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Desbravando Nós: Sementes da minha esperança

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O mundo nunca foi generoso com os sonhadores. O mundo nunca foi generoso com os que ousam crer que a utopia nunca foi um destino, mas um passo cotidiano de esperança. O mundo, ou as pessoas que nele acumulam poder, nunca foi gentil com os que ousam desafiar suas perversas opressões. Contudo, os sonhadores estão por aí. Os sonhadores estão plantando no mundo as suas esperanças.

Em mim uma esperança foi plantada; a ela retorno, pois sei que, em um momento de confusão e farsa, minha esperança precisa ser regada. Sobretudo, nas nebulosas chuvas, minha esperança teima em florescer e florear a vida. Por isso, hoje, colho uma das flores de minha teimosa esperança e ofereço a você.

Floresce em mim a educação semeada por Freire. A educação da escuta, da autoridade sem autoritarismo. A educação da ternura, das bonitezas do conhecer e construir um mundo juntos. A educação da liberdade, da autonomia. A educação do sonho. Em tempos de mordaça, ouso deixar florescer em mim a utopia do caminhante que se faz e se refaz ao caminhar.

Floresço, porque, com Freire, aprendi que nenhum condicionamento machista, racista, homofóbico deve determinar minha prática enquanto gente. Porque professor é gente, não deus. Floresço, porque, com Freire, aprendi que o tempo é possibilidade e não determinismo; o futuro, por mais trovões que nos reserve, não é inexorável. O futuro é feito das lutas que nos permitimos travar sem temer.

Floresço porque entendi que, com Freire, enquanto formo-me gente-professor, aprendo a estar “a favor da luta constante contra qualquer forma de discriminação, contra a dominação econômica dos indivíduos ou das classes sociais” (2013, p. 100).  Floresço ao aproximar-me daquilo que se democratiza e afastar-me daquilo que golpeia e agride o sonho. Crescem as flores de minha alma, a medida que compreendo que se “o sonho que nos anima é democrático e solidário, não é falando aos outros, de cima para baixo (...) que aprendemos a escutar, mas é escutando que aprendemos a falar com eles” (2013, p. 109)

Floresço enquanto lhes entrego minhas flores-sementes, minhas sementes-flores. Floresço porque a linguagem é caminho de invenção e (re)invenção da cidadania (2014, p.56). A linguagem reinventa cada um de nós todos os dias e floreia-me.  Floreia-me enquanto aprendo e entendo que “se a educação não pode tudo, alguma coisa fundamental ela pode”(2013, p. 110)

Floreio-me, porque o mundo nunca foi generoso com os sonhadores. Porque o mundo nunca foi generoso com os que ousam crer que a utopia nunca foi um destino, mas um passo cotidiano de esperança. Porque o mundo, ou as pessoas que nele acumulam poder, nunca foi gentil com os que ousam desafiar suas perversas opressões. Contudo os sonhadores estão por aí, floreando-se. Os sonhadores estão plantando no mundo as suas esperanças.

Eu lhe convido a semear comigo.

Livros citados:

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. 21ª ed. Rio de Janeiro: Paz&Terra, 2014

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 47ª ed. Rio de Janeiro: Paz&Terra, 2013

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