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Resenha: Segunda Fundação

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Título:Segunda Fundação
Autor: Isaac Asimov
Editora: Aleph
ISBN: 
9788576570684
Ano: 
2009
Páginas: 
240
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Sinopse:

Hari Seldon previu que a humanidade perderia seu domínio sobre a galáxia. Para evitar esse desastre, elaborou um plano que, seguido à risca, em mil anos deveria fazer surgir uma nova era de glórias para o homem. Mas ele não contava com o Mulo, um ser mutante que colocar todo o plano a perder. Seu objetivo é derrotar a Fundação para que um novo Império se erga em torno de seus fantásticos poderes mentais. Mas, para consolidar sua vitória, ainda terá de enfrentar um inimigo igualmente poderoso, conhecido como a Segunda Fundação. ‘Segunda Fundação’ é o terceiro livro da trilogia da Fundação, composta ainda pelos livros ‘Fundação’ (livro 1) e ‘Fundação e Império’ (livro 2).

Resenhas anteriores:


Resenha:

Resenha sem spoiler dos livros anteriores

De início, vale destacar que você pode ler a resenha normalmente, visto que não terá qualquer tipo de spoiler. Para que isso aconteça, é claro, não poderei fazer uma ambientação específica sobre esse volume; explanarei, de início, a trama da série, como um todo. Após, farei uma avaliação desse volume, emitindo meu parecer sobre ele. Assim sendo, vamos à resenha?

A Galáxia vivia um tempo de paz; milhares de mundos já eram colonizados pelos humanos e um governo único e supremo regia todos os planetas: o Império. Contudo, na contramão das expectativas, Hari Seldon previu, através da psico-história, que esse sistema de governo chegaria ao fim e que a Galáxia entraria em um tempo de ignorância profunda.


Seldon, como idealista e pensador que era, não desejava que esse período se prolongasse. Para tal, ele criou duas Fundações, uma em cada canto da Galáxia; baseadas na ciência, elas deveriam ser a luz da humanidade no período sombrio. Com inteligência, honestidade e sabedoria, elas deveriam dirigir a humanidade para o caminho correto. Contudo, nem tudo sai como deveria...
“O Primeiro Império Galáctico durou dezenas de milhares de anos. Ele incluiu todos os planetas da Galáxia em um domínio centralizado, às vezes tirânico, às vezes benevolente, sempre disciplinado. Os seres humanos tinham esquecido que poderia existir qualquer outra forma de existência” (p. 11).
Baseado nessa premissa, chegamos ao terceiro livro da série. Originalmente, seria uma trilogia, porém, Asimov, acabou escrevendo outros livros do mesmo universo posteriormente. Quando morreu, havia publicado sete livros (heptologia), sendo os outros quatros extensões da trilogia original, enriquecendo o universo e tornando-o mais coeso.

Tudo que posso dizer sobre a conclusão é: incrível. A série veio em uma crescente maravilhosa e chegou ao ápice nesse livro, tornando-o ainda mais inteligente e perfeito do que o esperado. Se a Primeira Fundação era a prova de que a ciência pode superar a força bruta, a Segunda é ainda mais sensacional! Baseada na psicologia, ela dá uma aula de como a utilização de sua mente pode vencer os adversários.


Outro elemento que faz com que o livro seja tão perfeito é a escrita do autor. Asimov sabe mesclar muito bem a ação, os diálogos inteligentes e as descrições, o que torna a obra muito mais envolvente. Não há aqueles parágrafos monótonos aqui, menos ainda aquele clima morno. Além disso, a escrita descomplicada e sem palavras rebuscadas ajuda bastante, tornando a leitura rápida. Aliás, vale ressaltar que, mesmo sendo de uma leitura simples, o livro é altamente crítico quanto a nossa sociedade, tanto na estrutura física quanto na política e social.
“Onde a história se preocupa principalmente com as personalidades, os esboços podem ser tanto positivos quanto negativos, de acordo com os interesses do escritor. Acho isso tudo bastante inútil” (p. 39).
Se tudo isso ainda não fosse o bastante, temos personagens que não são desse mundo – literalmente. Um exemplo perfeito é Arcádia. Apesar da pouca idade, é inteligente, culta, madura e forte, enfrentando problemas que muitos adultos tremeriam. A presença dela deixa a obra mais interessante também, visto que quebra o padrão de diversos personagens masculinos que são protagonistas. Além dela, temos uma série de cientistas que se destacam por suas inteligências e feitos incríveis. Contudo, nem mesmo eles chegam aos pés de Arcádia.

Além do ótimo enredo e da boa conclusão, o livro ainda conta com um ótimo tratamento quanto à parte física. A capa segue o padrão da série e representa muito bem o enredo contido na obra. A tradução está perfeita – como é padrão da Aleph – e a revisão também. Além disso, contamos com uma diagramação boa, com letras em um tamanho confortável e espaçamento grande, tudo contribuindo para o bom desenrolar da leitura.


Infelizmente, não posso me alongar na resenha, apesar da vontade de falar sobre a trilogia durante horas; caso contrário, acabarei proferindo algum spoiler. Contudo, resumo a série no seguinte: inteligente, audaciosa e muito acima da média; um ícone da ficção para se carregar como referência. Ou seja, se você gosta de ficção, precisa ler essa trilogia para ser um leitor completo. Arrisque-se com a série, você não irá se arrepender.
“Você sabia que se classificaria, e hesitou em admitir o fato porque tal conhecimento poderia marcá-lo como convencido e, portanto, inadequado. Besteira! O homem mais estúpido é o que não sabe o quanto é sábio. É parte da sua qualificação saber que você se classificaria” (p. 108).



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