Título: O Cair da Máscara
Autor: Grupo Utopi4
Editora: Independente
Ano: 2016
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Sinopse:
“As sombras nos encobrem para que o dia possa nascer.”
Eternia. Um mundo onde a magia é poderosa. Um lugar em que habitam lobos, sereias, anjos, demônios, vampiros e caçadores. Um mundo com mistérios a serem revelados. Um local em que guerras encobertas são travadas e um Príncipe vampiro procura destruir a máscara que oculta a existência dos seres da noite. Um mundo que precisa ser salvo. Os Guardiões da Noite são o ponto de equilíbrio desse lugar, mas o que fazer quando tal milícia sofre inúmeros ataques?
A humanidade está à beira da extinção e apenas os Guardiões podem evitar. Uma aventura em que dragões despertam, gigantes mostram seu poder e elfos barganham por segredos.
Quanto você estaria disposto a acreditar depois de saber a verdade?
Resenha:
Ao receber o livro O cair da máscara e perceber que o livro tinha quase 900 páginas, confesso que fiquei temeroso. Sempre tive a ideia que o tamanho do livro é diretamente proporcional a uma promessa do autor ou autores. Se um livro é gigante, a sua promessa também é. O meu temor era enfrentar todas essas páginas e não encontrar o que procurava. Contudo, felizmente, o temor era infundado. Ao contrário, surpreendi-me positivamente com a obra. Os motivos? Conto abaixo.
O livro começa com um ataque dos canitas – uma espécie de vampiro. Era um dia de festa, bebida e comemoração, então todos os aldeões estavam animados. Contudo, quando eles menos imaginavam, o mal ressurge das sombras com as presas prontas para sugar o sangue daqueles que não tinham como se proteger. Contudo, um dos homens daquele lugar luta com braveza. Sozinho ele seria vencido, porém, felizmente, ele não estava abandonado à própria sorte.
Tão inesperadamente quanto o surgimento dos canitas, acontece a aparição dos Guardiões da Noite. Eles lutam ferozmente para preservar a integridade daquelas pessoas e minimizar o sangue derramado. A defesa é feita com sucesso, porém, aquele episódio estava longe de ser isolado. Uma grande batalha estava prestes a ser travada. Um Príncipe Vampiro precisava ser detido. A humanidade precisava ser preservada. A verdadeira guerra estava ainda por começar.
“Uma guerra é uma guerra, lembre-se de que é da natureza humana viver em conflito, a matança equilibra o ciclo, pessoas morrem, outras nascem. Não há nada mais comum. É como uma balança” (p. 28).
Partindo dessa premissa, o grupo utopi4, autor desse livro, cria um enredo rico, forte e altamente inteligente. A magia é construída de uma maneira natural, proporcionando uma leitura que envolve e prende o leitor. Isso, aliado a uma escrita leve, algo raro em livros fantásticos, faz com que as páginas se virem sozinhas.
Contudo, apesar da agilidade da trama e da boa escrita, o número grande personagens e tramas pode fazer com que o leitor tropece no primeiro momento. Nas páginas iniciais, há a apresentação de personagens, da fantasia que envolve o livro e dos aspectos bélicos e políticos. Isso deixa o leitor um pouco perdido no primeiro momento, entretanto, após entender bem como tudo “funciona”, a leitura flui muito bem. Também é de grande ajuda para o mais rápido entendimento da obra o mapa e as informações extras que aparecem antes do início do enredo, pois auxiliam na compreensão da natureza dos conflitos e dos personagens.
Aliás, falando em personagens, eles são outro ponto forte da trama. São muitos e de personalidade e natureza bem distintas. Contudo, um ponto eles têm em comum: são bem construídos. Os autores do livro souberam trabalhar cada um deles, dando foco em suas histórias, vivências e experiências. Isso gera uma narrativa sólida e verossimilhante. Além disso, há também um foco em personagens femininas, feito da maneira complexa, algo não tão comum em livros fantásticos.
“– Você merece toda a dor do mundo, necromante. Mas terá apenas uma parte dela. – dizendo isso a Cavaleira deixou seus caninos sobressalentes e cravou-os na jugular do necromante. A luz o invadiu fazendo fumaça sair de seu ser. O sangue negro dele era sugado por ela até ser totalmente drenado” (p. 858).
Quanto à parte física, há alguns pontos que precisam ser levados em consideração numa próxima edição. As folhas, por serem brancas, aliadas à fonte não tão grande, acabam cansando a vista após muito tempo de leitura. A revisão também pecou em alguns aspectos; apesar de não atrapalhar o desenvolvimento da obra, um livro tão bom certamente merece receber um tratamento melhor. Porém, nenhum desses aspectos deve ser empecilho para a leitura da obra, pois cada página vale a pena.
Em suma, O cair da máscaraé uma obra muito boa, com um ótimo aproveitamento da mitologia envolvida e excelentes personagens. Sem dúvidas, vale a pena conferir o trabalho do grupo.
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