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Resenha: 72 horas para morrer

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Sinopse:

Pior do que conhecer um Serial Killer, é um Serial Killer conhecer você! “O Carro pertence à sua namorada.” Com essas palavras, Júlio Fontana, delegado da pacata cidade de Novo Salto, tem a vida transformada em um inferno. Pessoas próximas começam a ser brutalmente assassinadas, como parte de uma fria e sórdida vingança contra ele. Agora, Júlio terá que descobrir a identidade do responsável por esses crimes bárbaros, antes que sua única filha se torne o próximo nome riscado da lista. 72 Horas para Morrer é uma corrida frenética contra o tempo, que prenderá o leitor do início ao fim.






Resenha:

Quatro histórias eletrizantes...

Júlio Fontana é o delegado da cidade de Novo Salto. Ele tem uma filha chamada Laura e tem um relacionamento amoroso com Agatha. A história do livro se inicia com Agatha em um lugar escuro, amarrada numa cadeira e com uma fita adesiva em sua boca. A primeira parte se desenvolve no misterioso motivo por ela estar naquelas condições.

Paulo Carvalho é um amigo de infância de Júlio Fontana. Tornou-se padre, porém, jamais abandona as idas ao bar para apreciar uma cerveja. Embora o padre coloque a cerveja e a água benta para caminhar de mãos dadas, ele sempre é bastante respeitado na cidade de Novo Salto.

Miguel é um ex detento que foi solto após cumprir sua pena. Ele foi acusado de assassinar a pessoa que Júlio mais amou na vida. O padre resolve trabalhar o coração de Miguel, mostrando que ainda existe mudança naquela alma.

“Não podia acreditar no que acabara de ouvir. Sabia que aquele dia chegaria e percebi que nunca havia me preparado para tal. Mas agora seria diferente. Minha cidade, minhas regras. Podia tornar a vida de Miguel um verdadeiro inferno se quisesse. E queria.” (p.15).

Felipe Diniz é um ex jardineiro de Júlio. Trabalhava na residência do delegado na época em que a mãe de Laura ainda era viva.

Que se cruzam numa trama envolvente...

 Júlio Fontana está sofrendo graves ameaças. Seu maior medo é perder sua filha Laura, então, ele coloca um segurança para protegê-la. Ao acordar, o delegado encontra bilhetes dentro do jornal e fita com gravações são entregues a ele. Todo trabalho é feito para que Júlio siga as pistas e descubra muito mais do que deveria. São 72 horas para morrer, será que ele consegue sobreviver até o final?

“Acho que você está confundindo meu uniforme de policial com o de um garçom. Não estou aqui para lhes servir bebidas. Se quiser algo, vá você mesma pegar.” (p.43).

O que todas essas histórias poderiam ter em comum para que haja ligação? Ricardo consegue misturar romance, sangue, muitas mortes e vingança de uma forma incalculável. O modo que ele narra os homicídios são de forma fria, horrenda, mas muito incrível. Ele corta, trucida, arranca pedaços, costura. Ricardo consegue descrever tudo o que um psicopata poderia fazer ao torturar até a morte.

“Há certas coisas na vida que nos marcam para sempre. Situações que penetram nossa pele criando crostas duras e ásperas como as que aparecem nas pedras banhadas pelo oceano – do tipo que nos fazem acordar suados, no meio da madrugada” (p.133).

Ao ler essa obra, a vontade que temos é de devorar o livro o mais rápido possível. Toda parte é um mistério revelado, é um fôlego perdido e atenção dobrada.



“O silêncio imperou no ar pelos segundos que sucederam àquela revelação. Apesar da força daquelas palavras, custei a acreditar que Felipe falava a verdade. Aquela ideia veio penetrante como uma faca afiada, e admitir a veracidade do que ele falava seria como retorcê-la dentro do meu próprio peito” (p.220).

Um excelente trabalho feito pelo autor. A revisão e diagramação foram impecáveis. Confesso que a editora Novo Século tem me decepcionado muito com os livros publicados, porém, esse livro só notei um pequeno erro de digitação: a palavra foi separada. O restante, o trabalho foi muito bem feito. Ao notar a qualidade da revisão, fiz questão de observar por quem foi realizada e notei que foram três pessoas. Por mais que tenha deixado um pequeno erro passar e a sinopse, com o nome do protagonista sem acento, o trabalho foi de qualidade. Já que muitos livros foram lidos e a Novo Século pecou por não fazer o seu serviço com maestria.

Uma observação cabe, também, para a capa. Muito chamativa, com um olhar te convidando para apreciar a leitura e conhecer essa história incrível. Uma obra mais do que indicada aos amantes de todo gênero literário.

“A vingança move, alimenta, energiza. É água no deserto. Uma amargura doce que dá sentido à vida. O ódio, diferente do amor, permanece conosco. Para sempre. Enquanto o amor é efêmero, o ódio enraíza na alma, modifica, transforma. Odiar, meus amigos, é a essência da vida!” (p.229).

E faz com que o final seja emocionante e inesperado!

  
“Pior do que conhecer um Serial Killer, é um Serial Killer conhecer você!”


Adquira o seu exemplar através do site da editora Novo Século, Submarino, Saraiva ou tenha o seu autografado, comprando diretamente com o autor.


Autor:Ricardo Ragazzo
Título:72 horas para morrer
ISBN:9788576794950
Editora:Novo Século
Ano:2011
Páginas:254

Resenha: Medo do escuro e outras histórias

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Sinopse:
Você tem medo do escuro? Acredita no desconhecido? O suspense e o mistério irão levá-lo para a escuridão, onde o sobrenatural rivaliza com a incredulidade humana, mostrando que nem tudo o que desacreditamos é obra de nossa imaginação. Prenda a respiração. Apavore-se. Desoriente-se, pois escapar pode parecer impossível... Mergulhe no suspense e deixe que a leitura o leve – página a página – ao aterrador final.


Resenha:

Medo! Você tem de quê?

Medo de escuro, nome do livro e de um dos textos, é uma antologia com nove contos. O primeiro deles apresentado pela autora é “O Sótão”.

Edgar vive um dilema. Ele está em casa com Adriana, sua sobrinha. Edgar ouve gritos e choros da pequena. Para ele, Adriana está com medo, pois ouviu, assim como ele, barulhos de uma festa no Sótão. Mas como pode haver uma festa se ambos estão sozinhos?! Realidade ou imaginação? Fato ou alucinação? Edgar fica preso pelas garras do medo.


“Levantei-me e fiquei sentado, sem colocar os pés no chão. Tinha medo de pisar em falso; medo de não encontrar o rumo certo, de não conseguir voltar. Mesmo na escuridão, temos o senso de dimensão, de direção. Eu sabia como os móveis de meu quarto estavam dispostos, sabia onde ficava a porta. Mas havia um medo de causa desconhecida que me corroía a alma de tal maneira que eu mal conseguia me mover com presteza.” (p.12).

Outra conto bastante interessante é sobre Emílio. Nos dias atuais, Emílio poderia ser conhecido como o cara mais pessimista que poderia existir. A lei de Murphy seria chamada a lei de Emílio. Se algo tivesse que dar errado, daria; se fosse provável que desse certo, também daria errado mesmo assim.



Emílio cresceu sem os pais e, por isso, começou sua sofrida vida de trabalho cedo. Era natural que as coisas fossem mais difíceis para ele. Por esse motivo é que ele era considerado como uma pessoa tão pessimista. Porém, para mim, ele é um realista. Afinal, as coisas são difíceis de serem conquistadas. Ele era uma pessoa de poucos amigos, poucas falas e, quando algo lhe incomodava, falava na cara, sem titubear.

“O rapaz não presta porque mora no morro, D. Sandra? Na sua concepção, quem mora em morro é drogado, é prostituído, é traficante? E quem não mora? – perguntou, fitando-a com sarcasmo. – E quem não mora no morro e vai até lá para buscar drogas é o quê? Responda! Sabe de quem estou falando? Do seu filho, que usa cocaína bem debaixo do seu nariz e a senhora finge que não percebe. Sabe por que a senhora prefere fingir? Porque não sabe lidar com a situação, não quer acreditar que a educação perfeita que a senhora deu a ele não serviu de nada! É melhor não ver que o filho está drogado que admitir que não possui uma família perfeita! Ora, pare de falar da vida dos outros!” (p.36).

Essa foi uma das partes mais chocantes. Foi como dar uma facada no olho e esperar que a pessoa clamasse por salvação. 

Emílio tinha um segredo e que não confessava a ninguém. Porém, decidiu que contaria a Hiládio. Quando foi abrir-se com o amigo, o inimaginável acontece. Quais serão os segredos que Emílio carrega consigo?

O conto principal do livro conta a história de Mônica, uma criança de nove anos que tem medo do escuro. Ela tinha pesadelos com uma mulher toda vestida de branco, com feições duras e deformadas. Certa noite, Mônica voltou a ter pesadelos. Dessa vez, a visão foi ainda pior: a misteriosa mulher estava sem cabeça.

“Não consigo ver o que tem no escuro. Não sei o que está acontecendo. Se alguém vier me pegar não tenho como fugir. Não enxergo nada!” (p.56).


A história é contada e Jussara tenta estigmatizar o medo de Mônica, fazendo com que ela se desprenda desses pensamentos.

“Você precisa vencer o medo que tem do escuro. Se continuar fugindo dele nunca o vencerá. Viverá com esse medo até ter coragem de se aproximar dele. Já está na idade de não ter mais medo. Você precisa vencê-lo, você precisa vencê-lo, Mônica” (p.57).

Embora seja considerada o conto principal, por dar nome ao livro, a história não foi a melhor da antologia. O final é inesperado, porém, não é surpreendente e amedrontador como os outros. Acredito que o conto foi escolhido para ser o principal mais pelo efeito do nome do que pela qualidade do texto.

Maud teve todo cuidado para nos causar suspense em cada história narrada. Os contos realmente são de intrigar os leitores. Porém, infelizmente, a diagramação e a revisão deixaram a desejar.

Não conhecia muito o trabalho da editora Modo. Esse é apenas o segundo livro publicado por eles que leio e confesso que esperava que a revisão e diagramação fossem bem melhores. Não há erros na escrita, mas muitos hifens foram usados como travessões, além das vírgulas e pontos terem sido usados incorretamente.




Um detalhe todo especial está presente logo na chamada: a capa do livro é linda e bem feita. As folhas são amareladas e tem desenhos decorando, o que dá um toque todo especial ao trabalho. Porém, não se apeguem apenas à capa, afinal, não podemos julgar apenas por sua beleza.

Se o seu coração está preparado para embarcar num caminho cheio de medos, suspense e muito mistério, então, adquira o livro através da editora Modo ou entre em contato e compre diretamente com a autora, tendo o seu exemplar autografado.


Autor:Maud Epascolato
Título:Medo do escuro e outras histórias
ISBN:9788565588546
Editora:Modo
Ano:2013
Páginas:143

Resenha: O advogado da vida

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Sinopse:
Quando começa o direito à vida? Essa pergunta fica quase impossível de ser respondida quando o médico Arthur Galanidel é preso por supostamente realizar abortos ilegais em sua clínica, inclusive em uma menor de idade. O advogado David é escalado para defender o caso, sofrendo a pressão da imprensa e da sociedade, que discutem se uma mulher tem ou não o direito de abortar e se o médico é ou não um criminoso. Será que David conseguirá convencer os jurados a inocentar o médico? Em quais situações é permitido a uma mãe optar por dar ou não à vida a seu filho? Neste emocionante thriller jurídico, as perseguições, tramas e provas são misturadas a todo momento, criando um romance fantástico, de tirar o fôlego. Tudo isso para, no final das contas, o caso ser julgado por sete jurados que decidirão onde começa e até onde vai o mais fundamental dos direitos: o direito à vida.

Resenha:
Patrick adentra a sala do respeitável médico, Dr. Arthur, juntamente com Alana. Eles vão até a clínica para atendimento sobre a gravidez da moça. O que ninguém desconfia é que todo esse procedimento, realizado por eles, não passa de uma grande farsa de dois jornalistas renomados. Ambos querem dar o furo jornalístico, ao alegar que Dr. Arthur é um criminoso por realizar abortos, inclusive em uma menor de idade.

“A isca estava para ser lançada. Todos os laudos médicos comprovavam que a criança tinha a doença incurável, toda a reação emotiva dos pais, o contato com o deputado, que acabou por conseguir a consulta naquela clínica mesmo não sendo o casal membro de qualquer família rica ou influente, tudo aquilo fora feito para conseguir o resultado que queriam, e permitir que Patrick fizesse a pergunta derradeira, que culminaria com o seu objetivo final” (p.19).

Patrick é um jornalista ambicioso e detalhista. Seus trinta anos como profissional mostram como ele trabalha: procura as melhores notícias para fazer suas reportagens de forma esplêndida.  

Dr. Arthur Galanidel é preso por, supostamente, realizar abortos ilegais em sua clínica, após a denúncia feita pelos jornalistas e uma entrevista reveladora, feita por Patrick. Até onde vai o direito mais fundamental do ser humano? Quando que começa o direito à vida?



David Puskas é escalado para ser advogado do caso que repercutiu na cidade. Ele terá que defender um suposto assassino. Será que ele vai conseguir provar a sua inocência aos jurados?

“Pense em uma coisa importante: você tem o caso de sua vida nas mãos, rapaz! Pode se tornar famoso e reconhecido por defender o médico que realizava aborto em mulheres famosas e ricas! Olhe o que a imprensa está fazendo comigo! Você vai aparecer em todos os jornais. Pense nisso!” (p.70).

A propaganda do livro, com certeza, cumpre com o que promete nessa deliciosa trama: tirar o fôlego. As 414 páginas são devoradas de forma exacerbada. A única vontade que se tem é chegar ao final e descobrir o que acontecerá nesse tribunal.

Sei que o thriller, por ser jurídico, pode não chamar a atenção de muita gente. Porém, como uma estudante de Direito, fiquei apaixonada pela história. Tenho certeza que cativaria a todos. Além de muito suspense, o autor nos brinda com romance, também.



“(...) já ouviu dizer que o mundo pertence aos inovadores? Aos criadores de problemas? Pertence aqueles que não respeitam o statusquo e questionam o que consideram errado, mesmo quando todos dizem que aquilo é certo?” (p.72).

O livro realmente me surpreendeu. O autor abordou um caso de maneira maravilhosa. Só tenho a reclamar, novamente, da editora Novo Século. Ela tem deixado muito a desejar na revisão e diagramação. Achei muitos erros, falta de pontuação e falta de travessão em alguns lugares. Fico indignada com a falta de qualidade no trabalho deles. Os autores trabalham, se esforçam para publicar um livro, que é um sonho para qualquer escritor. Dedicam-se muito, se gasta bastante para isso e, quando a obra chega a suas mãos, os erros são gritantes.

De maneira alguma culpo os escritores pela falta de qualidade na revisão. Se a editora é paga para o trabalho completo, deve-se entregar em boas condições. Porém, mesmo com tantas falhas da Novo Século, ainda não tira o mérito desse livro.

Recomendo a leitura a todos, é mais do que obrigatória aos estudantes de Direito. Não deixem de ler para descobrir: onde começa e até onde vai o direito à vida.



“Se você conhecesse uma mulher que está grávida e já tem nascidos oito filhos, dos quais três são surdos, dois são cegos, um é deficiente mental e ela tem sífilis... recomendaria que ela fizesse um aborto caso estivesse novamente grávida, desta vez do nono filho?” (p.130).

Adquira o seu exemplar através da editora Novo Século, Submarino ou Saraiva.


Título:O advogado da vida
Autor:Jean Postai
ISBN:9788576797494
Editora:Novo Século
Ano:2012
Páginas:414


Resenha: Deuses esquecidos

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Sinopse:
Deuses Esquecidos é o segundo romance da Série Tempos de Sangue, de Eduardo Kasse, e narra a história de Alessio, um camponês temente a Deus que se tornou imortal contra a própria vontade.
Em uma Itália governada pela incontestável Igreja Católica, com seus dogmas e imposições, Alessio se vê em um grande dilema: depois de ser transformado em um bebedor de sangue, ainda teria chance de obter a Salvação?
Enquanto segue em busca de respostas, deixando à própria sorte a mulher e o filho, percorre caminhos tortuosos pela Europa medieval contando com a ajuda de um monge glutão e preguiçoso que também precisa expiar os seus próprios pecados.
Durante essa jornada fantástica, sua alma sempre estará envolta por sombras. Se reais ou imaginárias, só o tempo poderá dizer.



Resenha:
Deuses Esquecidos, o segundo livro da série Tempos de Sangue, mantém a premissa da primeira estória: muita ação e vampiros causando derramamento de sangue. A narração em primeira pessoa também é mantida. Porém, Kasse nos surpreende mudando o protagonista. Sai de cena Harold Stonecross e entra Alessio di Ettore.

Harold era pagão, desbocado, abusado e irreverente. Contudo, Eduardo Kasse nos apresenta, nesse segundo livro, Alessio: um vampiro cristão. Sim, você não leu errado. Nosso querido protagonista era, antes de ser mordido, um católico convicto, algo comum na idade média. Porém, mesmo depois de transformado em um imortal, ele mantém a sua crença.

Alessio era um camponês e trabalhava nas plantações de uva em um mosteiro. Católico praticante, casado e pai de um menino, não tinha nada de especial, se comparado com a maior parte da população. Porém, um dia, após sair do seu emprego, foi abordado por uma figura misteriosa. Religioso como era, rogou pela proteção de Deus, mas Ele não o atendeu. Alessio acaba sendo mordido e transformado em um vampiro.


“Um homem muito magro e alto, com cabelos louros compridos e barba bem rala me olhava. Mesmo com a luz parca da Lua, podia ver que a sua pele era extremamente branca e seus olhos pareciam faiscar. Ele estava imóvel, como uma daquelas estátuas das igrejas. Sequer piscava.
Coloquei-me de pé, encarei-o e com muita dignidade falei a plenos pulmões:
– Pelo amor da sagrada Virgem Maria não me mata!” (p. 15)


Como o livro é em primeira pessoa, nos permite acompanhar bem o desenvolvimento do personagem, assim como entender melhor as suas dúvidas e anseios. Nesse quesito, percebemos mais uma diferença enorme entre Harold e Alessio. Enquanto aquele era confiante e exibido, este é fraco, medroso e acredita estar pecando ao se alimentar de sangue.


Em alguns momentos, ele prefere morder leprosos e animais a fincar suas presas em pessoas saudáveis. Porém, mesmo quando ataca os doentes, evita matá-los. Sua fé é mais forte do que a sua fome. Entretanto, o que pode parecer chato, se torna cativante. Acompanhar o crescimento psicológico do personagem se torna um vício e as páginas se viram sozinhas.


“Não foi uma alimentação prazerosa por causa do sangue doente, mas eu estava saciado. Saí da cabana com a ratazana observando-me com seus olhos vermelhos ao lado do pote de barro. (...) – Meu santo Ambrósio, se ainda pode me escutar, por favor, interceda por esses pobres que me serviram de alimento. Amém.” (p. 37)


Em sua jornada, Alessio conhece pessoas interessantes, como Ugo e Tita. O primeiro é um monge da santa inquisição, caçador de demônios e hereges. A segunda, uma vampira jovem, – de aparência e mentalidade – apesar de ter sido transformada há mais de mil anos.

Tita e Alessio são os lados opostos do vampirismo. Enquanto ela parece ser a filha mais nova de Harold, desfilando sua desinibição e bom humor, ele é calado e medroso. Porém, incrivelmente, os dois formam uma dupla perfeita. Juntos, desafiam soldados e viajantes. Ela faz com que Alessio cresça psicologicamente e também em conhecimento.


“Dei mais um soco na barriga do infeliz, que se dobrou soltando um chiado agudo. Então cravei meus dentes no seu pescoço grosso e suguei até esgotá-lo quase completamente. Soltei-o no chão, agonizante, trêmulo e limpei a boca nas costas da minha mão.” (p. 182)


Apesar de possuírem protagonistas bem diferentes, quem gostou do primeiro livro, certamente adorará o segundo. Afinal, Eduardo mantém a sua estrutura de escrita: uma prosa muito bem articulada e fluída, além de construir personagens cativantes. Sem dúvidas, um livro imprescindível para os fãs da literatura vampiresca. 

Saiba mais sobre o primeiro livro na resenha.
Adquira os dois volumes através da Editora Draco


Título: Deuses Esquecidos
Autor: Eduardo Kasse
ISBN:9788582430361
Editora:Editora Draco
Ano:2013
Páginas:216

Resenha: Liberdade Negada

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 Sinopse:
Sara, onze anos, vive feliz com sua família, quando estoura o golpe militar de 1964. Aos dezessete anos, envolve-se com um militante da esquerda e comete um erro imperdoável aos olhos dos guardiões do regime, entre eles o seu pai, tenente-coronel do exército. Por conta disso, passa por uma situação em que é ferida no corpo e na alma, porém, nada de importante, confessa. Após alguns dias, percebe que, na escola, está sendo seguida por pessoas misteriosas. Às escondidas, a mãe e os tios enviam-na para outro país. Passam-se quatro anos e meio. Sara volta ao Brasil e conhece Fred. Numa ocasião em que conversam num bar, ela tem uma crise de choro ao ouvir pelo rádio a notícia do suicídio de um homem na prisão do DOPS. Fred incentiva-a a contar o motivo desta reação que lhe parece exagerada. Sara relata uma história em que se misturam um grande amor, conflitos familiares, violência e morte.



Resenha:
O livro começa narrando a história de Fred e Sara. Fred se relacionou com Jéssica e tiveram um filho chamado Rafael. O menino é aluno de Sara. A criança mora com a mãe e passa alguns dias com o pai. Ele, ao buscar seu filho na escola, conhece a professora do menino e se encanta por ela.


“Tenho de compreender porque o olhar dessa moça me faz sentir saudade e ter a impressão de que a conheço” (p.20).


A história, logo de início, parece que será um romance meloso, estilo Nicholas Sparks. Porém, Morgana nos surpreende. Fred e Sara não se conhecem muito bem, contudo, marcam um encontro no restaurante. Ambos se atentam à transmissão anunciada no Rádio. O coração de Sara gela; as lágrimas, imediatamente, insistem em tocar o chão. Aquela notícia faz com que todas as lembranças viessem à tona e a vontade de Sara é simplesmente sair daquele local.


“Ouço meus pais, mas avalio suas ideias antes de acatá-las ou não. Você deve ter percebido que não sou de simplesmente acreditar no que me dizem” (p.47).


Nas conversas entre os dois, Fred revela que nasceu no subúrbio do nordeste, hoje, vive no estado do Rio de Janeiro. Ele passou quatro anos e meio no país de Gales, em Cardiff. Sara revela que já passou por Cardiff também, que foi para Londres e ficou por um ano. Enquanto Fred viajara por motivo de uma frustração amorosa, Sara foi por um motivo muito maior e mais emocionante.


“Em cima da escrivaninha do escritório, um crânio humano espargia luz vermelha através dos orifícios onde antes existiam olhos, ouvidos, boca e nariz. Meu pai dizia que o colocara ali para lembrar que somos apenas uma caveira bem vestida. Enfatizava esta ideia macabra com seriedade afável e cuidava desses objetos como se fossem verdadeiras preciosidades” (p.34).




Sara é filha de um tenente-coronel do exército. O próprio pai faz com que o destino de sua filha mude drasticamente. As pessoas imaginam o que uma pode fazer com a outra, para puni-las. Porém... E quando essa punição grave vem do próprio pai? Até onde um pai pode realizar uma vingança tão séria e drástica em sua própria filha?


“Aquele homem, que jamais me agredira sequer com um tapa, tirou o cinto, levantou e desceu o braço, levantou e desceu, levantou e desceu... Eu pedia: ‘Pare! Por Deus, pare!’ Ele não parava. O cinto de couro cortava a pele de minhas pernas e de meus braços cruzados sobre o rosto. Curvei-me para frente, tentando protegê-los, minhas costas começaram a arder” (p.127).


O livro é narrado em terceira pessoa, entretanto, grande parte da obra está em primeira. Pois, Sara conta a Fred todas suas frustrações. Achei essa parte um pouco chata, forçada e maçante. A história não foi contada estilo Titanic. Por esse fator, a leitura, muitas vezes, foi arrastada e eu implorava por diálogos – o que raramente acontecia.

A revisão e diagramação do livro não foram perfeitas, todavia, foi melhor do que muitas editoras grandes e renomadas. Não teve erros de digitação, somente a falta de fechar aspas e erro de pontuação.

A capa não chamou minha atenção, confesso. Mas não devemos julgar um livro pela aparência e essa obra me mostrou isso.


Título:Liberdade negada
Autora:Morgana Gazel
ISBN:9788563037336
Ano:2013
Páginas:174

Promoção Folia de Livros: 15 livros e 12 ganhadores

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Tem gente que gosta de viajar... Tem gente que sai correndo atrás de blocos... Outros, dão os últimos retoques nas fantasias, para desfilar na Sapucaí... E tem outros, como nós, que fazemos tudo isso e ainda arrumamos tempo para dar aquela relaxada.

Afinal, tem coisa melhor do que chegar na quarta-feira de cinzas, deitar em uma rede ou em um cantinho gostoso da sua casa e ler um bom livro pra curar o cansaço e a ressaca?
Não tem, né? Por isso 15 blogs amigos se uniram para garantir a sua folia!


Serão 12 ganhadores!!! Isso mesmo galera... 12 ganhadores!!! 

Vamos as regrinhas para essa super promoção? Então preste atenção!

Regras: 
  • Possuir endereço de entrega no Brasil 
  • Preencher corretamente o Rafflecopter abaixo. 
A promoção terá início no dia 10 de fevereiro e terminará no dia 10 de março às 00h
O primeiro ganhador receberá os três primeiros livros sorteados, seguindo a ordem estabelecida no formulário do Rafflecopter; o segundo ganhador ficará com os dois livros seguintes; e os demais ganhadores, receberão um livro cada, totalizando 12 ganhadores. 
Um email será enviado para os ganhadores e eles terão o prazo máximo de 48 horas para responder com seus dados completos para o envio dos prêmio. Caso isso não ocorra, um novo sorteio será realizado. 
Os blogs participantes terão o prazo de 30 dias para o envio dos prêmios, contando a partir da data da publicação do resultado. 
Cada blog é responsável pelo envio do prêmio que cedeu para esta promoção. Os blogs não se responsabilizam por possíveis extravios dos correios. 

Desbravadores de Livros: Para sempre
Livros e Chocolate quente: A filha da minha mãe e eu 
Por uma boa leitura: A escolha 
Livros Y Viagens: Beijada por um anjo 1
Amor de Livros: Quando uma garota entra num bar - Helena S. Paige
Livros, a janela da imaginação: Feito de fumaça e osso 
Perdidas na biblioteca: Esconda-se - Lisa Gardner
Fábrica dos convites: Bem Mais Perto 
Saleta de Leitura: Água para Elefantes 
Vitrine de Promoções: A outra vida
As envenenadas pela maçã: Enders 
Sobre amores e livros: De volta para casa
De tudo um pouquinho: Beijada por um Anjo 6 
Daily of Books Mila: Tipo Destino
Literalizando sonhos: De repente, o destino 

a Rafflecopter giveaway

Resenha: O segredo de Ella & Micha

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Sinopse:
O segredo de Ella e Micha trata do romance entre dois jovens, mas não é só isso. Os protagonistas vão tecendo, em primeira pessoa, uma trama complexa e ao mesmo tempo simples, que envolve temas delicados como dramas familiares, traumas psicológicos, medo do futuro e da morte, com naturalidade e sinceridade. Eis o que torna o livro tão comovente: sua realidade. Em qualquer lugar do mundo, cada jovem têm um pouco destes dois heróis paradoxalmente frágeis com seus traumas, mas fortes para enfrentar a dura realidade da existência e superar seus conflitos mais difíceis. Respire fundo, prepare-se para acompanhar uma história de amor com pitadas generosas de sensualidade e adrenalina.

Resenha:
Esqueça as histórias de amor estilo mel com açúcar, aquelas em que a mulher é totalmente patricinha e o homem não passa de um completo garanhão que fica com várias. Histórias em que o príncipe encantado aparece no cavalo branco e leva a princesa para o castelo.

O segredo de Ella & Micha foge de estereótipos batidos. Ella é uma jovem garota que perde a mãe logo cedo; seu pai vive embriagado, depois da morte da esposa e seu irmão é sempre muito ausente. Micha, por sua vez, é cantor e violonista. Sua mãe é um exemplo para ele; já seu pai, o abandonou logo cedo e os dois nunca desenvolveram uma relação de afeto.
“Tenho sido muito bom em manter todos os meus excessos controlados, mas cinco minutos depois de ver Ella já estou prestes a jogar tudo para o alto” (p.29).


Ella e Micha são amigos de infância. Após um beijo dado em Micha, Ella vai para Las Vegas estudar na faculdade. Ela passa oito meses distante de todos. Sem informações sobre o paradeiro da garota, Micha vive somente para encontrá-la. Consulta seu número na lista telefônica, procura a jovem por todos os cantos e não a encontra, porém, não perde as esperanças.

“– Não quero que pare sua vida porque não estou mais aqui.
 – E eu não quero que você esteja em outro lugar que não seja aqui” (p.81).

A leitura é bem leve e fluida. O desejo é de chegar até o fim e descobrir o real motivo de Ella ter sumido de todos e de querer mudar seu jeito tão marcante. Esse é um segredo que deixa o leitor atônito, fazendo com que as páginas virem sozinhas.
 


O livro é uma ótima pedida para os apaixonados por romance. Os que não curtem muito o gênero, certamente, se surpreenderão. Fugindo do comum, a autora abdica-se de fórmulas consagradas e faz o seu próprio estilo, banhado de criatividade e encanto.
“Ella sempre teve problemas com intimidade, sempre se afastou das pessoas, inclusive de mim se eu tentasse passar de certo limite. Na verdade, tive muito trabalho para ficar seu amigo. Sempre fomos vizinhos, mas precisei suborná-la com uma caixa de suco e um carrinho de brinquedo para que ela me deixasse pular a cerca do quintal” (p.122).

A revisão e diagramação foram impecáveis. Aliás, essa é a segunda obra que leio da Editora Geração e, nesse aspecto, ela tem mostrado um serviço de qualidade. A capa é bela, mas, acredito que Ella poderia ter divido o seu espaço com Micha.


“– Toda vez que estou feliz, você sempre pergunta se estou bêbada ou algo parecido. As pessoas podem ser felizes sem a ajuda de certas substâncias” (p.143).
Um detalhe que chamou atenção é a narrativa em primeira pessoa. A autora intercala a narração de Ella e Micha. Logo, podemos absorver a história por dois ângulos. Enquanto Ella descreve a sensação, o amor, o suspense e o segredo; do outro lado Micha passa seus sentimentos pela garota e pelo seu pai. Torna-se uma leitura envolvente e marcante.


Quem gosta de carros também irá apreciar o livro. Micha e Ella adoram rachas , fazendo o livro transbordar de adrenalina. O segredo da autora é exatamente esse: fugir do comum, adicionar detalhes que atrairão diversos tipos de leitores.


“O grito que sai da minha boca poderia destruir a felicidade do mundo em mil pedaços. Mas o silêncio que se segue é suficiente para dissolvê-lo completamente” (p.183).

Jessica Sorensen cria uma obra incrível e aguça a curiosidade para a continuação. Certamente, este livro está entre os melhores romances que já li.
“Só porque está quebrado não significa que perdeu a importância. E imaginei que um dia eu o daria a você, no dia em que percebesse que todos nós erramos e que tudo bem cometer erros. Eles fazem parte da vida” (p.250).



Título:O segredo de Ella & Micha
Autora:Jessica Sorensen
ISBN:9788581301822
Editora:Geração Editorial
Ano:2013
Páginas:260

Resenha: O Chamado da Luz

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Sinopse:
O Chamado da Luz é um movimento espiritual emanado pelos mensageiros de Luz para ajudar na transformação da consciência humana. Nessa obra, o autor mostra o que acontece com a sua alma quando o seu corpo dorme e como você pode transformar a sua vida através da oração e das escolas espirituais, como por exemplo, o Instituto Escola das Mães, que prepara as futuras mães para receberem seus filhos. Mergulhe no chamado da Luz, pois o amor é para todos!

Resenha:


Luz e sombra estão por toda parte: nas decisões, na internet, no íntimo de cada um; a lista é infindável. Assim como somos expostos à natureza luminosa, também estamos vulneráveis à natureza sombria. Eles são aspectos opostos que se complementam e geram equilíbrio.



“(...) as situações mais difíceis, as quais podemos dizer que são as que mais nos trazem dor e sofrimento, acabam sendo também as que mais nos ensinam. O que seria de um dia ensolarado se antes não houvesse noite, arrefecendo o planeta e promovendo o descanso de todos os que precisam dormir? O que seria do medo sem a coragem e da coragem sem o medo?” (p.09).
Todavia, a humanidade está, constantemente, sendo instigada às sombras. Conforme o autor, isso se trata de um desequilíbrio, pois é ela que usurpa o equilíbrio da vida. Não porque a sombra seja algo diabólico ou errado, mas porque se deve pesar o que tem de maior importância.



Todas as pessoas têm direito à liberdade, de acordo com Bruno. Saímos do período da ditadura para que pudéssemos viver em liberdade de exposição. Contudo, muitos não sabem usufruir dessa liberdade de forma sábia e o desequilíbrio volta à tona. A mídia tem um grande poder em manipular e censurar, fazendo com que as sombras, novamente, estejam em destaque e, a luz, que deveria ser o ápice, está nos primeiros degraus.
“Há mais doença, mais conflitos, intolerância, materialismo, mais escravidão comportamental, estresse, agitação, violência, drogas, futilidade e sede de poder. Tudo porque a humanidade se alimentou – ao longo de muitos séculos – muito mais o lado sombra do que o lado luz” (p.11).


O autor coloca que não podemos desistir. É preciso ter esperança sempre. Valorizamos a comida, quando estamos famintos; damos valor à água, quando estamos sedentos; valorizamos a saúde, quando a doença domina nosso corpo; se dá valor ao silêncio, quando os gritos ensurdecedores nos irritam; valorizamos a luz, quando não existe mais nada além de nós do que a escuridão.
“Quando vivemos a verdade em cada ato, vivemos o amor, pois o amor e a verdade são irmãos, portanto são frutos da mesma árvore” (p.74).


Bruno aborda sua trajetória com Cristopher e Adolfo à Siena. Lá, ele observa a Terra por uma vista superior. Em suas constantes viagens para Siena, o autor, num diálogo bastante envolvente e curioso, cita 10 padrões de atitudes comportamentais que os seres das sombras costumam utilizar em seus alvos.
“(...) é importante lembrar que o nome UNIVERSO significa: Uni = único / Verso = canção. Portanto, o Universo é música, é movimento, é som! Se o movimento parar, o som também para” (p.148).

A revisão e diagramação ficaram perfeitas. O livro é cheio de imagens, o que deixa a leitura mais descontraída. É o segundo trabalho que leio da editora e fiquei encantada com a qualidade.

O livro é uma leitura agradável. Alguns poderiam julgar logo de cara e dizer que a leitura não agrada. Porém, o autor usa de artifícios inovadores e deixa a leitura bem calma e tranquila.


Título:O chamado da Luz
Autor:Bruno J. Gimenes
ISBN:9788564463158
Editora:Luz da Serra
Ano:2013
Páginas:164


Promoção: Folia dos Livros

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Os blogs De Livro em Livro, Desbrava(dores) de Livros, Meu Diário, Only The Strong Survive e Over Shock uniram-se para deixar o seu Carnaval recheado de novas e emocionantes leituras! Serão dois vencedores: o primeiro levará 3 livros e o segundo levará os 2 restantes.


Prêmios:

  • Garotas de Vidro (De Livro em Livro);
  • Lua Azul (Desbrava(dores) de Livros);
  • Bruxos e Bruxas (Meu Diário);
  • Osíris (Only The Strong Survive);
  • Quase Acaso (Over Shock).


Para participar é muito fácil, vamos às regras?


Regras:


- Seguir publicamentetodos os blogs pelo Google Friend Connect:
- Ter endereço de entrega em território nacional;

- Preencher o formulário abaixo:


a Rafflecopter giveaway



Observações Importantes:



- O prazo para participar da promoção vai até as 23h59 do dia 15/03 e o resultado será divulgado em até 7 dias;

- Os vencedores serão contatados por e-mail e terão 72 horas para enviar nome e endereço completos;

- O primeiro vencedor terá direito a escolher três dos cinco livros oferecidos e o segundo vencedor receberá os dois livros restantes. Caso o primeiro vencedor não responda no prazo estipulado, o segundo vencedor terá o direito de escolher os três livros e um novo sorteio será feito;

- O envio de cada um dos prêmiosé de inteira responsabilidade do blog que o disponibilizou, tendo o prazo de até 30 dias úteis para fazê-lo;

- Leia atentamente as regras e as opções do formulário para que sua entrada não seja desclassificada.

Boa Sorte a todos!!!!!

Resenha: Em Terreno Minado

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Sinopse:

Este é um convite ao risco. Ao percorrer estas páginas, conduzido por um dos mais experientes jornalistas brasileiros, o leitor mergulha na mente de matadores de aluguel, traficantes e assaltantes, entrevistados em seus esconderijos. Cruza os céus da América para cobrir tentativas de golpe de Estado.
O premiado jornalista gaúcho Humberto Trezzi revela, neste Em Terreno Minado, os bastidores de reportagens em áreas de risco que fez em quase trinta anos de profissão. Ele mostra, em detalhes de arrepiar, conflitos, rebeliões e catástrofes em várias partes do mundo: Angola, Bolívia, Chile, Colômbia, Haiti, Líbia, México, Paraguai, Timor e também em Porto Alegre, Rio e Santa Catarina. Um vigoroso testemunho da história contemporânea, com fotos impressionantes.




Resenha:

Em terreno minadoé uma obra que não tem o objetivo de ser épico ou didático. O intuito do autor é destacar o que lhe causou impacto nos tempos de estrada. A obra relata as coberturas de risco que o repórter gaúcho, Humberto Trezzi, realizou durante sua jornada.

Humberto presenciou inúmeros conflitos, rebeliões e catástrofes. O primeiro citado por ele se passa na Líbia, em 2011. Por e-mail, ele recebeu um convite de Altair Nobre, editor-chefe do jornal Zero Hora, para ir a campo e descrever a rebelião. Tal convite foi prontamente aceito.

“Não sou novato em coberturas de conflitos. Estive em locais de tiroteio mais vezes do que consigo lembrar e fiz dois cursos de correspondente em área de risco, ministrados por militares veteranos de guerra. (...) Mas nada me preparou para o que viria a seguir” (p.24).

 
Em meio aos conflitos, Humberto conta que sentiu um arrepio, mas, também, “um misto de curiosidade, orgulho e fascínio mórbido”. Contudo, jamais pensou em desistir. Cada situação narrada pelo autor deixa os leitores admirados com sua calma nos momentos difíceis e com os obstáculos superados.

Os perigos relatados nessas memórias são inúmeros e cada fato gera mais contemplação. Em Angola, por exemplo, no ano de 1996, Trezzi encontra um sargento carioca da Força de Paz e recebe algumas instruções. Graças a essas informações recebidas, em um momento inesperado, tem a sua vida salva diante de uma grande turbulência.

“Todo jovem líbio, aos dezesseis anos, é obrigado a fazer treinamento militar. É levado para campos no deserto, onde aprende a desmontar armas, atirar e sobreviver. Isso explica como Kadafi ‘exportou’ seus revolucionários para lutas em todo o Oriente Médio nas décadas de 1970, 1980 e 1990” (p.77).

O autor descreve de maneira incrível diversos confrontos que presenciou, transformando a sua carreira de repórter em uma grande aventura. Ele faz com que o leitor entre nas batalhas, sentindo o medo e a comoção na pele. As fotografias deixam o cenário ainda mais vivo em nossa mente, tirando-nos, completamente, da realidade.

O livro é separado em quatro partes. A primeira conta os conflitos ocorridos na Líbia, Angola, Colômbia, Haiti e Timor. Na segunda parte, são narradas as catástrofes ocorridas em Santa Catarina e no Chile. No estado brasileiro, o autor registrou os desmoronamentos causados por causa das chuvas, em 2008. Já no Chile, o repórter relatou o terremoto que aconteceu em 2010.

“Repórteres são inevitáveis como baratas. Aparecem em todas as guerras e sobrevivem. A piada foi feita por um militar argentino enquanto um grupo de jornalistas, incluindo eu, rastejava como inseto dentro de um túnel escuro, lamacento e pegajoso no qual mal cabiam os ombros” (p.149).

A terceira parte descreve as rebeliões políticas ocorridas em Bolívia e Equador. A primeira aconteceu em 2008 e a segunda, em 2010. A última parte da obra trata do crime organizado no Rio de Janeiro, Paraguai, México e Porto Alegre.

O autor coloca  nesta obra a entrevista feita com Faraj Mohamed, o Comandante da base da Marinha Líbia, em Benghanzi. Ele ainda entrevista um bandido, no estado do Rio, e as respostas deixam o leitor indignado.

“Eu mato por dinheiro, esse é meu ganha-pão. Há quatro anos faço isso. A minha parada (serviço) é quebrar os outros (matar). Comecei por outro motivo: um cara num bar deitou prosa para cima de mim, me tirou para otário. Marquei bem o rosto dele, busquei dois amigos e fomos pegar ele em casa. Levamos para um valão e matei o sujeito com um tiro de revólver 38, no meio do rosto” (p.259).


Vários trechos me fizeram refletir sobre a situação atual do mundo. Porém, essa citação acima foi como um balde de água fria. Mesmo sabendo que essas coisas acontecem, temos um fio de esperança que tudo não passe de um teatro. Todavia, ao “ouvir” um criminoso confessar dessa maneira, nota-se que a realidade é pior do que se imagina.

A obra, além de nos mostrar as nuances dos conflitos, nos deixa antenados sobre as mazelas praticadas no mundo. Sem dúvida alguma, esta é uma leitura muito recomendada não apenas aos estudantes de jornalismo, mas para todos que gostam de história e curtem detalhes sobre guerras.

Autor:Em terreno minado
Título:Humberto Trezzi
ISBN:9788581301303
Editora:Geração Editorial   
Ano:2013
Páginas:343

Resenha: Terra Morta - Fuga

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Sinopse:

Romance de estreia de Tiago Toy, "Terra Morta - Fuga" imagina o apocalipse zumbi ambientado em São Paulo. Em 'Terra Morta: Fuga', o leitor acompanhará uma saga de sobrevivência ao terrível mal que assolou o interior de São Paulo e agora se dirige à capital. Tiago é um rapaz introspectivo que sempre sonhou em viver na megalópole de São Paulo e buscar novos desafios. Só não imaginava que sua chance chegaria da pior maneira possível. Jaboticabal, sua cidade natal, é o cenário de um terrível apocalipse zumbi, uma tragédia que parece saída de um videogame ou filme de terror. De repente, o jovem acostumado a treinos de parkour e muito trabalho precisa lutar para sobreviver. Nenhum local é seguro, ninguém mais é confiável, água e comida não são mais garantidas no dia a dia. Mesmo que a mente custe a acreditar, não há tempo para duvidar da realidade. A única opção é fugir. A cada pessoa que Tiago encontra, uma surpresa. Aliado ou inimigo? Nunca uma certeza. Tiago e seus companheiros deverão enfrentar o passado e seus medos, e em meio a um mar de zumbis canibais, descobrirão que o maior inimigo ainda são os humanos. Descubra a origem da infecção enquanto corre sem parar, uma aventura dramática que é sucesso na internet e agora se torna uma série de livros. Pegue apenas o necessário e corra sem olhar para trás. / Quer descobrir como a infecção começou? A versão do livro foi revisada e ganhou capítulos e personagens exclusivos, mas você pode acessar o blog Terra Morta e ler 23 capítulos online.

Resenha:

Para quem é brasileiro e fã de zumbis, esse livro é um prato cheio. The Walking Dead é incrível, mas se passa em Atlanta, lugar com costumes e tradições diferentes das nossas. Agora, imagine um monte de zumbis no Brasil, mais especificamente em São Paulo. Isso sim dá um up da história.

Tiago Toy relata a história de Tiago, um morador do interior de São Paulo que, um dia, após sair do trabalho, encontra sua cidade ensandecida. Pessoas mordem umas as outras, atrancam-se, transformando Jaboticabal em um cenário de filme de terror. Na luta pela sobrevivência, o protagonista utiliza-se do parkour, um esporte não muito conhecido no Brasil, para sobreviver.

“Os infelizes parecem não se cansar. Seus olhos vazios, sem brilho. Os grunhidos que emitem me fazem sentir pena, admito. Mesmo não querendo, imagino qual deve ser a sensação de ser devorado por essas coisas com seus dentes podres, mas poderosos, enquanto me dilaceram brigando por minha carne.”

Durante uma fuga de um morto-vivo, Tiago encontra-se com Daniela, que acaba por salvar sua vida. Enquanto ele é quieto e introvertido, ela é irreverente e brincalhona, causando um choque inicial entre ambos. Contudo, a luta pela sobrevivência os une, transformando-os em aliados.


Os dois buscam por armas, comida e água, mas a cada passo que dão, suas vidas parecem piorar. Quanto mais tentam se livrar do pesadelo, mas ele se torna apavorante. O autor cria uma trama incrível, onde vida e morte se relacionam intimamente, trazendo suspense e inquietação a cada página.

“Sua amiga estava caída próximo aos armários, sentada. A cabeça pendia sobre o ombro, o pescoço havia sido completamente dilacerado. A poça de sangue ao redor lembrava uma muralha escurecida, opaca. Partes do seu braço haviam sido arrancadas também, deixando vários músculos a mostra. Que animal havia feito aquela barbaridade?”

Sinceramente, esse foi um dos melhores livros sobre o gênero que já li. Os personagens foram muito bem construídos e a narração em primeira pessoa possibilitou um conhecimento mais profundo sobre a personalidade do Tiago. As cenas foram muito bem construídas e nos faz entrar no texto.

 
Apesar de o livro ser narrado pela visão do Tiago, a minha personagem preferida foi Daniela. No começo, achei que ela morreria logo, porém ela cresceu de uma forma que, na minha visão, se tornou mais forte que o protagonista. O seu temperamento e impulsividade tornam a obra mais imprevisível e deixa o fim em aberto.

"– E se aquelas coisas aparecerem? – Jean já vira os infectados e quase borrara as calças de medo. – Eu não vou sair daqui. Ele que quis descer.
– Belo soldado você, hein – caçoou Erico. O piloto já presenciara cidades tomadas pelos infectados, mas vê-los de uma altura segura é diferente de ser cercado por um bando deles.
– Antes um merda de soldado vivo do que um soldado corajoso morto.” 

Achei muito interessante, também, o fato de o autor ter colocado o protagonista como praticante de parkour. Esse esporte, apesar de pouco popularizado e reconhecido no Brasil, é bem popular em alguns países. Como tal prática consiste em transpor obstáculo, a sacada foi enorme e merece meus parabéns. Afinal, qual a melhor forma de fugir de um zumbi além de pular um muro e deixar ele igual bobo do outro lado?

Certamente, se você é fã de fantasia ou distopia, adorará esse livro. Não perca essa oportunidade de prestigiar o romance de estreia do Tiago Toy.

Compre o livro do autor na Saraiva, Travessa ou na Draco.

Livro: Terra morta – Fuga
Autor: Tiago Toy
Editora: Draco
ISBN: 9788562942327
Ano: 2011
Páginas: 248

Lançamentos da Geração Editorial

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Olá, galera. Vamos conferir os lançamentos da geração editorial?



Sinopse:

Com 20 romances publicados, a autora dá vida e energia a seus personagens em tramas contemporâneas, cheias de graça e vigor. Com linguagem simples, clara, rica e envolvente, aborda fatos que realmente acontecem em nosso dia a dia.
Neste Sem clima para o amor, Clare Wingate, uma jovem e atraente escritora sofre por ter sido traída pelo noivo (com o técnico da máquina de lavar roupa!) e o que mais queria era ficar em casa curtindo sua tristeza. No entanto, durante o casamento de sua melhor amiga, reencontra Sebastian, uma paixão de infância, que se tornou um jornalista famoso e sexy. Ele a quer para si de qualquer forma, mas Clare só quer curtir sua dor. Começa aqui uma história divertida e cheia de surpresas, que conquistou milhões de leitores em vários países e levou o livro para o topo da lista dos mais vendidos.





Sinopse:

Quando comemoramos os 120 anos da publicação do Relatório Cruls, temos em mãos muito mais do que a história de um documento, ou de um homem. Temos um bom quinhão da história do Brasil. E contada por um jornalista que já revirou este país, especialmente em defesa da Amazônia, para evitar que aconteça lá o que se deu no Centro-Oeste. Um país chamado Projeto Jari, as experiências nucleares na Base do Cachimbo, hidrelétricas absurdas como a de Balbina e o avanço voraz das motosserras são alguns dos temas por ele já abordados. Destruição. É o custo da ocupação desnorteada. O trem com que se sonhava há 120 anos descarrilhou. A água, que era abundante, minguou. Ou seja, Cruls é um livro muito atual.






Sinopse:

A II Guerra Mundial eclodiu na Europa. O exército nazista avan­ça pelo continente anexando e massacrando, deixando o rastro de sangue que marcou o século XX. No Vaticano, o papa Pio XII observa os horrores dos combates e tem que definir a posi­ção da Igreja perante o mundo. Mas ele não declara repúdio a Hitler nem se coloca ao lado dos Aliados — simplesmente silencia e a História lhe confere o título de papa omisso.
Por trás do silêncio havia um segredo agora revelado por documentos ofi­ciais secretos. Pio XII organizou uma ampla rede de ajuda humanitária para os judeus de toda a Europa. Sob orientação dele, padres e freiras arriscaram a vida fornecendo abrigo nos mosteiros e conventos a milhares de judeus. Pio XII doou ouro do próprio Vaticano para ajudar os judeus romanos e es­condeu milhares deles em sua residência de verão, enquanto Roma era ocupa­da e bombardeada pelos alemães.
Os judeus do papa é um dos melhores livros históricos já escritos. Baseado em uma rica pesquisa documental, é uma obra indispensável aos leitores que querem entender o que realmente aconteceu em Roma sob a liderança do injustiçado papa Pio XII.


E aí? O que acharam dos lançamentos? 

Resenha: Hathor

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Sinopse:

Inglaterra, 1856
John McBrian é aluno em uma renomada faculdade de Cambridge. Entretanto, sua vida pacata de estudante está prestes a mudar. O que a princípio parecia ser apenas um trabalho de escola coloca o jovem inglês em extremo perigo.
Um mistério intrigante, fenômenos inexplicáveis e mensagens criptografadas levam John a cruzar o oceano, onde seu destino o aguarda.

Resenha:

Imagine que você precisa fazer um trabalho da faculdade e, para isso, pegue um livro emprestado na própria instituição. Contudo, ao folhear o exemplar, percebe que duas páginas estão coladas. Nada de anormal, principalmente se o livro for novo. Porém, imagine ainda que, entre essas duas folhas, há um pequeno papel com frases estranhas e números desconexos. Além disso, tal papel parece conter um mapa. Essa é a surpresa que John McBrian, aluno da renomada faculdade de Cambridge, tem.

Curioso, como qualquer um ficaria em uma situação semelhante, ele começa a buscar a solução para este mistério. Na ânsia de descobrimento, pede a ajuda de seu professor, Sir Oliver Stwart, e ao seu amigo William Kenward. Juntos, eles descobrem que o segredo do misterioso papel, o que os leva até ao outro lado do mundo em busca do suposto tesouro.

“Diante dos olhos estupefatos de John, o mestre puxou um pequeno canivete que sempre trazia consigo e cuidadosamente cortou a borda inferior das páginas. John não disse uma palavra sequer. Na verdade, ficou assustado com a praticidade do professor.” (pag. 24)


 A busca de um misterioso tesouro aguça a curiosidade não apenas dos acadêmicos, mas também de alguns ladrões. Nesta procura desenfreada por mistérios antigos e pedras preciosas, as pessoas mostram os seus melhores lados, porém, também os mais tenebrosos.

“– Diga-me logo, o que está acontecendo? – perguntou já perdendo a paciência.
– Sabe aquele professor idiota para quem Emma trabalha? – respondeu com uma pergunta.
– Sim, o que tem?
– O filho da mãe tem um antigo mapa de tesouro. Um tesouro que está escondido em Bamburgh.” (pag. 49)

Nesse momento, você deve estar pensando: o livro não passa de uma história do Indiana Jones. Porém, muito mais é reservado nesse grandioso romance. E se o grande tesouro não for formado por joias e barras de ouro? E se o bem mais valioso for o conhecimento? E se, ao invés de rubis e prata, o X marcasse a localização de uma sociedade avançada ou de uma espaçonave? O livro guarda tudo isso e muito mais.

Markus Thayer cria um incrível livro que vai do romance à ficção científica e da estrondosa ação ao silêncio de uma biblioteca na velocidade da luz. Cada capítulo é uma reviravolta e é impossível prever o final. Realidade, fantasia e física se misturam e formam uma leitura surpreendente e agradável.

“(...) Essa nave possui um avançado dispositivo de inteligência artificial. Funciona como se fosse um cérebro, um centro nervoso onde todas as decisões são tomadas. Um antígravo como este está repleto de subsistemas destinados aos mais variados propósitos. (...) Este centro de inteligência artificial, o qual chamamos de cérebro quântico, responde ao impulso mental de uma pessoa (...) Não é necessário conduzir a nave, você apenas pede que ela te leve para algum lugar e, quando chegar, o c´rebro quântico lhe avisará.” (pag. 193)

Ambientado no século XIX, o autor apresenta personagens cativantes, uma leitura fluída e um enredo inovador. Sinceramente, não lembro de nenhum outro livro que tenha me surpreendido tanto. Se você busca fugir do clichê e gosta de surpresas agradáveis durante a leitura, esse é o seu livro. Não perca tempo e mergulhe nos mistérios de Hathor.



Compre o livro no Submarino, na Saraiva ou com o autor.


Livro:Hathor
Autor:Markus Thayer
Editora:Novo Século
ISBN:9788576793946
Ano:2010
Páginas:352

Resenha: Deixe a Inglaterra Tremer

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Sinopse:

Embalado pelo ritmo frenético das letras das canções de rock alternativo que antecipam cada passagem do livro, “Deixe a Inglaterra Tremer” é o retrato de como Londres se tornou um polo multicultural nos últimos anos. Nosso narrador constrói e desconstrói diversos estereótipos culturais ao longo dos quatro meses em que esteve lá. Demonstra o processo de adaptação do jovem amargo que era quando chegou à cidade, nos levando à experiência do amadurecimento pessoal que somente a vida numa cidade repleta de possibilidades pode proporcionar. O contato com estrangeiros de todas as partes do mundo, o intercâmbio cultural – nem sempre amigável e bem-sucedido –, as amizades nascidas do sentimento em comum de se estar “sozinho no meio da multidão”, as reflexões acerca da própria vida diante de realidades tão diferentes à primeira vista. Tudo isso transforma o livro numa explosão quase tão multifacetada quanto a própria vida na antiga Londres do novo século.





Resenha:

O livro Deixe a Inglaterra Tremeré quase um diário. Narrado em primeira pessoa, conta a história de um aluno de jornalismo que vai estudar inglês em Londres. Em nenhum momento é mencionado o nome do personagem do livro. Contudo, há uma semelhança enorme com a experiência vivida pelo autor que também é jornalista e passou alguns meses na terra da rainha.

Com uma descrição precisa e detalhista, o autor nos transporta para capital inglesa. Relata-nos, com perfeição, desde a arquitetura dos diferentes bairros e cidades que visita ao comportamento dos ingleses e turistas. Em parte, confirma alguns estereótipos; em outros momentos, desmistifica pensamentos já enraizados.


“– Então, você é do Brasil, não é? Lá não é um país muito moderno, não é mesmo? – ele perguntou, insistindo em ter uma conversa.
– Como assim?
– Você sabe, não é como Londres e Nova York, não tem muitos prédios e nem carros – ele respondeu.
– É óbvio que tem! – respondi indignado.”


Um dos maiores estereótipos é quebrado logo no início do livro. O personagem principal fica na casa de uma senhora que se chama Sandra. Contudo, em seu bairro, a população é essencialmente negra, o que contradiz a ideia de só ter brancos de olhos claros no velho continente. O narrador nos apresenta uma capital multicultural, o que enriquece ainda mais a sua experiência.

No começo do livro, encontramos um narrador tímido, um tanto quanto antissocial, além de bastante melancólico. Porém, com o decorrer do romance, percebemos um amadurecimento incrível. Chego a dizer que uma nova pessoa volta para o Brasil.




“Já tinha um tempo que eu havia levantado, mas minha preguiça persistia. Eu não sabia em que turma iria estudar nem estava muito interessado em saber ou em ter qualquer aula. Tinha mais preguiça ainda de pensar em fazer novos amigos. Já tenho amigos suficientes, pensei.” (pag. 32)


O primeiro “amigo” que o personagem faz em Londres é Matteo, um italiano que está na Inglaterra para melhorar seu inglês. É ele quem ensina ao narrador o caminho até a instituição de ensino onde eles estudarão e apresenta as pessoas da turma. Porém, Matteo volta para casa pouco tempo depois, voltando a deixar nosso protagonista só.


“Matteo estava sempre preocupado com a possibilidade  de eu estar entediado, e parecia de vez em quando para me ver.” (pag. 52)


No fim do livro, somos apresentados a outros brasileiros que moram em Londres e alguns novos amigos do narrador. Após tais encontros, o livro melhora ainda mais. Arrisco-me a dizer que foi ao encontrar essas amizades que ele alcançou o ápice de seu amadurecimento. Claro que outras coisas contribuíram, porém, a solidão era um fator que o atrapalhava bastante.

Com uma narração fluída e uma descrição excelente, Deixe a Inglaterra Tremeré um bom livro para aventureiros e para quem gosta de conhecer novas culturas. Quem gosta de uma boa biografia também irá adorar.

Para os amantes da boa música, o livro também é uma boa pedida. Cada capítulo é embalado por uma trilha sonora. Para mim, só faltou uma coisa nesse livro: um trecho do Sex Pistols. A música inglesa, sem eles, não é música. #Godsavethequeen 

Compre o livro do autor na Saraiva, Siciliano ou na Cultura.

Livro:Deixe a Inglaterra tremer
Autor:Sávio Lopes
Editora: Novo Século
ISBN: 9788542801026
Ano: 2013
Páginas:216

Resenha: 2012 – O segredo do monte Negev + Resultado do sorteio do livro Discovery Earth II

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Sinopse:

Um segredo milenar. Uma profecia revelada. O que estaria escondido num dos lugares mais inóspitos da Terra, o Deserto de Negev, em Israel? O que um missionário, mergulhado em um mar de remorsos e arrependimentos, estaria disposto a fazer para desvendar tal mistério? Será mesmo que Cristo retornaria ao nosso Planeta, como inúmeros profetas predisseram, justamente no momento mais crítico da humanidade, o apocalipse? Apenas uma coincidência ou de fato existe uma ligação entre esta misteriosa revelação e as profecias que apontam para o fim dos tempos, em 21 de dezembro de 2012? Um romance eletrizante, repleto de suspense, compaixão, aventura, e com final surpreendente.

Resenha:

O ano de 2012 apareceu, deu um sorriso, foi embora e um mundo não acabou. Porém, os livros restaram pra contar história. 2012 – O segredo do monte Negevé a incrível continuação do livro 2012 – O menino que previu o apocalipse. Nessa fascinante história, temos a visão o fim do mundo aos olhos de um padre. O calendário Maia sai de cena e entra a volta de Jesus.

Padre Horácio recebe uma missão: ir ao deserto de Negev atrás de uma relíquia que pode mudar o rumo do mundo. Nela está escrita a profecia sobre a volta de Cristo e o fim dos tempos. Nessa viagem, Horácio enfrenta seus medos e dúvidas, questiona sua fé e sua capacidade física.

O livro é narrado em primeira pessoa, o que nos faz entender muito bem os pensamentos do padre, compreender suas angústias e inquietações. O que mais me chamou a atenção é que o religioso é demonstrado como uma pessoa comum. Ele duvida das coisas ao redor, se arrepende de atos praticados no passado e, inclusive, sofre por ter deixado o amor de sua vida ter fugido.

“Gabrielle respondia secamente que não tinha novidades e dava-me as costas. Eu partia feliz por ter ouvido a sua voz e por ter sentido aquele perfume de pêssego mais uma vez. Era como um combustível para não deixar morrer em mim aquela dança, que para ela nada deveria representar.” (pag.51)


O livro também ter um ar psicológico. Horácio, depois de suas escolhas, é atormentado pela Besta. Em certos momentos, tem-se certeza que ele realmente tem a sua missão colocada em risco por tal criatura. Porém, em outros, me deu a impressão de ser fruto da imaginação do religioso, devido suas dúvidas e confusões. Essas aparições são muito bem detalhadas e é bem capaz de causar medo nos mais medrosos.


“Um vento abrasador, que se agitava na direção contrária, golpeou meus olhos e cegou-me por alguns segundos, num ardor penoso e ferrenho. Uma unhada atingiu minhas costas e eu me desequilibrei e desabei (...) Cobri os olhos com o lençol e tentei dormir. Um sussurro soprou em meus ouvidos durante toda a madrugada e meus olhos não pregaram por um minuto sequer.” (p.115)

O primeiro livro deixou algumas pontas, o que possibilitou este segundo. Basicamente, podemos dizer que é o outro lado do primeiro enredo. Lá, enquanto um menino enfrenta as consequências do juízo final, aqui temos a demonstração da preparação. A fé é mostrada de uma forma diferente: livre, não bitolada. O autor passeia entre as crenças e faz uma mistura genial delas.



Nesse livro, temos a volta de alguns personagens do primeiro, como a incrível Sybila – minha personagem preferida do romance anterior – e o misterioso Dom Benedito. Porém outros personagens cativantes nos são apresentados, como a Sophia e o Padma.

 Novamente, Ricardo Valverde descreve ricamente a paisagem, sem falhas, demonstrando uma pesquisa aprofundada e comprometimento com a obra. Além disso, a escrita fluída e a leitura fácil permanecem, contribuindo para o bom desenvolvimento do livro. Sem dúvidas alguma, esta é uma das melhores ficções brasileiras sobre o assunto. Leia, certamente você vai adorar. 

Compre o livro do autor no Submarino, Saraiva ou Cultura.

Livro: 2012 – O segredo do monte Negev
Autor: Ricardo Valverde
Editora: Novo Século
ISBN: 978857679
Ano: 2012
Páginas: 208



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O resultado do sorteio do livro saiu. A vencedora é:


a Rafflecopter giveaway



Letícia, parabéns e boa leitura!
Você tem até 72 horas para responder a nosso contato. Caso contrário, será realizado um novo sorteio.
O prazo de envio do livro é de até 30 dias.
Não nos responsabilizamos por possíveis extravios dos Correios.



Julgando pela capa #1

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Cá entre nós, quase todo mundo já julgou, nem que seja uma vez, um livro pela capa. Sim, é um pecado. Mas um pecado que a gente faz muitas vezes.
Hoje vamos liberar geral – sem trocadilhos maldosos, please – e pecar à vontade. Escolham: julgando pela capa, qual livro vocês levariam para casa?






Resenha: Entre o céu e o mar – uma odisseia além do oceano

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Sinopse:

Mediante a revelação de um segredo, em nome do capitão Vincent Martinez, os irmãos Annette e Vasseur Legrand se lançam na maior aventura de suas vidas, navegando por águas estranhas e intranquilas para cumprir uma dificultosa missão. Ao que tudo indica, o segredo lhes apontará a direção de um mapa, cujo desígnio é a lendária fortuna dos Rackham, soterrada em uma ilha do Caribe. Para isso, deverão realizar incríveis proezas, na tentativa de conseguir um navio e, pior; uma bem suprida tripulação. Através das páginas passaremos a descobrir mais sobre a personalidade de Annette, uma mulher que abandonou uma vida tranquila, assomada pelas lembranças de sua inesquecível infância, para viver livremente ENTRE O CÉU E O MAR.


Resenha:

É difícil fazer uma resenha de um livro como este. Entre o céu e o maré, definitivamente, um livro que foge ao comum. Se você está acostumado com romance água com açúcar, é melhor se preparar. Pegue seu sabre, seu tapa-olho, um papagaio e esteja pronto para a aventura.

Com uma linguagem rebuscada e repleta de metáforas, Gundim nos leva ao passado, em um tempo onde reinos lutavam pela soberania nos mares e ser chamado de pirata era a pior afronta que as pessoas honestas poderiam receber. Em meio a esse cenário, Vincent Martinez, Annette e Vasseur Legrand, respectivamente tio e sobrinhos, vivem grandes emoções.

“Atingindo uma altura considerável na elevação, a loura olhou para trás e observou o infinito azul cinzento que englobava o céu e o mar. A cada passo percebia que pouco a pouco o horizonte clareava, margeando a borda do mundo, preparando-o para o novo amanhecer.”

Um segredo é revelado e, em busca de vingança, os irmãos Legrand resolvem enfrentar seus destinos através de mares tortuosos. Para isso, Annette se torna uma capitã pirata. Porém, surge o primeiro problema: ela não tem uma tripulação. E o segundo, muito mais grave: ela não tem um navio. O que estava fadado ao fracasso, se torna o maior desafio de suas vidas.

Não vou falar mais sobre o enredo do livro, para evitar spoiler. Contudo, ainda há muitas observações a serem feitas. A primeira coisa que prendeu minha atenção ao livro foi a linguagem empregada: um português culto, algo raro de se encontrar atualmente. Outro item que contribuiu muito para a apreciação da obra foi a revisão excelente, algo que está em falta no mercado, principalmente entre os livros nacionais.



O livro é ricamente ilustrado pelo próprio autor, o que te faz mergulhar mais ainda no enredo maravilhoso. Gundim tem um grande talento com as palavras, mas seus desenhos estão a altura de sua proficiência com a escrita. Ela dá, através das imagens, forma a cada personagem, fazendo-os ganhar vida a sua frente, como em um passe de mágica.


“Havia em particular outro cheiro – aliás, odor – que mexera com a sua consciência pirata. Para a sua espécie de gente não passava de um cheiro trivial, mas para pessoas comuns o odor de morte nunca fora considerado cheiro. De dia o exterior da fortaleza emanava beleza pela sua grandeza e plenitude, mas a noite as paredes pareciam criar vida, como se no interior delas as almas dos que ali padeceram implorassem por misericórdia.”

Quanto aos personagens, impossível não comentar sobre Vincent Martinez e Annette. Ele é um dos piratas mais perigosos e procurados. Inteligente, sagaz e traiçoeiro, dá um toque especial à estória, não poupando nem mesmo seus familiares. Você se acha inteligente, mas ele é mais; a cada passo dele, é impossível não se surpreender.



Annette, por sua vez, foi uma surpresa para mim. No começo da obra, imaginei que ela seria apenas mais uma dama meiga e que se tornaria uma boa esposa. Estava enganado. A personagem se mostra uma das mais fortes e destemidas, além de ter uma inteligência extremamente aguçada, capaz de rivalizar com a do seu tio. A domadora de sabres é, sem dúvida, o retrato de uma mulher forte, corajosa e batalhadora.

“Envolvida por um vestido rubro que excedia ao de donzelas, dona de olhos claros cujo valor excedia ao de rubis, a mulher de áurea tonalidade se aproximou do jovem rapaz. Misteriosa, mantinha a parte superior do rosto escondida por uma máscara, mas William não deu crédito a isso; era o mistério dela quem mexia com suas reações, aguçava suas percepções... Ela era linda, deslumbrante, águas celestiais povoavam aquelas íris! Eram como as águas mais puras dos mares que um dia William ousara imergir; como as pedras mais valiosas que pudera tatear...”

Do início ao desfecho, Entre o céu e o mar se mostra uma obra incrível e bela. Sem dúvida, uma excelente escolha para todos que gostam de uma boa aventura e de piratas traiçoeiros.

Compre o livro com o autor.

Livro: Entre o céu e o mar – uma odisseia além do oceano
Autor: Robson Gundim
Editora: Multifoco
ISBN: 9788579619601
Ano: 2012
Páginas:271

Resenha: A garota das cicatrizes de fogo

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Sinopse:

Quatro anos após o desaparecimento da filha e a misteriosa morte da esposa, Johnny Falco recebe uma pista que pode ajudá-lo a desvendar o caso. Um homem aparece morto com as mesmas características inexplicáveis de sua mulher: O CORPO NÃO PASSA DE UM ESQUELETO COM PELE. Seis anos após ter 80% do seu corpo queimado em um atentado, Lisa Gomez acorda em um hospital com uma incontestável diferença: TODAS AS CICATRIZES DE SEU CORPO DESAPARECERAM! E quando o destino dos dois se cruzarem na pequena cidade de Valparaíso, ambos descobrirão que as tragédias que cercam suas vidas estão muito mais interligadas do que poderiam imaginar.





Resenha:
Essa obra é a segunda que leio de Ricardo Ragazzo. Os dois livros são bem diferentes, o que me deixou bastante admirada. A garota das cicatrizes de fogo é um livro que não pode ser lido em mais de um dia. A vontade de saber cada detalhe deixa o leitor afoito para chegar ao fim.

Ragazzo já começa a obra espalhando corpos e mostrando que veio para ser destaque entre os escritores. A trama inicia contando a história de Dennis Marcos. Ele está desempregado e resolve ir a um clube para “afogar suas mágoas”. Ao adentrar no local, ele começa a dar em cima de uma garota no palco. Marcos é expulso do salão e fica largado no chão. Um mendigo o encontra e o corpo de Dennis, misteriosamente, começa a arder e queimar em chamas. Suas carnes começam a desaparecer, seu corpo resseca, restando, apenas, uma massa cinzenta de pele e ossos.

“Olhou para os próprios braços e desesperou-se. A pele começou a borbulhar e a desaparecer como se estivesse sob o efeito de algum ácido. Um cheiro de carne queimada inebriou-lhe os sentidos” (p.10).


A narração é intercalada, ora em primeira pessoa, demonstrando os pensamentos de Johnny Falco, ora em terceira pessoa, relatando a vida de Lisa Gomez. Falco, um detetive particular, teve sua esposa morta há quatro anos e sua filha está desaparecida. Ele é amigo de Sal Salvatore, quem o mostra duas mortes que aconteceram em Valparaíso, semelhante a de Nora.




Sua primeira pista surge. Falco vê uma esperança surgir e vai a busca de respostas. Cidade desconhecida, pessoas diferentes e uma oportunidade de descobrir o paradeiro de sua filha. Será que ele vai conseguir? O suspense é intenso e a emoção parece que nos arrebatará. A leitura é carregada de adrenalina e o desejo é só desvendar todos os mistérios.

“O tempo não fecha feridas, meu amigo. Somos nós os responsáveis por isso, pois somos fracos demais para conviver com a dor e o sofrimento. Deixamos de lado aqueles que foram arrancados de nossas vidas, colocando-os em um closet na nossa mente, sob o cínico argumento que temos que ‘seguir em frente’” (ps.16-17).

Lisa Gomez é uma adolescente que, de acordo com os médicos, tem um poder todo especial. Logo na infância, Lisa teve 80% do seu corpo queimado. Porém, de forma surpreendente, as cicatrizes do seu corpo sumiram. Os especialistas desejam fazer uma experiência para descobrir os reais motivos desse “milagre”.

A obra deixa o leitor intrigado: Quem matou Nora? Por que a mataram? Diana, sua filha, ainda está viva? Por que desapareceu? Quem matou Dennis e Cecília Duarte? Por que fizeram isso? Quem incendiou o corpo de Liza?

“Sua pele já se moldava aos ossos como um lençol sobre um esqueleto humano. Carne, músculos, órgãos, tudo parecia ter sido liquidificado e despejado para fora do corpo da garota, junto com os litros e litros de sangue que escorriam por todos os seus poros” (p.136).


São inúmeras perguntas e as respostas são encontradas a cada capítulo. Ele não deixa tudo para o final; nos faz ansiar por mais a cada página. É impossível ler um capítulo e não querer desbravar toda a obra.



Achei a capa bastante chamativa. A revisão e diagramação ficaram impecáveis. Hoje em dia, está difícil ver um trabalho de revisão tão bem feito nos livros nacionais, principalmente quando se trata da editora Novo Século. O único erro que encontrei foi de digitação.

“O Amor é um pé no saco, não é mesmo? Eu mesma odeio o imbecil. Ele vive se intrometendo na vida das pessoas, dando a elas falsas esperanças. (...) Mas os humanos são fracos. São viciados em Amor, não importa o quanto digam o contrário. Até Hitler amou, acredita nisso? O cara mata milhões de pessoas e se entrega a algo tão pequeno, provinciano. Por isso gosto de animais, a maioria deles ao menos, cachorros são os piores, mas o resto consegue ignorar essa doença chamada Amor. Humanos deviam se espelhar nos insetos, eles sim sabem como viver bem suas curtas vidas. Sem apegos, afeições, nascem, comem, morrem, como deveria ser” (p.239).

Mais um excelente trabalho de Ricardo Ragazzo. Já estou aguardando seu próximo lançamento. Confiram a resenha do livro 72 horas para morrer

Adquiram o seu exemplar através da editora Novo Século, Saraiva, Submarino ou compre através do autor e tenha o seu autografo.


Título:A garota das cicatrizes de fogo
Autor:Ricardo Ragazzo
ISBN:9788542800678
Editora:Novo Século
Ano:2013
Página:255

Resenha: Amores de Verão

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Sinopse:

Verão é sinônimo de aventuras, dias na praia, amigos e longas noites estreladas. Os dias mais ensolarados do ano carregam momentos inesquecíveis e lembranças que são eternas acompanhantes. É uma época de desejos e promessas que serão testadas pelo tempo. O amor - durante esse intenso calor - pode surgir de forma inesperada ou simplesmente brotar de uma linda e antiga amizade. O verão é sobre se divertir sob a luz do luar, é sentir na pele o calor do sol, e ter a certeza de que o que acontece nessa estação, muda para sempre a sua vida.

Resenha:

O livro Amores de Verãoé uma antologia de contos que retrata conquistas amorosas realizadas no período mais quente do ano. Romances surgidos no verão, principalmente durante viagens, tem o estereotipo de passageiros. Porém, esse livro vem exatamente para vencer essa impressão.

O primeiro conto foi escrito por Priscila Reis Andrade e, particularmente, achei o melhor do livro. De uma maneira leve e descontraída, ela narra a relação de Antônio, um mineiro que viaja para o Espírito Santo nas férias, e Janaína. O conto não é meloso, fazendo que já ganhasse um ponto comigo, e termina de uma forma surpreendente. Supera em muito o padrão Nicholas Sparks.


“Como uma brisa que você sente agora e depois cessa; como o céu de fim de tarde que tem nuances de rosa, laranja e azul que precede o cair da noite escura; como um beijo de verão que acontece no auge do entusiasmo e, às vezes, fica só na memória; assim fora aquela noite.” (pag. 19)


O segundo conto, de Joice Lourenço, retrata a história de Fernando e Raquel que, por um erro, acabam alugando a mesma casa para passar o verão. Por não haver outro lugar disponível, são obrigados a dividir a residência por alguns dias. Ambos passaram por términos traumáticos de seus relacionamentos nos últimos tempos e tentam curar as suas feridas nas férias. É um conto bonito, mas eu acertei o desfecho bem antes do fim. Contudo, merece ser lido.



“O encarei por alguns segundos, não querendo mostrar o estado em que fiquei com a sua aproximação, mas, quanto mais o olhava, sentia que alguma coisa acontecia dentro de mim e, por algum motivo, não estava gostando disso.” (pag. 30)


O terceiro conto, de Gleize Costa, fala sobre Amanda Bueno, uma escritora reconhecida nacionalmente, mas que está passando por um bloqueio criativo. Durante esse período difícil, ela encontra conforto pela internet, através das palavras de seu fã, Marcelo Soares. Ela resolve, sem que ele saiba, visitá-lo e se instalar na pousada em que ele trabalha. Esse conto fala sobre relações amorosas que tem seu embrião plantado através de grandes redes sociais. Achei muito interessante a premissa do conto.


“Amanda parou o carro em frente à pousada e respirou fundo. Suas mãos tremiam e suas pernas estavam bambas... Precisava se acalmar e agir naturalmente, caso contrário, qualquer pessoa perceberia o quanto ela estava nervosa.” (pag. 46)


O quarto conto, de Rebeca Andrade, fala sobre decisões. Julia é mãe de Pedro, porém vive arrependida por ter terminado seu romance com Rafael e ter escondido dele a gravidez. A cada dia, a sua dor e sua lamentação aumentam. Já se passaram sete anos desde sua fatídica escolha, mas nada é capaz de consolar seu coração. É demonstrado, nas nuances do conto, como cada decisão que tomamos nos afeta por toda a vida.


“Podia ver a mulher linda que ela havia se tornado. Observava a forma que ela ria com o que o Pedrinho falava. Não sabia se ela poderia vê-lo daquela distância, mas sentiu uma vontade súbita de correr em direção a Júlia e abraça-la.” (pag. 73)


O quinto conto, de Renata Martins, conta a história de Manuella, uma administradora de empresas que descrê no amor e em Deus. Devido a problemas familiares anteriores, a protagonista se torna uma pessoa amarga. Porém, durante uma viagem ao Rio de Janeiro, as coisas começam a mudar. Manuella percebe que, talvez, amar não seja tão doloroso assim.


“Eu compreendo o que sente, mas, um dia, vai entender tantas coisas, e eu sei que este dia está chegando. Quanto ao amor, por mais que diga não acreditar nele, você sabe que lá no fundo do seu coração existe muito amor (...)” (pag. 91)


O livro tem uma escrita agradável e fluída. Além disso, por não ser muito extenso, dá para ler em uma tarde. Para quem gosta de romances bem reais, esse é um livro excelente. Certamente, ele é a obra que falta na lista de leitura de todo apaixonado.


Compre o livro diretamente com a autora.

Livro: Amores de Verão
Autoras: Gleize Costa; Joice Lourenço; Renata Martins; Rebeca Andrade; Priscila Reis Andrade.
Editora: Independente
Ano: 2013
Páginas:103

Resenha: O livro de almas

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Sinopse:

Por quase toda a sua vida, Jox viveu em um hospital psiquiátrico, com problemas que ninguém nunca conseguiu diagnosticar com clareza. Tudo muda quando ele retorna para a casa dos seus pais e tenta se readaptar ao mundo. No entanto, o que ele achava ser a chave para a compreensão de seu passado parece ser o princípio de um abismo ainda mais profundo. 
Enquanto isso, três pessoas com dons paranormais são obrigadas a enfrentar os seus maiores medos, voltando à realidade que sempre tentaram esconder: o juramento de uma antiga aliança, que os poderia levar à morte. 
Por trás da vida de todas essas pessoas existe uma conexão, um enigma que os une pela amizade e pelo terror.


 

Resenha:

Terror, suspense e comédia são possíveis serem vistos nessa deliciosa obra.

Jox é um adolescente, tem 17 anos, e desde muito novo precisou ser internado pelos pais em um hospital psiquiátrico. Os pais dele sempre acreditaram que a doença de seu filho era neurológica. Porém, nunca conseguiram diagnosticar com precisão.

A história se passa no estado de Santa Glória, nas cidades de Rover, Monese e Lita. As três metrópoles compunham a única ilha do território.

Certo dia, Jox é liberado para poder sair do hospital e ir para casa. Sua vida praticamente recomeça: estudo, trabalho, pessoas desconhecidas e um novo mundo que ele passa a enfrentar.

“Vestidos com sobretudos pretos, chamavam atenção por conta de seus olhos vermelhos e de um símbolo prateado no peito que ninguém nunca tinha visto antes. Contudo, o que de fato assombrou a todos foi que, enquanto o carro antigo girava a cinco metros de altura, a mulher que o dirigia saltou e permaneceu no ar. Ela flutuava” (p.19).


Jox é levado para trabalhar numa lanchonete e Trote, seu gerente, enche o garoto de trabalho para que ele desista do emprego. Porém, o jovem, bastante dedicado, sempre exercia suas funções com qualidade.

Três pessoas com dons paranormais são obrigadas a enfrentar seus medos.

Certo dia, Bronos e seus amigos vão à lanchonete. Jox os atende e Bronos começa a debochar de sua cara. Chama-o de moça e humilha-o na frente de todos. Quando o garoto estava indo entregar os lanches pedidos, acaba tropeçando e cai com a bandeja. Todos começam a rir e zombar de Jox, caído no chão. Porém, Nailiu se levanta e ajuda-o.

Bronos é apaixonado por Nailiu, porém, ela nunca lhe deu bola. O jovem não admite a solidariedade da garota. Para ele, Jox está dando em cima de sua “namorada”. A briga está formada. As peças do jogo começam a ser formadas e uma batalha das cidades irá começar.

“Batalha das cidades (...) é uma competição entre as três cidades da ilha, em que todos competem em duas modalidades: inteligência e artes marciais. Os vencedores são verdadeiros heróis e ganham vários prêmios. Você deverá entrar na disputa de lutas para enfrentar o Bronos” (p.62).


Bronos é temido por todos. O maior lutador da cidade de Rover e nunca perdeu uma batalha. Jox é frágil e não sabe, sequer, como faz para dar um soco em alguém. Eles estão prestes a começar uma das competições mais esperadas da história. Rover x Monese. Contudo, o local escolhido para a luta foi Lita. Já que Monese sofreu uma catástrofe e o local para a batalha era sempre intercalado: cada ano uma das duas cidades ficaria responsável.

As apostas foram feitas entre os familiares, amigos e a sociedade. Além da luta física, Jox deveria se preparar para uma luta intelectual contra Saluz Eurecta, a garota mais inteligente e que, também, nunca havia perdido para ninguém.

Até onde existe conexão entre Nailiu e Jox? Existe um enigma que os une de forma incrível.

Jox estava desesperado, sem saber o que fazer. Porém, precisava participar dessa batalha, caso contrário, correria o risco de morrer sem mérito algum.

“Os olhos dela eram de um vermelho-vivo como se estivessem em chamas; a pele descascava tal qual à de uma cobra e estava praticamente careca” (p.106).


Essa parte da história é bastante emocionante e muito fantasiosa. A criatividade do autor foi sublime e fiquei totalmente surpresa com cada desenrolar da trama. Era impossível prever tudo o que iria acontecer. Monstros, cermos, demônios, anjos, tudo isso é mesclado na história e nos acrescenta uma emoção do início ao fim.

Com a narração em terceira pessoa, é possível compreender cada pensamento dos personagens e o que eles fazem. A leitura fica fluida e a vontade é chegar às últimas páginas para saber o que acontece.

A capa é muito bem feita, na verdade, foi o que me cativou a ler o livro. A diagramação bem trabalhada. Só notei alguns erros bobos, porém, nada que desmerecesse o trabalho e a qualidade dessa incrível obra. Ao contrário do que pensei quando vi a capa, a leitura é para todas as idades, já que tem bastante fantasia.

“Que futuro poderíamos prever para uma garotinha que, aos sete anos de idade, vira o pai, alcoolizado, estourar o crânio da mãe com um tiro de espingarda? Como poderia ser a frase adulta de uma criança que diariamente era espancada por seus pais adotivos por não ser a empregada perfeita? Todos esses fatores poderiam ser apontados como os motivos que transformaram Caroline em uma assassina. Entretanto, a menina de infância conturbada não se tornou má, ela nasceu assim” (p.191).


A ideia do autor para elaboração dos nomes foi incrível: Ronchudo Reconchudo, Amona, Bolônio. Foi uma descontração e tanto.

Adquira o seu exemplar, não perca tempo. Acesse o site da Editora Novo Século e Saraiva.


Título:O livro de almas
Autor:Igor Quadros
ISBN:9788542800838
Editora:Novos Talentos
Ano:2013
Páginas:246

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