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Resenha: O Cavaleiro de Rubi

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Título: O Cavaleiro de Rubi
Autor: David Eddings
Editora:Aleph
ISBN:9788576572879
Ano: 2016
Páginas:376
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Sinopse:

A épica aventura de Sir Sparhawk para salvar sua rainha e seu reino continua nesse clássico da tradição magia e espada.
Sir Sparhawk e seus companheiros partem em busca do o Bhelliom, um poderoso artefato mágico na forma de uma safira esculpida em forma de uma rosa, o único objeto com poder suficiente para curar o veneno administrado na Rainha Ehlana.

Resenha anterior:

Resenha:

A resenha não contém spoiler do livro anterior

Em O Cavaleiro de Rubi, temos uma continuação que começa no momento em que o livro anterior terminou. A última obra findou com um grande problema e uma possível solução. Nessa, Sir Sparhawk partirá em busca da solução para salvar a sua rainha. Contudo, obviamente, isso não será nada fácil. Para tal, terá de enfrentar inimigos poderosos, seres mágico, deuses enfurecidos e uma magia mais forte e antiga do que é capaz de imaginar.

Por ser continuação direta do livro anterior, só entenderá tudo que se passa nesse livro quem ler O Trono de Diamante. Até por isso, a obra mantém as mesmas características do livro anterior: continuamos tendo uma igreja soberana sobre os Estados, a briga interna entre líderes religiosos e reis, todos sedentos por poder. O jogo de intriga e traições continua forte e a tensão é constante.


A todos esses elementos, é adicionada a batalha entre deuses. Sir Sparhawk, guardião da igreja sagrada e cavaleiro, terá que enfrentar Azash, um deus ancião. Tal divindade é muito poderosa e retém os meios mais sombrios e sujos para derrotar aqueles que não se curvam diante de si. Isso aumenta ainda mais a tensão durante a obra.
“Era uma péssima hora pra se estar nas ruas. De dia, Cimmura era tão pacata quanto qualquer outra cidade. De noite, era uma selva onde o mais forte se alimentava dos fracos e incautos. Sparhawk, entretanto, não era nem um e nem outro” (p. 21).
Assim como na obra anterior, o livro possui uma narrativa mais lenta em diversos momentos, como já é comum na fantasia. Afinal, temos um mundo novo, com diversas nuances, e tudo precisa ser explicado e bem aprofundado. Contudo, o autor compensa tal lentidão com algumas reviravoltas – apesar de não tantas como no livro anterior –, e diálogos bem interessantes e cheios de humor.

Os personagens continuam sendo o ponto alto da narrativa, principalmente a valorização das personagens femininas, o que não é tão comum na literatura fantástica. Sepherina e Flauta são mais do que essenciais para a trama; elas são os elementos mais fortes. Enquanto os cavaleiros possuem a força física, as duas possuem a inteligência, a estratégia e a força mítica. Sem elas, dificilmente Sparhawk conseguiria qualquer vitória.


O único ponto que faz com que o livro seja inferior ao primeiro exemplar é o desenvolvimento dos fatos. Claramente, David Eddings optou pelo caminho mais fácil e mais óbvio nessa obra. Não falta emoção e adrenalina, é verdade; porém, a previsibilidade marca presença. Por um lado, isso é interessante pois o autor terá todas as cartas nas mãos para usar na terceira e última obra. Por outro, faz com que o segundo livro tenha o menor potencial da trilogia, sendo apenas uma ponte bem construída entre o primeiro e o terceiro livro.
“– O senhor é um honrado Cavaleiro da Igreja, Sir Bevier – Talen apontou. – Eu sou apenas um ladrão de ruas. Regras diferentes se aplicam a nós. O grande jardim de flores de Deus precisa de algumas ervas daninhas para contrabalancear o esplendor das rosas. Eu sou uma erva daninha. Tenho certeza de que Deus me perdoa por isso, já que faço parte do seu grande desígnio” (p. 65).
Quanto a parte física, a série continua mantendo o alto nível. A capa é tão bonita quanto a anterior e a diagramação continua tendo a mesma estrutura: bem construída e confortável; apesar da letra ter um tamanho apenas mediano, a boa tradução e revisão facilitam a leitura.

Em suma, O Cavaleiro de Rubié uma boa obra, apesar de estar um patamar abaixo da anterior. Vale persistir na série pelo maior aprofundamento dos personagens e pela promessa de um terceiro livro sensacional, que tem tudo para ser o melhor da trilogia.




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