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Resenha: Macbeth – Mangá Shakespeare

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Título: Macbeth – Mangá Shakespeare
Autor: William Shakespeare
Ilustrador: Robert Deas
Editora: Galera Record
ISBN: 9788501105790
Ano: 2016
Páginas: 216
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Sinopse:

Macbeth chega à coleção que combina o estilo do mangá japonês e Shakespeare. “Salve, Macbeth, que será rei!” Com esta enganadora profecia, três feiticeiras plantam a semente da ambição criminosa na alma do chefe guerreiro Macbeth. Incitado por Lady Macbeth, sua esposa, ele embarca numa orgia assassina contra velhos amigos e rivais, até a confrontação final, quando percebe, muito tarde, que as feiticeiras o iludiram. Nesta versão da narrativa shakespeariana de assassinato e sobrenatural, guerreiros samurais recuperam um mundo pós-atômico de mutantes.

Resenha:

Quando o mangá Macbeth chegou às minhas mãos, confesso que estava em um misto de ansiedade e medo. Ansioso porque Shakespeare é Shakespeare, não são necessárias mais explicações; o medo era pela adaptação, pelo receio que tivessem deturpado a obra do escritor inglês. Felizmente, o receio era infundado. Não apenas, encontrei uma adaptação sensacional, perfeita para crianças e adolescentes. O motivo? Conto logo abaixo.

Em um futuro pós-apocalíptico, vive Macbeth, um guerreiro samurai forte, valoroso e que ajuda seu líder e rei com todas as suas forças. Após uma das batalhas, onde ajudou na vitória de seu rei, ele encontra feiticeiras que lhe dão o seguinte recado: serás rei. Macbeth fica entre a descrença e a surpresa; não havia como subir ao trono. A não ser que...


Pouco tempo depois, Macbeth galga postos, ficando apenas abaixo do seu rei. Com isso, sua esposa, Lady Macbeth, o incita a organizar um golpe de estado, onde ele mataria o seu líder e colaria a culpa em outro. Desta forma, tornando-se rei e cumprindo a profecia. No primeiro momento, o samurai renega tão ação, visto que era um homem de princípios. Contudo, a ganância toma conta de si e ele cai em desgraça, matando aquele que jurou defender. Contudo, nem sempre as profecias são o que parecem...

“Queres ser grande, mas sem jogar falso, porém sonhas ganhar de qualquer modo. Terás que agir tal como agir não queres” (p. 52).

Com essa premissa, encontramos uma ideia bem próxima do original do Shakespeare. Há uma mudança de cenários, mas todo o resto encontra-se inalterado. Ademais, as falas dos personagens do mangá são retiradas, muitas vezes, do original, sem qualquer alteração. Isso dá uma sensação de estar “realmente lendo Shakespeare” e não uma adaptação com samurais musculosos e com vontade de sangue.

Os bons personagens da obra original também permanecem nessa adaptação, inclusive com os mesmos nomes. Eles são profundos e bem trabalhados, tornando-se factíveis. O aspecto visual também ajuda demais nesse aprofundamento, pois além de sentirmos as dúvidas e anseios, também os vemos estampados nos rostos dos personagens.


Aliás, isso só acontece porque os traços das ilustrações também são excelentes, precisos, dando ao trabalho o ar de um verdadeiro mangá, mostrando-se uma boa intertextualidade entre as duas artes: o quadrinho japonês e a literatura clássica ocidental. Essa união, muito bem realizada, gera uma leitura rápida, prazerosa e altamente envolvente. Se por um lado “ameniza” a intensidade da literatura de Shakespeare, por outro, abre portas para novos leitores.

“Aqui há punhais nos sorrisos dos homens” (p. 98).

Exatamente por isso, vejo nesse livro uma grande oportunidade pedagógica e de inserção na literatura. Parece-me improvável fazer um adolescente de doze anos ler Shakespeare por conta própria; contudo, um mangá de um guerreiro samurai é muito mais possível. Além de ser uma porta para literatura como um todo, também é uma inserção bem interessante do leitor no universo dos clássicos. Existe uma grande possibilidade do adolescente/jovem que desbravar essa obra se interessar pelo original.

Em relação à parte física, também me restam apenas elogios. Macbeth possui uma capa atrativa e que já mostra bem o que iremos encontrar na obra. A diagramação, revisão e tradução estão perfeitas, fazendo com que o leitor tenha uma aventura muito agradável.

Em suma, Macbethé uma excelente adaptação do clássico para o universo juvenil, mostrando-se uma excelente ferramenta de inserção dos jovens na literatura. Uma obra, sem dúvidas, indicadíssima!

Outras fotos:







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