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Resenha: Destemida

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Título: Destemida
Autora: Jessica Watson
Editora: Belas-Letras
ISBN: 9788581741642
Ano: 2015
Páginas: 352
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Sinopse:

Depois de 210 dias no mar e 24.285 milhas náuticas em seu barco, Jessica Watson, uma australiana de 16 anos, retornou triunfante de volta ao porto de Sydney. Ela se tornou a pessoa mais jovem a velejar sozinha, desassistida e sem paradas ao redor do mundo. Contado nas próprias palavras de Jessica, Destemida mostra a infância, inspirações, os anos de planejamento para a viagem e o que aconteceu desde a conquista do “Everest da navegação”. Uma história inspiradora, que prova definitivamente que todos nós temos o poder de viver nossos sonhos – não importa quão grandes eles sejam.

Resenha:

Destemidaprovavelmente será para você, assim como foi para mim, uma leitura que foge um pouco do seu cânone literário. Contudo, desbravar novos gêneros e horizontes sempre é proveitoso. Com essa obra não foi diferente; mesmo havendo algumas ressalvas, o livro agregou-me em muitos aspectos.

Imagine-se com dezesseis anos – ou lembre-se, caso você já tenha passado dessa idade – e com um sonho: viajar o mundo, de barco, sozinho. Parece um sonho improvável, para não dizer impossível. Para muitos de nós seria, seja por falta de recursos ou por falta de coragem. Entretanto, Jessica Watson resolveu que não seria mais uma, que seria a mulher jovem que faria a diferença.


Jessica resolve que fará a viagem ao redor do mundo. Se uma aventura como essa não fosse o suficiente, ela decide que isso será feito sem paradas. Seriam 210 dias e 24.285 milhas náuticas – cada milha náutica corresponde a 1,852 km – percorridas, tudo em carreia solo. Ou melhor, uma viagem em parceria com seus sonhos e com o Ella’s Pink Lady, o seu barco rosa.
“Apesar de estar focada em tonar minha própria viagem realidade, eu não estava ignorando completamente o resto do mundo” (p. 75).
Ler sobre esse feito já seria algo bem interessante, porém o livro se torna ainda mais atrativo por ser narrado através da própria visão da autora, através de um diário. Dessa forma, é possível entender melhor seus pensamentos, suas dificuldades e inspirações. Além disso, permite que o leitor tenha uma maior proximidade com o que acontece.

Outro fato que deixa a obra mais atrativa é que não é abordado apenas o período em que Jessica está dentro do barco. Ela apresenta ao leitor também o período de preparação, mostrando algumas das dificuldades encontradas e também a pesquisa realizada para que tal viagem pudesse ser feita. Não obstante, também mostra o que a motivou lutar para conseguir realizar o seu sonho.


Contudo, nem só de pontos positivos a obra é formada. Como mencionei no início, há algumas ressalvas. A primeira dela é relação à escrita da autora. Ela é velejadora por amor e escritora para narrar as suas aventuras, então não adianta esperar uma escrita amadurecida como a do seu autor favorito porque você não irá encontrar. Contudo, a inexperiência de Jessica não torna a leitura difícil, apenas mais lenta. Outra característica da escrita é a utilização de termos mais técnicos. Nos momentos em que eles aparecem, Jessica procura explicá-los, o que torna a leitura mais arrastada.
“Os vigias sempre pareciam muito surpresos ao responder depois de ouvirem minha voz de “menininha” no rádio. Eu pedia com educação que desviassem o curso e eles nunca se negaram” (p. 236).
Quanto à edição, não há o que se reclamar. Apesar de a capa não ser tão atrativa, ela é perfeita para a obra. A diagramação, por sua vez, está bonita e torna a leitura mais acessível. As letras são grandes, o espaçamento é muito confortável e a obra ainda conta com fotos, gráficos e um mapa, tudo para deixar o leitor mais inserido na aventura.

Destemidanão é um livro que agradará a todos os públicos, mas quem gosta de autobiografias, relatos verídicos sobre aventuras ou quem se dispõe a desbravar novos gêneros sairá satisfeito.

 

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