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Resenha: Inferno no Colégio Interno

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Título:Inferno no Colégio Interno
Autor:Lemony Snicket
Editora:Seguinte
ISBN:9788535902747
Ano:2016
Páginas:200
Compre:Aqui

Sinopse:

Nada de aventuras emocionantes com final feliz: Violet, Klaus e Sunny Baudelaire são legais e inteligentes, mas a vida deles está repleta de má sorte e infelicidade. Neste livro, os órfãos mais azarados do mundo enfrentam caranguejos que mordem, exames hiper-rigorosos e os castigos duríssimos de um internato. O colégio se transformou em mais um desastroso episódio de suas vidas horríveis. Desta vez, eles precisam escapar de fungos gotejantes, assistir a recitais de violinos, domar o sistema métrico e sobreviver a exercícios de D.O.R. Violet, Klaus e Sunny têm o poder de atrair desgraças. Quem gosta de histórias alegres não deve nem abrir este livro, avisa o autor, pois as histórias de dos Baudelaire são sempre uma desventura pior do que a outra.

Resenhas anteriores:

Resenha:

Está sendo difícil ler essas desventuras sem ficar cada vez mais apegada e sendo mais iludida sobre a vida dos Baudelaire; é sério, cada vez mais fico surpresa com as desgraças e infortúnios que os órfãos passam e também fico completamente vidrada com a história, sendo impossível largá-la. Quer saber o motivo? Confira abaixo.

Depois de tantas experiências ruins com todos os tutores, Sunny, Klaus e Violet vão para um colégio interno; eu achava que agora seria um pouco mais tranquilo e pacífico, mas estava redondamente enganada. O vice-diretor do colégio é um homem antipático, grosseiro e muito, mas muito egocêntrico em relação ao seu “talento” com violino, como disse o pai das crianças uma vez: “Não há pior som no mundo do que o de alguém que não sabe tocar violino mas insiste em tocar, seja como for”. Nero é um péssimo violinista, e o pior é que é tão convencido que acha que ninguém sabe apreciar sua arte, tornando-se uma pessoa é completamente arrogante e ingênuo.

Se eu já tinha odiado Nero por tratar tão mal às crianças, odiei também Carmelita Spats, ô garotinha mais nojenta e sem educação, além do mais, é muito mimada pelas pessoas ao seu redor que têm medo de seu bullying, além disso, é uma pessoa tão cruel em suas atitudes e palavras que, em um primeiro momento, consegue afetar os Baudelaire, mas graças aos trigêmeos Quagmire, Duncan e Isadora, são acolhidos e conseguem novos amigos depois da morte de seus pais.

Os irmãos Quagmire, com toda certeza, são o destaque do livro para mim; depois que eles aparecem, consegui avançar com mais rapidez as páginas, fiquei apaixonada por esses dois, já ganharam um lugarzinho no meu coração. Isadora e Duncan são crianças sensíveis, carinhosas e inteligentes iguais aos Baudelaire, e as coincidências não param, seus pais também morreram em um grande incêndio e são possuidores de uma grande fortuna. A coragem que esses dois possuem em defender e arriscar-se para proteger e salvar o trio é impressionante e admirável, já que Conde Olaf novamente aparece em um novo disfarce.

Conde Olaf usa o disfarce de professor de ginástica chamado Genghis, e consegue esconder suas características marcantes em vestimentas e desculpas tão ridículas que eu não sei se ria ou sentia raiva; é claro que dessa vez não poderá passar tanto tempo perto dos Baudelaire, mas não esperaria menos de suas maldades quando aplica exercícios de Disciplina para Órfãos Rápidos ou como gosta de chamar D.O.R para Violet, Klaus e Sunny.
“O simples fato de um comportamento ser tradicional não justifica que se deva segui-lo, é claro”.

Quando penso que a vida dos Baudelaire pode melhorar ao menos um pouquinho, sou completamente acordada dessa ilusão, pois os avisos do Lemony Snicket são sérios. O lugar onde eles vão dormir é deplorável e terrivelmente desconfortável, além disso, as regras da Prep Prufrock são ridículas, severas e até desumanas, como por exemplo: Se você se atrasar para o café da manhã/almoço/janta terá que comer sem os talheres ou sem copo. Os professores são os mais incomuns possíveis; um parece um macaco por comer tanta banana em um dia e contar histórias mais aleatórias possíveis, e a outra é fanática por medição, mandava seus alunos medir cada objeto surreal.

Todas essas adversidades, tédios e o perigo do Conde Olaf à espreita fizeram os irmãos Baudelaire mais unidos, tanto entre eles quanto com Duncan e Isadora – esses  proporcionaram momentos apaziguados e confortáveis diante de tantos problemas. A curiosidade deles quanto aos planos do vilão eram grandes: o que ele queria fazer com os exercícios de D.O.R?  Onde estava seus capangas? Será que dessa vez conseguiram frustrar os planos do pérfido sem machucar ninguém?

Sr. Poe é um personagem que cada vez mais se torna irritante pela sua incapacidade de ser útil, por sempre falar ou constatar o óbvio ou de sempre querer chamar a polícia quando claramente não chegará a tempo de prender o Conde Olaf. Depois de quatro disfarces, ainda continua duvidando da palavra das crianças, que conseguem enxergar o Conde Olaf em qualquer disfarce. Sério, toda vez que isso acontece, fico irritada e querendo xingar, com todas as ofensas possíveis, o sr.Poe.

Finalmente, os mistérios que acontecem na vida dos Baudelaire começam a aparecer, já que os trigêmeos Quagmire tem muito em comum com os órfãos e, além disso, Duncan e Isadora descobrem algo terrível sobre o Conde Olaf, que infelizmente não sabemos muito bem, mas descobrimos que a sigla C.S.C é algo de bastante importância na vida deles e precisam encontrar o significado.

Essa história foi, sem dúvidas, a mais triste e angustiante que li até o momento. Terminei o livro querendo chorar e sendo incapaz de conseguir, porque a angústia chegava a sufocar tanto que não conseguia fazer outra coisa. Ao escrever um pouco sobre essas desventuras, as lágrimas caem, principalmente ao relembrar do infeliz desfecho dessa nova onda de desgraças, e mais uma vez o Conde Olaf destruindo e acabando com a felicidade dos Baudelaire.

Eu acho genial e até engraçado a forma como Snicket descreve as desventuras de Violet, Klaus e Sunny, porque uma hora ele está nos contando nos mínimos detalhes sobre a história e, subitamente, conta uma coisa nada a ver, mudando o rumo da história e deixando-me aflita pelo o que vai falar em seguida. Em todos os livros há vários momentos que o autor pede para largar a história e imaginar que terminou bem ou fingir que não cheguei a ler, mas é impossível, porque a gente que é leitor gosta de sofrer e já aceitou esse fardo, que digo a vocês que não está sendo fácil.


Estou lendo aos poucos os livros, pois são muitas tragédias para ler de uma vez e o mal sempre está se dando bem no final. Porém, aos poucos, também consigo refletir melhor sobre os Baudelaire e a entender sobre suas vidas.

A Editora Seguinte fez um belo trabalho e vocês precisam ter esse box lindo em casa, a tradução do Carlos Sussekind ficou impecável, a revisão está excelente e a diagramação... nem preciso comentar, né? Simplesmente linda! As ilustrações do Brett Helquist estão sensacionais.

Se você continua querendo saber mais sobre as desventuras de Violet, Klaus e Sunny, não sei como consegue dormir sabendo dos infortúnios e tristes finais que os irmãos estão tendo até o momento; não posso impedi-lo de continuar a ler, mas posso alertá-lo de que essa história talvez seja, até o momento, a mais cruel e angustiante.





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