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Resenha: Perfumes de Paris

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Título: Perfumes de Paris
Autora: Sayonara Salvioli
Editora: Primavera Editorial
ISBN: 9788555780165
Ano: 2016
Páginas: 160
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Sinopse:

No romance Perfumes de Paris, o luxo e a sedução da belle époque francesa serão o pano de fundo para um amor proibido e envolvente. Junto com os protagonistas, o leitor caminhará pelo Quai des Tuileries e pela Pont Neuf; visitará a catedral de Notre-Dame e se encantará com os Jardins de Luxemburgo. Também será convidado a percorrer outros lugares marcantes da Cidade-luz, como o bairro boêmio de Montmartre e seu glorioso Moulin Rouge. Mas será fora dos círculos de glamour que a protagonista conhecerá o amor. A romântica e – ao mesmo tempo – moderna Charlotte, uma perfumista à frente de seu tempo, encontrará no pintor Pierre o maior sentimento que já conheceu. Porém, o amor chega com uma proibição causada por um antigo segredo. E, logo adiante, o casal enfrentará uma barreira ainda maior e mais severa... Com passagem também pelos canteiros floridos de Grasse – a Capital Mundial do Perfume – e pelos campos de lavanda da região de Provence, Perfumes de Paris apresenta uma história de amor em todas as suas fases: a surpresa, o encanto, o medo, a ameaça, a sensualidade e o êxtase!

Resenha:

Eu nunca fui muito fã de romances de época. O motivo é bem simples: as tramas são previsíveis, o aprofundamento histórico é fraco, os romances ou são melosos ou são do tipo “lord cafajeste e mocinha à frente do seu tempo – que na verdade não são tão à frente assim” e os personagens, na maior parte das vezes, são bem estereotipados. Claro, há exceções, mas elas são raras. Então, quando tive a oportunidade de ler Perfumes de Paris, fiquei com um pé atrás. Contudo, resolvi desbravar a leitura devido a promessa de a trama quebrar esses clichês todos. Em grande parte, a autora conseguiu.

Já no começo da obra, somos apresentados à Charlotte, uma mulher forte, efetivamente à frente do seu tempo. Ela já tem quase trinta anos, não se casou, é resistente em relação à essa ideia e é uma perfumista reconhecida. Muitas vezes, é olhada com desprezo, sendo taxada de louca. Isso porque as imposições sociais não a impedem de fazer o que ela quer. Há consequências? É óbvio. A sociedade sempre pune os revolucionários. Contudo, ela persiste em sua forma de vida.


No decorrer da obra, Charlotte conhece um homem pelo qual tem interesse amoroso. O amor, por alguns motivos que não posso e não irei mencionar, é, de certa forma, proibido. Nesse ponto, conhecemos o outro lado de Charlotte, o seu viés mais romântico, podemos dizer dessa forma. Devido as impossibilidades, para ficarem juntos, o casal deverá lutar por esse amor.
 “De que me valeriam todos os palácios do mundo sem o meu príncipe?” (p. 76).
Salvioli ganhou, com esse livro, o meu respeito por construir um romance histórico realmente histórico. Não há apenas roupas e menções de uma época, mas um aprofundamento de costumes, de ambientes e de fatos ocorridos no período. Com um detalhamento que beira ao perfeccionismo, a autora consegue transportar o leitor para a França sem qualquer dificuldade. Neste ponto, ela superou e muito as minhas expectativas.

A construção dos personagens também merece ser destacada. A autora consegue dar uma profundidade interessante aos protagonistas. Eles são mais do que uma mocinha que precisa desesperadamente de um marido e um cavalheiro que fará a mulher amada feliz. A quebra desse padrão é interessante, o que valoriza o enredo criado.


Contudo, em relação à previsibilidade, a autora não consegue fazer muito diferente do que temos no mercado editorial voltado para livros românticos. Temos uma protagonista forte, mas que ao ter contato com o amor, torna-se meio ingênua. Do outro lado, um homem com seus encantos. Não precisa ser nenhum especialista em romances para saber o que irá acontecer. Contudo, acredito que o desenvolvimento do relacionamento e das lutas para superar as impossibilidades agradará quem é fã do gênero.
“Este é, sem dúvida, um dos momentos mais lindos da minha vida, Diário” (p. 114).
Quanto à parte física, não tenho o que reclamar. A capa, apesar de não ser totalmente do meu agrado, tem certo encanto e consegue transmitir de maneira significativa o estilo da obra. A diagramação é bonita, bem no estilo romance, e muito confortável, contribuindo, juntamente com a escrita rápida da autora, para que se tenha uma ótima leitura.

Em suma, Perfumes de Parisé um romance histórico que tenta fugir do clichê, mas que não consegue totalmente. Contudo, está acima da média, principalmente por causa do bom aprofundamento histórico e das belas descrições dos lugares. Para quem procura um romance de época, essa é uma boa opção.




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