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Channel: Desbravador de Mundos
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Desbravando Nós: Uxa, Uxa! Somos fadas ou bruxas?

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A Uxa, de Sylvia Orthof, era uma bruxa. Ou seria ela uma fada? Vai saber.

Com a gente também é assim: Uxas, ora fadas, ora bruxas. E não tem essa de “comigo não”, é Uxa, é Uxo. É sim. Eu explico essa história e ela é mais ou menos assim:

Uxa muda de opinião: de sim para não; de claro para escuro. É verdade? Negativamente.

Uxa vive mudando de fantasia; no dia do “sim” tem vestido de cetim e varinha de condão; tem mil bondades e óculos de coração. No dia do não? Tem vestido folgadão, cabelo lelé da cuca. Nada de ser “tão boa...”, diz ela, “e loura”.

Até quando faz bondade, Uxa corre o risco de escorregar: deu bombom puxa-puxa para o velho, e se na dentadura agarrar? “– Ó... ui, ui..., será que fiz mal?”. Com sua vara de condão, transforma táxi em abóbora com agilidade cabrita. E a buzina? Mé, méééééé! Ah, poxa vida, ela só queria até o castelo chegar. Será que, afinal, Uxa não tem jeito pra fada? É aí que ela pede perdão. Com dinheiro não pode pagar a corrida, seu motorista. Mas certamente pode pagar com a afeição do coração.

Uxa, também tem manias de princesa. Ou é o que deixa alguns pensar, ela quer mais é perder seu sapatinho de cristal, que já está a apertar. Quando encontra o tal do príncipe, o encantado, acaba correndo, largando o sapatinho de cristal. Ser princesa e feliz para sempre? Credo! É bom estar dia bem e se permitir viver, também, os dias maus.

Uxa quer poder se transformar em bruxa quando quiser. E diga você, quem não quer? Fazer o que bem entender. E daí o que eles vão dizer!! A Uxa bruxa faz até príncipe acordar para realidade: moço, vá arrumar um trabalho na cidade!

E imagine que final mais louco. É assim:

“Uxa pequenina, gorduxa,
Bota uma língua para as histórias antiquadas,
Samba num pé,
Fica moderna, mas...
é vencida pelo amor.
Uxa acaba apaixonada,
que danada,
por um moderno
computador”.

O importante mesmo é que Uxa muda. “Uxa muda, muda muito, constantemente”.

Nunca esquece de mudar a fantasia da alma. De ser cada vez mais Uxa, confortável dentro de si mesma. Nunca totalmente fada, nunca totalmente bruxa, mas sempre melhor.

Mais fada, mais bruxa. Mais Uxa, mais gente (como a gente).  

Livro citado:

ORTHOF, Sylvia. Uxa, ora fada, ora bruxa. 8ª edição. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2012.

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