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Resenha: Psicose

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Título: Psicose
Autor: Robert Bloch
Editora: DarkSide® Books
ISBN: 9788566636154
Ano: 2013
Páginas: 240
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Sinopse:

Livro que deu origem ao mais famoso filme de suspense de todos os tempos. Psicose conta a história de Marion Crane, que foge após roubar o dinheiro que foi confiado a ela depositar num banco. Ela então vai parar no Bates Motel, cujo proprietário é Norman Bates, um homem atormentado por sua mãe controladora.

Resenha:

Resenha escrita pela Thaís Snape.

Eu não iria resenhar o livro porque não sabia como descreveria tudo que senti ao lê-lo, mas como tudo que é bom precisa ser divulgado e, principalmente, elogiado, venho aqui contar para vocês como foi ler Psicose e tentar conseguir novos leitores e amantes dessa beldade.

Quando comecei a assistir a série Bates Motel,fiquei apaixonada e extasiada com a complexidade do personagem Norman Bates, isso porque eu só vi por enquanto a primeira temporada. Então, uma amiga emprestou o livro que inspirou a série. Como adoro suspense, tratei de arrumar tempo o mais rápido possível.

Marion, ou Mary, é uma mulher que sonha em casar-se logo com seu amado Sam, dono de uma loja de materiais que herdou do pai, porém, ele não contava com uma dívida de vinte mil dólares. Para quitá-la, vem trabalhando apenas para saldar essa quantia, sendo assim, não pode casar com sua amada em pelo menos três ou quatro anos. Para apaziguar a saudade, eles correspondem-se por cartas e raramente encontram-se por morarem longe e não terem dinheiro para morarem juntos. 

Se o problema era dinheiro, Mary acaba tendo uma desesperada ideia. Farta de trabalhar por tanto tempo no mesmo lugar e não ser valorizada, decide roubar seu chefe e fugir para quitar o restante da dívida de Sam Loomis e casar-se, mas como a viagem para Fairvale era longa e para despistar a polícia, ela demora muito mais do que planejava. Para piorar a situação, depois de horas na estrada e cansaço, uma chuva forte a impede de continuar, como se a sorte estivesse a seu favor. Acaba por encontrar um motel funcionando e trata de hospedar-se, o que ela não imaginava era que o dono era Norman Bates…

Mary estranha o lugar e o dono, mas como está cansada, não desconfia de nada. Aliás, como passará só a noite ali, não se sente preocupada e nem desprotegida, acha até engraçado como Norman comporta-se perto dela e acaba conhecendo um pouco da sua vida no Motel.

Enquanto isso, em Fairvale, Sam é surpreendido em sua casa com a visita de Lila, irmã de Mary. Ela procurava pela irmã e relata as últimas notícias e acontecimentos. Para aumentar a preocupação do pobre coitado, recebe a também a visita do detetive Arbogast que desconfia que ele esteja envolvido no roubo e no esconderijo de Marion. Fiquei com pena de Loomis, porque nós sabemos que ele é inocente; contudo, Arbogast não mede esforços para arrancar a “verdade” do interrogado, a pressão que fez chegou a ser palpável e até angustiante.
“Engraçado, pensava Sam, como acreditamos saber tudo sobre uma pessoa só porque a vemos frequentemente ou porque temos uma forte ligação emocional com ela”.

Com as poucas informações que coletou e as pistas que coletou, Arbogast chega finalmente ao Motel Bates, mas antes disso, deixa avisado a Lila cada informe que consegue para não preocupar a mulher que está desesperada para contatar a polícia sobre o desaparecimento de sua irmã.

Norman Bates é um homem reservado, sombrio e principalmente traumatizado pela forte dominação de sua mãe, uma mulher que privou-o de muitas pessoas e até momentos. Sua vida resumia-se a obedecer as ordens de suas mães e nada mais, a superproteção que recebeu acabou transformando-o em um homem perturbado, cresceu dividindo sua personalidade em ser o que sua mãe queria e no que seus pensamentos e instintos queriam.

Ler sobre os pensamentos de Bates era perturbador e assombroso, adicionado com a tensão que o autor passava, ficava impossível largar o livro. Eu estava vidrada e aflita com o final porque, inevitavelmente, você acaba querendo o bem de Sam e Lila. Ao conhecer a história de Norman, fui ficando fascinada e chocada com o que passou nas mãos de sua mãe, e com suas reflexões e observações. Ao relatar alguns trechos dos livros que lia ou já leu, ficava cada vez mais eletrizante e o suspense aumentava, porque você acaba conhecendo a capacidade e barbaridades que Norman é capaz ou será que não foi? Isso vocês descobrirão ao ler.

O nervosismo, tensão, apreensão e inquietude são as principais emoções que predominam no livro; eu nunca me senti tão alterada por uma história. Enquanto lia, meu nível de aflição estava tão alto que tomei vários sustos por pequenos barulhos que tinha em casa. A cada susto, meu coração ia a mil, e eu voltava a devorar as páginas e compreender a complexidade de Norman. Cada vez que a história retornava para ele, ficava mais chocada e abalada com cada detalhe que era fornecido.

Quando Sam e Lila decidiram ir ao Motel Bates para saber mais sobre o estranho desaparecimento e o que poderia ter acontecido com ela, pois não acreditaram na história que o Xerife Jud Chambers contou sobre o inofensivo e reservado Norman, fiquei dez vezes mais aflita e enlouquecida com a chegada do desfecho. De um lado, queria saber mais sobre o passado traumatizante e assombroso de Norman e, do outro, queria saber o que aconteceria com os quarenta mil dólares, Mary, Lila e Sam.
“Estranho como as coisas funcionam na vida real. Nenhum de nós suspeitou da verdade, nós só cometemos erro atrás do outro até fazer as coisas certas pelas razões erradas. E nesse momento, eu nem consigo odiar Bates pelo que fez”.

Bloch brincou com minhas emoções com uma facilidade exorbitante, com poucas páginas conseguiu causar-me emoções que não sentia em livros maiores ou em thrillers psicológicos. Com poucas palavras e maestria, o autor conseguiu deixar a obra arrebatadora de uma forma impressionante; além disso, tem a maneira que conseguiu transporta-me para o cenário de horror e sentir na pele o que os personagens passavam. Ainda não sei como não passei mal de tanta tensão; sim, falei várias vezes essa palavra porque eu descrevo o livro desse jeito: puramente perturbador e inquietante. Você não conseguirá mais ser o mesmo quando terminar a leitura, fazendo-o perguntar-se se não tem um pouco de Norman Bates em você.
“Todos nós somos um pouco loucos de vez em quando.”

Só tenho a dizer que se preparem para o final! De certa forma, terminou “bem”, mas as revelações e o depois de um personagem foi de deixar-me boquiaberta; as revelações que li foram arrebatadoras e espantosas. Ainda estou assombrada com a inteligência e enredamento intrínsecos na obra. 

Psicoseé livro que todos deveriam ler e que deixa você com sede de mais, de querer ler mais sobre a vida de Norman Bates, de saber como foi sua infância detalhadamente, já que no livro vemos um Norman na casa dos quarenta anos. Fico um pouco aliviada com a série Bates Motel que fala sobre a adolescência dele.

A Darkside fez duas edições desse livro, uma em capa dura e outra em Brochura; eu li a segunda e o trabalho que fizeram ficou impecável. A capa que tem toda a essência da história, com páginas em preto e branco, uma diagramação perfeita que combina com as emoções que o livro passa e faz com que o leitor queira ter a obra em sua estante. Contudo, confesso que quero muito ter as duas edições, principalmente, a de capa dura, que é linda demais e que vale a pena ter.

O que resta-me fazer depois de ler essa magnanimidade é recomendar e recomendar e continuar a surtar toda vez que começo a falar dessa obra. Leiam e descubram sobre Norman Bates e preparem-se para o que o esperam. É um suspense perfeito para os amantes desse gênero e garanto que não vão se arrepender.

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