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Resenha: Sociedade da Rosa

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Título: Sociedade da Rosa
Autora: Marie Lu
Editora: Rocco Jovens Leitores
ISBN: 8579803071
Ano: 2016
Páginas: 336
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Sinopse

 A sociedade da Rosa é o segundo volume da saga de fantasia medieval Jovens de Elite e mostra a jovem Adelina Amouteru com sede de vingança. Depois de ser renegada pela família, ela é traída por aqueles em quem confiou, e parte em busca de outros malfettos— sobreviventes da febre do sangue que, como ela, possuem dons fantásticos —, para formar um exército próprio e combater a Inquisição do Eixo. Mas o ódio e o medo que a alimentam podem levá-la por caminhos perigosos, e uma oferta tentadora vai testar a verdadeira natureza dos seus poderes e de sua personalidade. Uma sequência de tirar o fôlego para uma saga épica.

Resenha do livro anterior:

Resenha:

“Algum dia, quando eu não for nada além de poeira e vento, que lendas vão contar sobre mim?”

Ainda estou estarrecida e sem palavras para descrever esse livro. O que foi Sociedade da Rosa? Eu ainda não sei explicar muito bem, só sei que estou abalada com a escrita da Marie Lu e como desenvolveu a sequência. Esperem um livro épico; vou tentar transcrever o que foi ler essa coisa magnífica. Confira abaixo.

Não estou sabendo lidar com essa continuação, Jovens de Eliteterminou de uma forma totalmente alucinante e abrasadora, com um epílogo que me deixou sem fôlego, juntamente com os inúmeros acontecimentos aterradores e com as descobertas de Adelina sobre os Jovens de Elite, os Punhais, os planos de Giulietta, irmã de Enzo.

Depois dos últimos acontecimentos no livro anterior, Adelina está sozinha, sem amigos e apoio, sua única companhia é sua irmã. Os Punhais  traíram-na, toda a confiança que tinha dentro de seu coração desmoronou, tornou-se mais desconfiada, e para alguém ganhar sua confiança, vai ser um trabalho árduo. Violetta parece ser a única que a compreende, confia em suas ações mesmo quando são erradas. Infelizmente Adelina tem caminhado por linhas tortas mesmo quando os motivos são os corretos e sua sede por poder torna-se mais forte nessa nova jornada.


“Quando você está sozinho em um mundo que o odeia e teme, quer encontrar outros como você. Novos amigos. Amigos de elite. Amigos que podem ajudá-lo a construir sua própria sociedade.”

Rejeitada de uma maneira injusta pelos Punhais, Adelina decide criar seu próprio grupo que almejam os mesmos ideais que ela e não a julguem pelas suas ações, assim é criada a Sociedade da Rosa – quem leu o primeiro livro entenderá a referência do nome. Dessa vez serão novos jovens de elite fortes e outros integrantes inesperados que serão seduzidos pela capacidade de poder e ambição da personagem.
“É bom ser poderosa. Ver os outros se curvarem à sua vontade. Imagino que deve ser assim que reis e rainhas se sintam com apenas algumas palavras, podem iniciar uma guerra ou escravizar um povo inteiro.”

Adelina ainda está perturbada e mais instável com os acontecimentos anteriores, seu coração está despedaçado e tenta lutar contra as trevas que tentam dominá-lo, as vozes estão sussurrando coisas sombrias, por mais que tente, acaba perdendo-se em seu poder que tem crescido de maneira assombrosa e impressionante. As consequências são as piores possíveis; além de lutar contra a Inquisição e tentar derrubar seus governantes, tem que lutar consigo mesma. Para agravar a situação, uma pessoa aparece em sua vida para despertar sua ruína e aumentar seus pesadelos, ilusões e sofrimentos. Fiquei desesperada e tentando ter esperança de que tudo ficaria bem e que ela não podia sofrer tanto… Estava completamente enganada.


Conheceremos um pouco mais sobre a história de Rafaelle, como conseguiu sobreviver a febre, como tornou-se acompanhante de luxo; sabemos mais sobre sua família e outras informações sobre o mistério que aconteceu com o irmão de Maeve e Lucent. Cada vez mais ficava maior a curiosidade e ficava louca pra saber o motivo e porque a jovem de elite culpa-se tanto pelo o que aconteceu.

Há dois grupos tentando se reerguer para destruírem a Inquisição e derrubar seus governantes de Kenetra. De um lado temos os Punhais, com novos integrantes e novo apoio que promete surtir um grande impacto e propósitos perigosos; no outro temos as Rosas, que está criando uma fama, recrutando novos integrantes e conseguindo realizar seus propósitos com mais audácia e ambição, um grupo mais letal e perigoso. Dois grupos com o mesmo objetivo, mas com meios inteiramente diferentes.

Novos personagens aparecem, alguns notáveis e impressionantes, entre eles está Magiano, um jovem de elite habilidoso e ardiloso, seu poder foi um dos melhores que já vi até agora. Além disso, entrou para a lista dos meus personagens favoritos; não tem como resistir a uma pessoa sarcástica e audaciosa. Suas provocações são as melhores e o alvo não poderia ser o melhor: Adelina. Esses dois vão nos proporcionar diálogos engraçados e situações mais tensas e angustiosas, e parece que o jovem é o único que pode trazer uma calma que a personagem nunca experimentou.

Teren ainda se sente humilhado por causa dos Punhais, pelo que fizeram com ele pelo ódio e nojo dos malfettos. Depois das humilhações que sofreu, sua ira está maior e sua sede por vingança e morte está insaciável; mesmo o grande feito e sucesso que teve não foi suficiente para aplacar todos esses sentimentos e acaba perdendo a cabeça em muitos momentos. Sua ousadia e ciúme serão fortes indícios para sua queda e fracasso na Inquisição, o que acaba trazendo drásticas consequências. Por mais odiável que esse personagem possa ser, não consigo odiá-lo por muito tempo, consigo sentir é muita pena e tristeza ao ver como a obsessão pode transformar alguém.

“O que há de tão especial em ser boa?”

“Você não tem tanto controle quanto acredita”. Infelizmente, Adelina parece piorar com seu domínio sobre seu poder, que é mais sombrio do que aparenta. Fica difícil controlar os sussurros que parecem entender exatamente o que ela precisa para crescer e conseguir alcançar seus objetivos de uma forma nada correta e a jovem acaba perdendo-se um pouco no seu orgulho e ambição. Acaba sendo triste você ver sua personagem favorita sucumbindo ou inclinando para ter um destino triste e doloroso.

Estava receosa para terminar a leitura, faltando menos de 100 páginas estava com medo do final, do que poderia acontecer e se minhas suspeitas e temores iriam concretizar-se, Adelina estava fazendo-me enlouquecer e surtar com suas decisões. A angústia que sentia era tanta que não conseguia largar o livro por nada, estava vidrada pela jornada da personagem e com um sentimento ambíguo quanto a querer ou não ler o final, minhas esperanças ainda mantinham-se firmes.

Uma verdade aterradora é revelada nas últimas páginas, estremecendo e abalando tudo que Adelina acreditava com a posse de seu poder, com as vitórias que conquistou ou pretender alcançar. O preço para obter a paz  é bastante alto para qualquer um, a jovem não consegue acreditar e acaba fazendo uma grande besteira que irá se arrepender. Adelina seria capaz de abrir mão de seu bem mais precioso?


“O medo motiva, mais do que o amor, a ambição ou a alegria. O medo é mais poderoso do que qualquer outra coisa no mundo. Passei muito tempo ansiando por essas coisas – amor, aceitação – de que na verdade não preciso. Não preciso de nada, exceto a submissão que vem do medo. Não sei porque levei tanto tempo para aprender isso.”
Sem sombras de dúvidas, esse foi o livro mais sombrio escrito pela Marie Lu, se eu achava Jovens de Elite doloroso, esse é mil vezes pior! Adelina não consegue ter um descanso ou ser feliz por muito tempo, a loucura, a sede por poder e seu papel como vilã só crescem, e essa esperança que carrego só diminui à medida dos últimos capítulos brutalmente lancinantes e torturantes. Como estou sentindo-me horrível e com o coração pesado com o último capítulo, não foi preciso nem de um epílogo para deixar-me sem palavras e querendo abraçar a autora, mesmo ela esmagando minhas emoções e sentimentos. Ler na visão de uma “vilã” é pior do que pensei, é muita tortura, dor, sofrimento e angústia, a gente realmente vê como são feitos os vilões e porque escolhem o caminho errado. Esse livro teve uma negatividade enorme e muitas tragédias, não sei o que esperar do terceiro livro, talvez tenhamos a queda da Adelina – o que não vou suportar ler – ou finalmente um final feliz, mesmo  com essa história trágica. A esperança vai ser a última a morrer no desfecho da série – assim espero.

Fiquei impressionada em como devorei o livro, pelo tamanho pensei que não conseguiria ler mais de duzentas páginas em poucas horas, mas eu consegui. Não sei se foi porque a escrita da Marie Lu tem esse poder de prender o leitor até quando ele é vencido pelo sono ou cansaço, mesmo quando achamos um capítulo menos frenético, – difícil, mas possível. A questão é que você pode tentar enrolar pra ler, mas não vai conseguir. Eu tentei mas não resisti e agora vou ficar agoniada e ansiosa para o próximo livro.

A Rocco está de parabéns, fez um incrível trabalho na composição desse livro. A capa está linda e esse alto relevo nas letras ficou um charme à parte – às modificações que fizeram ficaram ainda melhores. A diagramação perfeita, a tradução da Rachel Agavino ficou impecável e a revisão ótima.

Se você amou Jovens de Elite e estava sentindo falta da escrita da Marie Lu, prepare-se para fortes emoções e finais abrasadores. Essa sequência é para acabar com qualquer dúvida que você ainda tenha de que essa saga épica não pode ser melhor e superar-se a cada livro.



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