre a paternidade. Ele consegue apresentar, de uma maneira totalmente despojada, que ser pai é muito mais do que pagar contas e aguentar pirraças: é ser fonte de amor, motivo de risadas e proteção. E, principalmente, ser pai é algo mais gostoso que comer chocolate.

Para corroborar essa incrível experiência que é O Papai é Pop, a Belas-Letras não poupou esforços e apresentou um trabalho gráfico grandioso. A diagramação está muito mais do que linda, a fonte e o espaçamento estão ótimos; e a revisão está muito boa. Além disso, a capa é simples e bonita, transmitindo muito bem a essência da obra.
Diante de tudo isso, só o que eu tenho a dizer é que você precisa e deve ler essa obra. Se você já é pai ou mãe, vai amar. Se não é, vai ficar morrendo de vontade de ser. Mesmo que você não goste muito de crônicas, dê uma chance; tenho certeza que você não irá se arrepender.
Uma das coisas mais incríveis de escrever sobre crianças é poder ouvir histórias de outros pais. Recebi a história de Gabriela, cinco anos, sobrinha do Alf, que quando viu a imagem de uma santa no painel do carro da avó, perguntou “Vó, pra que serve aquele santinho?”, ao que a vó respondeu: “Para nos proteger. Se a vó bater o carro a santinha evita que a gente se machuque”. A Gabriela pensou um pouco e ponderou: “Ah, o carro do papai também tem um desses. Só que no carro dele é um balão que sai do painel”. Entre a fé e airbag, eu e a Gabriela ficamos com o segundo” (p. 69).


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