Título: O Despertar da Fúria
Autor: Eduardo Kasse
Editora: Draco
ISBN: 9788582431283
Ano: 2015
Páginas: 224
ISBN: 9788582431283
Ano: 2015
Páginas: 224
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Sinopse:
Doença, sofrimento e morte. Com a peste negra assolando a Europa, os poderosos da Igreja e da nobreza têm de encontrar alguém para acusar, fazendo o povo odiar um mal em comum. Só assim conseguirão manter o controle. E claro, os culpados sempre são os demônios. Os culpados somos nós.
O Despertar da Fúria é o quarto romance da Série Tempos de Sangue, de Eduardo Kasse, e narra como a terrível doença foi a causadora de histeria e milhares de mortes pela Europa medieval.
Vinda do continente pelo mar, a praga se espalha rapidamente pela Inglaterra, assim como as pilhas de corpos retirados dos casebres, das catedrais e dos castelos. A morte não faz distinção: ceifa a vida de jovens saudáveis e de velhos decrépitos com o mesmo ímpeto. Ricos ou pobres, não importa.
E, em meio ao medo e à descrença, Harold Stonecross continua seu caminho pelas sombras, sedento pelo cada vez mais escasso sangue fresco e puro. Contudo as trevas também se abaterão sobre o imortal, não pela doença, mas pelas mãos dos seus algozes, enquanto poderes ancestrais se reúnem na Inglaterra a fim de traçar o destino deles e da humanidade.
Resenha:
ODespertar da Fúriaé uma daquelas obras que nos mostram que séries podem ter todos os livros em altíssimo nível. Mesmo após três livros e alguns contos, Kasse continua surpreendendo o leitor e criando obras excelentes. Como? Confira comigo.
Novamente, vamos acompanhar a trajetória de Harold Stonecross – meu vampiro favorito –. Vagando pela Europa, ele presencia diversos dramas ocasionados pela peste negra. Homens, mulheres e crianças; ricos e pobres; cristãos e pagãos: a peste não faz acepção, ela devora a todos. Nesse ambiente, apesar de seu apetite descomunal e sarcasmo típico, Harold começa a ter incertezas. Afinal, com os milhares de mortos, seu alimento também pode começar a faltar.
Se não bastasse ter que caçar os poucos humanos saudáveis, Harold tem um “novo velho problema”: sua fama lhe precede. Os padres já ouviram falar e muito do demônio chupador de sangue chamado Stonecross. Com isso, mais uma vez, vão armar uma caçada ao vampiro. Logo, além de provavelmente ter problemas com alimentos em um futuro próximo, nosso protagonista ainda terá que se livrar dos seus incômodos perseguidores.
“Despertei. Estalei os ossos do pescoço e afastei os ratos que passeavam pelo meu corpo. Eles estavam cada vez mais gordos e atrevidos. A comida agora era farta, pois as pessoas morriam aos montes e deixavam suas casas livres para eles, para os ladrões e para mim” (p. 11).
Partindo dessa premissa, Eduardo Kasse novamente cria um grande enredo que prende o leitor, principalmente por causa da minuciosa pesquisa feita. Mesmo sendo um universo fantástico, Eduardo se preocupa bastante com a verossimilhança, o que gera uma obra com profundo embasamento histórico. Assim, além de acompanhar a saga de um grande matador e se divertir com suas intempéries, é possível aprender bastante.
Outro ponto muito positivo é a mistura de mitologia com a saga dos vampiros que acompanhamos. Mais uma vez temos menções a diversos deuses, o que deixa toda a saga muito mais interessante, fugindo do clichê de simplesmente sugar sangue para sobreviver. As batalhas vampirescas possuem uma forte influência divina, seja na batalha contra o cristianismo ou contra alguns deuses pagãos.
Ademais, novamente, temos os personagens como o ponto alto da narrativa. Quem acompanhou as resenhas anteriores sabe da personalidade cativante de Harold. Nessa obra, além dele, temos a possibilidade de rever antigos amigos e conhecer novos personagens, tão fascinantes quanto o Harold, o que demonstra que esse quarto livro é ainda a preparação para algo muito maior. Ou seja, o autor continua trabalhando muito bem os personagens já consagrados da série e insere novos com um intenso potencial, o que já deixa o leitor ansioso pelo quinto livro.
“– Você nunca vai ter a minha alma – o monge encarou-me, convicto.– Não quero a sua alma, velho, apenas o seu sangue – mordi seu pescoço magro e suguei com força” (p. 39).
Quanta à parte física, o livro mantém o mesmo padrão de qualidade das obras anteriores. Temos uma capa bonita e que foge do convencional, chamando a atenção. A diagramação é bem confortável, o que, aliada à escrita excelente do autor, deixa a leitura ainda mais rápida. Por fim, ainda temos uma boa revisão.
Desta forma, diante dos aspectos apresentados, só me resta indicar a obra e também toda a série. Se você não conhece o Harold, não perca tempo! Essa é sua chance de conferir uma ótima obra de vampiros – dos de verdade, não os que brilham no sol – com um embasamento histórico de fazer inveja.
Desta forma, diante dos aspectos apresentados, só me resta indicar a obra e também toda a série. Se você não conhece o Harold, não perca tempo! Essa é sua chance de conferir uma ótima obra de vampiros – dos de verdade, não os que brilham no sol – com um embasamento histórico de fazer inveja.