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Resenha: Sou Fã! E agora?

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Título: Sou Fã! E agora?
Autora: Frini Georgakopoulos
Editora: Seguinte
ISBN: 9788555340154
Ano: 2016
Páginas: 160
Compre: Aqui

Sinopse:

Com uma linguagem rápida e divertida, este livro é uma mistura de artigos breves e atividades interativas que te convidam a refletir e discutir o que todos nós, fãs, mais amamos: as histórias.
Escrito por uma fã de carteirinha, “Sou fã! E agora?” faz um verdadeiro raio X da literatura jovem adulta, analisa os principais elementos das narrativas e a relação intensa que se desenvolve entre os fãs e as histórias. A autora ainda dá algumas dicas valiosas para você conseguir extravasar todo o seu amor, como criar seu próprio cosplay, escrever uma fanfic, organizar um evento, começar um blog ou canal e muito mais!

Resenha:

Estava prestes a compraro livro Sou Fã! E Agora?, porém, soube a tempo que a Companhia das Letras havia nos enviado o livro. Claro que tentei arrumar ao máximo um tempo na lista de leituras para lê-lo, já que conheço a Frini por seus eventos e gostaria de ver como é a sua escrita. O resultado foi o melhor de todos. Quer saber como?

Antes de iniciar a leitura, Frini fala sobre a proposta do seu livro e em como temos que ter orgulho de ser fã e explica o que é ser também, com uma bela citação do John Green e outras explicações que achei muito legal para quem é fã ou não sabia que era. Além disso, dá um gás para descobrir o que mais tem nas seguintes páginas. Então já aviso para prepararem-se para dar boas risadas e divertir-se ao máximo e no final sentir-se um superfã e feliz consigo mesmo.
“Quando a gente pega um livro YA para ler, sendo adolescente ou não, a sensação é de botar as coisas no eixo”.

Nos primeiros capítulos, a autora fala de um assunto interessante e que vejo ser muito importante para os leitores que é: Young Adult(YA) ou New Adult? Quais as diferenças entre esses dois, o que abordam, seus objetivos, os preconceitos que sofrem e como é comum ler mais esse gênero. Eu confesso que não sabia muito bem diferenciar eles, mas as explicações simples que ela deu foram as melhores e agora posso falar com segurança desses dois gêneros e concordar com ela: YA é um dos melhores gêneros que podemos ler, por ser nostálgico para quem já está na fase adulta ou para nós nos identificarmos com os personagens e perceber que tem uma saída para os problemas que talvez enfrentamos.



Um tema interessante que é abordado no livro é sobre a angústia jovem; aquele sentimento de desespero, medo, ansiedade... sentimentos que os jovens têm. É acompanhar a jornada do personagem e ficar enlouquecendo com o que está acontecendo, ou identificar o que ele está passando e sentir na pele, torcer para que ele se dê bem no fim. Afinal, não é justo passar por tantas dificuldades e não ter um final feliz, não é mesmo? Isso, meus caros amigos, é a angústia jovem que sentimos aos lermos histórias com esse tom narrativo.
“É difícil falar de vilões sem entrar no grande porquê de eles serem como são”.

Outro ponto que é debatido é sobre o que é ser vilão – mencionei sobre isso ao falar do livro O Evangelho de Loki– e parafraseou a frase de Anne Rice: “Maldade é apenas um ponto de vista” e não achei uma frase melhor do que essa para explicar o que andei percebendo com os vilões como Loki, O Governador, Negan, Coringa e outros. Normalmente, o personagem é vilão por não realizar o que o herói não concorda, ou por escolher fazer o certo por linhas tortas, ou por vingança ou apenas por prazer mesmo e vários outros motivos. Uma pessoa não escolhe o caminho do mal por ser mal e sim porque encontrou-se melhor nesse caminho. Li uma frase parecida com essa citada em um dos meus livros favoritos de The Walking Dead. É por que nós gostamos tanto desses personagens? Talvez seja porque eles são o reflexo do nosso lado sombrio, por conseguirem fazer o que nós temos medo das consequências.

A cada página lida, sentia-me conectada com o que a autora falava, a cada capítulo voltava a sentir as sensações que senti ao ler aquele livro favorito, ver aquele personagem que você tanto gostava morrer, de ler um final triste, ver um final feliz de uma história trágica, relembrar aquela história que a gente tanto ama e ter vontade de reler. Ainda exemplifica, de uma ótima forma, o que eu achava que só eu sofria, ou porque identificava-me tanto com a jornada do herói, sabendo exatamente o que o leitor sente.


“Se o livro nos leva para Hogwarts ou para outro lado da rua, não importa. O importante é a viagem e como voltamos diferentes dela”.

Conversa sobre o preconceito literário, que todo leitor enfrenta ou enfrentará, ainda mais aqueles que são autores de gêneros sofrem preconceitos como o chick lit, erótico, drama e os que possuem clichês. E sim, todos nós somos preconceituosos, mas a diferença é que tentamos extingui-los aos poucos. Esse ano mesmo acabei com meu preconceito contra youtubers que são autores ao ler o livro O Amor nos Tempos de #Likes e Boa Noite da Pam Gonçalves – que é citada pela Frini também –, e aos poucos vou tentando acabar com alguns. Eu acho que tudo o que devemos fazer é pesquisar qualquer coisa antes de julgar e ainda ter cuidado ao fazer os julgamentos.
 “Não importa se a história é a mesma: nós não somos”.

Uma coisa que sempre achei incrível e impressionante é o quanto somos capazes de absorver o que o autor escreve nas entrelinhas, às vezes até fico divagando se entendi realmente certo, mas o que percebi é que cada leitor tem uma interpretação diferente e muitas vezes vai além do que o autor imaginava. Fala também como às vezes adivinhamos o final na metade do livro, quando muitos descobrem só quando o fim acontece; isso tem nome: prenúncio. Não conhecia a expressão, mas agora faz todo o sentido para mim, o que me faz querer ler com mais atenção os livros, principalmente os de suspense.


“A cada obra, as páginas se assemelham mais e mais ao nosso dia a dia e isso é incrível Não vivemos apenas um conflito e ter noção disso é como poder  enxergar além das águas turvas”.
Quem gosta de Harry Potter vai amar as citações que são feitas nos capítulos e pode até seguir a linha de raciocínio da autora. Senti nas páginas o quanto Frini é apaixonada e ama esse universo de bruxos que tanto conquistou e ainda conquista as pessoas. Claro, tem outras referências e citações feitas nos livros que deixarão os fãs bastante felizes e entusiasmados com a leitura.

Frini dá dicas e orienta as pessoas que querem criar um Blog, Vlog ou realizar eventos e acaba incentivando quem tem esses desejos. São meios que podem ser divertidos e até conseguir mais leitores, divulgar aquele livro que você acha um absurdo as pessoas não conhecerem ou lerem, falar dos livros que lê ou até expor seu amor por seus personagens ou livros favoritos e falar da Literatura, claro. Talvez suas dicas sejam aquela forcinha que precisava e ninguém dava ou ajudava.
“Ser fã é amar e sofrer e se empolgar e esperar e sofrer mais um pouco e sorrir e chorar e esperar de novo...”


Com uma linguagem divertida e descontraída que só a Frini possui, nos traz assuntos que talvez muitos não conhecem, explica sobre alguns gêneros, fala sobre fanfics e muitos temas interessantes de se ler. É um livro que desperta, talvez até eleve o nosso lado fã e fica impossível não relembrar as histórias que lemos com tanto amor com as atividades interativas que ela propõe. Acima de tudo, a obra nos faz sentir aquele orgulho de ser fã e você pode ser fã do que quiser.

A Seguinte fez um excelente e lindo trabalho ao criar essa capa que expressa a maioria do que amamos, uma diagramação tão caprichada e deslumbrante e a revisão ficou impecável. Agradeço a Editora por ter enviado o livro. A obra está linda e os leitores precisam, definitivamente, ter em suas estantes.




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