Título: O Livro de Memórias
Autora: Lara Every
Editora: Seguinte
ISBN: 9788555340178
Ano: 2016
Páginas: 392
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Sinopse:
Sammie sempre teve um plano: se formar no ensino médio como a melhor aluna da classe e sair da cidade pequena onde mora o mais rápido possível. E nada vai ficar em seu caminho — nem mesmo uma rara doença genética que aos poucos vai apagar sua memória e acabar com sua saúde física. Ela só precisa de um novo plano. É assim que Sammie começa a escrever “o livro de memórias”: anotações para ela mesma poder ler no futuro e jamais esquecer. Ali, a garota registra cada detalhe de seu primeiro encontro perfeito com Stuart, um jovem escritor por quem sempre foi apaixonada, e admite o quanto sente falta de Cooper, seu melhor amigo de infância de quem acabou se afastando. Porém, mesmo com esse registro diário, manter suas lembranças e conquistar seus sonhos pode ser mais difícil do que ela esperava.
Resenha:
Quando vi essa capa, título e esta frase impactante, fiquei ansiosa pela leitura, pois, por mais que eu tente evitar, adoro ler livros com essa temática, mesmo que eu vá ficar emocionada no final, mas o que importa é aprender e sentir-se mais empática com as pessoas. E foi exatamente isso que O Livro de Memórias proporcionou. Quer saber como? Confira abaixo.
Assim que iniciei a leitura, soube quem seria a Sam do Futuro, quem a Sammie queria ser ao escrever em seu diário no Word. Suas memórias estão registradas ali e seria como um lembrete para ela quando suas lembranças começassem a falhar e esquecer até de quem a rodeia. Assim, o leitor começa a entender quem é a sua narradora, seus sonhos, suas ambições, fraquezas etc.
“Preciso que você seja a manifestação da pessoa que eu sei que vou ser. Posso vencer isso, sei que posso, porque quanto mais registro para você, menos vou esquecer. Quanto mais escrevo para você, mais real você se torna”.
Sammie descobriu que tem uma doença degenerativa chamada Niemann-Pick Tipo C ou simplesmente NP-C que começará a apagar suas memórias e prejudicar sua saúde física, mas, mesmo sabendo disso, não desistirá de conquistar seus sonhos. Ela estudou por quatro anos para conseguir a Faculdade que tanto queria, deixou de ir a festas, de ter amigos, afastou-se de seu melhor amigo Cooper de um modo inesperado, tornou-se reclusa a seus livros e estudos e dedica seu tempo para vencer inúmeros debates políticos com sua parceira Maddie. Sempre foi dedicada e focada, só saía de casa para ir aos torneios do debate para representar seu colégio Hanover.
Contudo, parece que seus planos irão mudar quando Stuart retorna à cidade e seus sentimentos por ele retornam, não imaginava que iria encontrá-lo depois de um tempo. Parecia que esse seria um ano cheio de surpresas: começava a criar laços de amizade com Maddie, apesar de sempre serem próximas por causa dos debates, nunca foram íntimas e conversavam sobre outros assuntos; para finalizar, Cooper reaparece em sua vida de uma forma gradativa e significativa.
Sam tem três irmãos: Harrison, de treze anos, Bette, de nove anos, e Davienne ou Davy, de seis anos, que são personagens cativantes e irão participar de muitos momentos divertidos e emocionantes na vida da irmã mais velha. Quase ninguém da família é normal, cada um com seu jeito peculiar e, diante da NP-C, parecem lidar bem com essa nova situação. Os pais de Sam são os mais afetados emocionalmente por não esperarem que sua filha tão cheia de anseios e objetivos tivesse um mal que poderia acabar com todos os seus planos e até com sua vida, por ser uma doença fatal.
Logo no início, pensei que seria um livro triste por se tratar sobre uma doença fatal e que não tem cura, mas enganei-me; a todo momento, Sammie conta sobre sua vida de uma forma descontraída e até divertida, não enche o leitor de lamentações e desculpas, sua condição não afetará sua personalidade e nem seus objetivos, precisa conseguir vencer esse obstáculo e, acima de tudo, viver intensamente. Não quer pensar sobre as consequências enquanto não chegam; Desde que seu cérebro funcionasse o máximo possível, não se importaria com seu corpo, poderia até ser uma Stephen Hawking.
Entre tantas memórias, acompanhei a jornada de Sam com relação a Stuart. Aos poucos, a jovem percebia que estava apaixonando-se de verdade por ele e, quando o relacionamento dos dois começou a crescer, ela não conseguiu contar sobre a NP-C, não achava importante, visto que até então conseguia exercer suas tarefas, sua memória estava ótima, suas notas altas e vencendo junto com Maddie os torneios. Não estava mentindo, apenas omitindo um pequeno detalhe de sua vida para o garoto.
Enquanto isso, Cooper também começa a ser mais ativo no livro de memórias da garota, separados por terem vidas diferentes, enquanto ela continuou sendo uma nerd, ele tornou-se o rei das festas e a envolver-se com drogas, só que não mudou o jeito de ser atencioso, carinhoso e prestativo. Seu melhor amigo de infância parecia enfim retornar, mas, infelizmente, em um momento de sua vida conturbado.
“Às vezes a vida é só terrível. Às vezes a vida te dá uma doença estranha.Às vezes a vida é muito boa, mas nunca de um jeito simples. E, quando olhar para trás, vou saber que tentei”.
Tristemente, a NP-C começa a prejudicar Sammie em pequena escala, o que a preocupa, principalmente por causa do seu futuro; seu cérebro é o mais importante, precisa dele para poder estudar na Faculdade, seu maior medo era a inevitável a demência. Ela começa a ter breves intervalos momentâneos de falta de memória e ficar desorientada em alguns momentos, nada que passasse de alguns minutos, porém, prejudicará em situações importantes para sua vida e de outras pessoas. Maddie e Stuart continuam sem saber sobre sua condição, mas, em breve, terá que contar...
O apoio diário que recebe de seus pais e irmãos é comovente e tocante, tornando a história mais profunda e, enfim, triste. Aos poucos, Sammie estava piorando, e mesmo assim não deixou de ser otimista, de nos proporcionar histórias engraçadas e curiosas sobre seu lar, seus irmãos e sobre como foi sua infância com Cooper. O objetivo do livro de memórias é que essas lembranças sejam essenciais para seu futuro, para que não esqueça acontecimentos importantes que teve, suas pequenas conquistas, seus esforços em conseguir combater essa doença com atalhos que a façam lembrar-se de coisas pequenas e importantes em sua vida; para poder ler sobre como era antes da doença, como lidou e como quer ser no futuro.
“É por isso que estou escrevendo para você, acho, e não tirando um monte de fotos. Uma foto não vai tão fundo. E o antes e o depois? E tudo que não coube no enquadramento?E todas as coisas?A vida não é só uma série de conquistas”.
Se fosse definir, a Samantha seria descrita como uma garota alegre, determinada, sonhadora e que nunca desiste de conseguir o que quer, uma verdadeira heroína para nós, enquanto muitos lidam com obstáculos como estudos, tristezas e dificuldades. Sammie tem que lutar contra ela mesma, contra seu cérebro e seu corpo que estão deteriorando-se aos poucos e, mesmo assim, não deixa de ser uma garota incentivadora para nós, ensina que se ela está correndo atrás dos seus sonhos, mostrando que podemos conseguir tudo o que quisermos com dedicação e força de vontade. Suas memórias são as mais alegres possíveis e acabei ficando encantada por ela, por torcer por sua melhora e que consiga levar uma vida um pouco normal.
Talvez Sammie escreva para a Sam do Futuro porque ela quer que seus leitores sejam melhores a cada dia, que não queiram esquecer os melhores momentos que viveu, que viva intensamente a cada dia como se fosse o último. Nós somos a Sam do Futuro e precisamos compartilhar suas memórias para que ela possa ser lembrada e para que ela mesma relembre essas lembranças.
A Lara Avery criou uma personagem tão marcante e cativante que no final da leitura ficou impossível não colocar esse livro entre os meus favoritos. Depois de ler Carta de Amor aos Mortos e ficar emocionada e muito tocada pelo enredo, achei outra história que me deixou da mesma forma, mas dessa vez não foi tão triste; foi extraordinário, enternecedor e impressionante; não consigo achar a palavra certa, mas acho que essas três expressam um pouquinho do que quero dizer. Sammie é daquelas personagens que marcam o leitor com sua história no final, porque pareceu ser alguém tão próximo de sua vida que você não consegue não se comover e não ficar sensibilizado com a pequena felicidade que ela nos proporcionou. Está sendo impossível falar dela e segurar as lágrimas ao mesmo tempo. Livros sobre doenças não foram feitos só para as pessoas entenderam mais sobre elas, foram feitos para sermos mais sensíveis, empáticos e mais humanos, podendo esperar qualquer surpresa da vida, desde que estejamos preparados.
“Muitas coisas não são prováveis. Tudo é possível”.
A Seguinte teve um grande cuidado na composição do livro, essa capa está tão linda e achei mais bonita de todas, se comparada com as dos outros países; é delicada e simbólica com cores que mostram uma sensibilidade e espiritualidade. Para completar, a diagramação ficou confortável com espaçamento e letras grandes; a revisão está ótima e a tradução da Flávia Souto Maior ficou incrível, deixando a história tão próxima de nós.
Se você gosta de livros com histórias comoventes e inesquecíveis, vai amar O livro de memórias da Sammie, que promete te fazer rir, divertir e se emocionar.
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