Título: Tempestade de Areia
Autora: Karen Soarele
ISBN: 9788565337038
Editora: Cubo Mágico
Ano: 2013
Páginas:308
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Sinopse:
Ao pensar que sua jornada chegaria ao fim, Aisling descobre que aquele era apenas o início. Munidos da localização da Fortaleza da Resistência, o exército de Vulcannus avança, ameaçando o sonho de uma Hynneldor livre.
Nessa sequência de Línguas de Fogo, Aisling deverá escolher entre voltar para casa com Dharon ou entregar uma importante mensagem à capital de Datillion. Enquanto isso, seus amigos enfrentam antigas lembranças e buscam, uns nos outros, forças para seguir em frente.
Muitos perigos e aventura aguardam nessa jornada, que levará o leitor a territórios inexplorados do mundo mágico de Myríade.
Livros anteriores:
A Rainha da Primavera (resenha)
Línguas de Fogo (resenha)
Resenha:
RESENHA SEM SPOILER DO LIVRO ANTERIOR
A melhor sensação literária que existe é a surpresa. Sabe quando você imagina que encontrará um bom livro e ele é ainda melhor? Foi exatamente o que aconteceu quando li Tempestade de Areia. Como essa é a terceiro obra que leio da autora – o segundo da presente série –, já sabia mais ou menos o que esperar. Minha felicidade foi imensa ao perceber que esse livro supera em todos os aspectos o seu anterior.
A guerra continua solta em Myríade. Vulcannus, o reino do fogo, não pretende parar até que tenha todos diante dos seus pés, implorando pela vida, de preferência. Desta maneira, o exército de Vulcannus, sob o comando da Coronela Kendra, continua avançando sobre os inimigos. Com sua ira inacabável e sua ambição ainda maior, Kendra promete não deixar pedra sobre pedra.
Do outro lado, a jovem heroína Aisling enfrenta seus próprios demônios. Seu coração está dividido entre voltar para casa ou entregar uma importante mensagem que tem como destino um reino aliado. Além disso, ela começa a controlar melhor seus poderes sobre o ar, o que lhe torna mais forte. Porém, com esses poderes virão grandes responsabilidades.
“O tempo voava mais rápido do que o vento da montanha, e enfrentar os momentos difíceis lhe era retribuído em forma de maturidade. Seu olhar já não era de uma menininha perdida. Ela sabia o que precisava fazer, e o faria. Estava pronta para ajudar na defesa da Resistência” (p. 24).
Como já disse, Karen conseguiu criar um segundo livro ainda melhor do que o primeiro. O principal motivo para que isso acontecesse foi a sua escrita. Na resenha anterior, eu comentei que ela era leve e direta. Esses aspectos permanecem, felizmente; além disso, é notável um amadurecimento enorme da escrita, o que deixa o enredo mais coeso e a narração melhor.
Contudo, não foi apenas a escrita da autora que se tornou mais madura; os personagens seguem o mesmo caminho. Assim como no livro anterior, Kendra foi a minha favorita. Sim, eu sei que ela é a vilã, que não presta, que ela é ambiciosa, cruel, destruidora e sem coração. Porém, sabe aquela aura atrativa que apenas alguns vilões conseguem ter? Então, ela tem muito disso! A cada página eu gostava mais da Coronela.
Do lado dos mocinhos, Aisling foi a que mais me chamou a atenção nessa obra. O seu crescimento foi notável, tanto psicologicamente como fisicamente. Ela se mostra mais madura e um pouco mais racional, apesar de ainda continuar um tanto impulsiva. Além disso, mostra-se mais forte e mais poderosa. Esse crescimento a deixa com menos cara de criança e com mais cara de uma possível grande heroína da série.
“Apenas quero que saiba que o passado é imutável, mas o futuro depende de nossas escolhas” (p. 47).
Outros bons personagens continuam aparecendo, como Marian e Desmond. Aliás, os dois também possuem uma ótima evolução, o que deixa todo o contexto mais brilhante. Dharon também aparece nessa obra; apesar de ser importante na construção do enredo, não recebe tão foco como no livro anterior. Não obstante, ainda temos a entrada de um novo personagem que promete ser importante dessa obra em diante: Kaled. Tenho certeza que ele ainda vai me impressionar nos livros seguintes.
Outro ponto me fez gostar ainda mais desse livro: mortes. Sim, temos algumas. Gosto de reviravoltas em obras e alguns personagens encontrarem a morte sempre é um recurso interessante. A autora, percebendo isso, mostrou inteligência ao utilizar esse recurso. Ao matar alguns personagens, tocou o lado mais emotivo do leitor e deixou todo o enredo muito mais envolvente.
Não bastando apenas excelente construção do enredo e dos personagens, o livro ainda ganha o leitor pela parte física. A capa é muito bonita, apresentando os personagens da obra. Além disso, temos uma ótima diagramação que conta espaçamento confortável, letras grandes e ilustrações. A revisão também ficou muito boa. Ou seja: tudo contribui para uma boa leitura.
“O pior inimigo é aquele que não se vê” (p. 237).
Tempestade de Areia, segundo volume da série Crônicas de Myríade, é uma fantasia juvenil muito boa e que ganha o leitor com facilidade. Além disso, conta com narração inteligente, um universo coerente e bem desenvolvido e que supera, em alguns aspectos, até obras de autores consagrados do mesmo gênero, como algumas do Rick Riordan. Ainda há espaço para evolução dentro do universo, mas, no momento, só tenho a bater palmas para a autora. O livro é, sem dúvidas, mais do que recomendado.