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Resenha: Revival

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Título: Revival
Autor: Stephen King
ISBN: 9788581053103
Editora: Suma de Letras
Ano: 2015
Páginas: 376

Sinopse:
Em uma cidadezinha na Nova Inglaterra, mais de meio século atrás, uma sombra recai sobre um menino que brinca com seus soldadinhos de plástico no quintal. Jamie Morton olha para o alto e vê a figura impressionante do novo pastor. O reverendo Charles Jacobs, junto com a bela esposa e o filho, chegam para reacender a fé local. Homens e meninos, mulheres e garotas, todos ficam encantados pela família perfeita e os sermões contagiantes.

Jamie e o reverendo passam a compartilhar um elo ainda mais forte, baseado em uma obsessão secreta. Até que uma desgraça atinge Jacobs e o faz ser banido da cidade.

Décadas depois, Jamie carrega seus próprios demônios. Integrante de uma banda que vive na estrada, ele leva uma vida nômade no mais puro estilo sexo, drogas e rock and roll, fugindo da própria tragédia familiar. Agora, com trinta e poucos anos, viciado em heroína, perdido, desesperado, Jamie reencontra o antigo pastor. O elo que os unia se transforma em um pacto que assustaria até o diabo, com sérias consequências para os dois, e Jamie percebe que “reviver” pode adquirir vários significados.

Resenha:
Quando o assunto é Stephen King não é preciso esforço algum para iniciar uma leitura. Somente o seu nome na capa já é atrativo o suficiente para prender o leitor. Com suas obras acontece isso o tempo inteiro e, com Revival, não seria diferente. Quantos de vocês sabem o que é “quinto personagem”? Logo no início do livro somos apresentados a ele. Nosso protagonista declara que Jacobs é o seu e explica que esse “quinto personagem” surge para provocar mudanças.

Jamie conhece o reverendo Charles Jacobs, pastor da Igreja Metodista, quando ainda é criança. No entanto, a vida de Jamie parece mudar (e muda) quando o reverendo abandona a pitoresca cidade da Nova Inglaterra. Eles se conhecem de uma maneira inusitada, o menino brincava alegremente no quintal de casa com seus soldados de plástico e o reverendo aparece e começa a dar dicas para fazer uma batalha melhor e estratégica.

O grande Jacobs passa a ser o centro da atenção dessa cidade, todos se encantam com seu jeito e os sermões ministrados por ele, além dele, sua esposa e filho também se mudam para lá. Uma família doce e muito sábia, mas algo ruim está prestes a acontecer e transformar a vida de todas aquelas pessoas.

O personagem Charles, após passar por uma tragédia, começa a dedicar sua vida a investigar uma forma de eletricidade secreta que atua como curas milagrosas. Na realidade, a eletricidade está presente desde o início do livro, mas surge com mais intensidade depois de tudo o que acontece com o reverendo.


Após muitos anos, os dois se reencontram num momento bem conturbado na vida de Jamie. Agora, jovem, ele é integrante de uma banda que vive na estrada e, com ela, carrega as drogas e o sexo para onde vai. Charles propõe ao jovem uma forma de curar seu vício em heroína e, para isso, a vida de ambos será unida de maneira permanente.

A obra de King possui diversos atrativos para prender a atenção do leitor e envolve temas como vício, religião, fé, vida após a morte. A história não é tão assustadora quanto imaginei vindo dele, mas certamente é um livro que tirará seu sono, pois deixa-nos reflexivos e perturbados quando chegamos ao final.

Revival é narrado por Jamie e podemos sentir cada momento de agonia e de felicidade de forma intensa. É difícil não se colocar no lugar dele e imaginar sua tristeza e atitudes impensadas. Além disso, a obra nos revela o que acontece quando alguém é traído pela própria fé, quando as coisas parecem que vão seguir o caminho certo, mas acabam trilhando o da escuridão.

Os ensinamentos são vastos e cada um captará de forma diferente. Se o autor tinha como objetivo fazer o leitor refletir sobre o poder de manter a fé, de não se deixar se abater e a consequência da ausência dela, ele conseguiu. Além de possuir uma forte lição, a obra do autor é considerada polêmica, tanto por trabalhar temas “pesados” quanto por mesclar o realismo com o terror cósmico. Não vi nada de polêmico nisso, pelo contrário, a junção de todos esses elementos deu uma ótima trama.

É imperdoável finalizar esta resenha sem elogiar a capa deste livro. Não, não me perdoaria por isso. O trabalho que a editora realizou está tão perfeito que considero a capa mais linda que tenho na minha estante – e olhe que não são poucos, mas este trabalho me ganhou fácil, fácil. Não recomendo a obra, exijo a leitura! E nada de livros físicos, por favor. É obrigatório ter um exemplar deste em sua estante. Você não vai se arrepender, tanto pelo conteúdo quanto pela aparência. 


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