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Resenha: O Mercador de Veneza

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Livro: O Mercador de Veneza
Autor: William Shakespeare
Editora: Martin Claret
Ano: 2007
Páginas: 129
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Sinopse:

Um jovem pede dinheiro ao mercador local, para que seu amigo obtenha a mão da amada em casamento. Em meio a isso, ele expõe sua carne em garantia de um empréstimo cedido por um agiota, para tal fim.

Resenha:

Nesta peça, conhecemos Antônio, um mercador muito respeitado em Veneza por suas qualidades no comércio e por sua lisura, pois empresta dinheiro sem cobrar juros. Bassânio, que é amigo do mercador, pede-lhe dinheiro emprestado para tentar ganhar o coração de Pórcia. Entretanto, o mercador alega não ter dinheiro consigo.

Mais uma vez, provando a sua integridade e bondade, Antônio diz a Bassânio que pode pegar um empréstimo em seu nome e repassá-lo. Concordando, os dois se encaminham até Shylock, um judeu que vivia de empréstimo, pois cobrava altos juros. Porém, o judeu, ao mencionar juros no trâmite, irrita Antônio, visto que este não concordava com essa prática.

Depois de uma longa negociação, fica acertado o empréstimo de três mil ducados a Bassânio, tendo Antônio como fiador. Caso o pagamento não fosse honrado, ao invés de juros, Antônio teria que dar uma libra de sua carne, por equidade, para honrar o pagamento.
“Quero dar-vos prova dessa amizade. Acompanhai-me ao notário e assinai-me o documento da dívida, no qual, por brincadeira, declarado será que se no dia tal ou tal, em lugar também sabido, a quantia ou quantias não pagardes, concordais em ceder, por equidade, uma libra de vossa bela carne, que do corpo vos há de ser cortada onde bem me aprouver.”
Bassânio parte para tentar conquistar Pórcia e Antônio fica em Veneza conduzindo seus negócios. Será que Bassânio conseguirá ganhar o direito a casar com o amor de sua vida? Será que o pagamento será honrado? Terá Antônio que cair nas garras do agiota?

O Mercador de Venezaé uma peça que indico para todos. Shakespeare, mais uma vez, nos impressiona com sua criatividade e com sua linguagem bela e bem trabalhada. Não é o tipo de livro, apesar de ser pequeno, para se ler em algumas horas, mas para se saborear por dias. As suas ricas metáforas engrandecem os olhos e mostram como a literatura pode ir além de “conta uma historinha”.

Ademais, o livro não se basta na riqueza de sua linguagem, ele nos faz refletir sobre preconceitos diversos, principalmente o religioso e racial. Há quem diga que Shakespeare foi preconceituoso ao criar a obra; eu, particularmente, prefiro enxergar a criação de personagens “estereotipados” como uma crítica. Pelo sim ou pelo não, conta realmente como o leitor desbrava a leitura; afinal, conforme sempre ressalto nas resenhas, um pensamento crítico com as práticas literárias sempre é proveitoso. Enxergar os preconceitos na obra e repensá-los deve ser  um dos objetivos do leitor completo.
“Igual lembrança dei eu a meu amor – aqui presente – e o fiz jurar que nunca o deixaria. Atrevo-me a jurar no lugar dele que jamais deixaria que do dedo lho tirassem, por todo o ouro do mundo.”
Quanto à parte física, não posso comentar, visto que minha leitura foi feita através do e-book. Contudo, posso fazer melhor do que isso: dá-lhes uma dica ótima. Como as obras de Shakespeare estão em domínio público, você pode baixá-las gratuitamente, de forma legal, pela internet. Basta procurar no Google que você encontrará diversas obras do autor. No próprio site do Domínio Público você encontra muitas delas.

Por fim, só resta-me indicar a presente obra. Acredito que nada mais possa falar para convencer-lhe, afinal, o nome do autor já é o argumento mais forte. Leiam, tenho certeza que vocês não irão se arrepender.


Adendo: Se você tiver dificuldades de ler obras clássicas por causa da escrita rebuscada, assista à adaptação cinematográfica de O Mercador de Veneza, que também é, aliás, rica em detalhes. Porém, vale ressaltar que nada substitui a leitura do livro.



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