Quantcast
Channel: Desbravador de Mundos
Viewing all articles
Browse latest Browse all 1532

Resenha: O Pecador

$
0
0
Título: O Pecador
Autora: Tess Gerritsen
Editora:Record
ISBN: 9788501066947
Ano: 2011
Páginas: 370
Compre: Aqui

Sinopse:

Tess Gerritsen está de volta em mais um suspense de arrepiar, após o estrondoso sucesso de "O Cirurgião" e "O Dominador". Jane Rizzoli se une à médica Maura Isles, na pista mortal de um crime aterrador. Os corpos de duas freiras, vítimas de violência brutal, são encontrados dentro dos muros sagrados de um convento. Após a autópsia descobre-se que uma das freiras mortas dera à luz antes de ser assassinada. À medida que segredos há muito esquecidos vêm à tona, uma descoberta sobre a identidade do assassino revela-se perturbadora.

Resenhas anteriores:


Resenha:

Os livros da série são independentes, logo, a resenha não contém spoiler das obras anteriores.

Rizzoli não faz o tipo de policial que descansa; ao contrário, ela é uma caçadora nata, fareja a menor inconstância nos fatos e vai até o fim para descobrir o que realmente aconteceu. Nesse novo livro, esse esforço será mais uma vez necessário, afinal, um crime muito estranho aconteceu: um assassinato em um convento. Certamente aquilo não era um crime qualquer, ela sabia; porém, quais eram as peças que faltavam ao jogo?

Durante a autópsia, a doutora Isles faz uma descoberta ainda mais chocante: a freira assassinada esteve grávida até pouco tempo antes. As questões começam a ficar mais complexas: será o pai o assassino? Aliás, como uma freira, que vivia enclausurada, engravidou? Onde estaria a criança? São perguntas demais e a ordem religiosa parece não ter resposta para nenhuma. Em um trabalho como esses, só duas mulheres poderosas poderiam ir além do óbvio: Rizzoli e Isles.

Partindo dessa premissa, Tess cria mais um suspense envolvente, que prende o leitor do começo ao fim. Entretanto, diferente dos livros anteriores, onde tínhamos assassinos em série, aqui temos um caso mais cotidiano, apesar de não menos complexo. Isso não muda muito o estilo da escrita da autora, apesar de fazer a série perder um pouco daquela loucura viciante original. Contudo, o livro é longe de ser chato, até porque algumas características marcantes continuam presentes: a escrita ágil, apesar de detalhada e profunda; os procedimentos policiais bem explicados e os bons personagens.
“(...)Maura sabia quão ilusória eram as noções de segurança. As estradas do subúrbio tanto podiam ser atravessadas por vítimas quanto por predadores. Sua mesa de autópsia era um destino democrático: não descriminava donas-de-casa do subúrbio” (posição 1566).
Novamente, aliás, os personagens são o ponto alto do livro. Rizzoli e Isles roubam a cena sem qualquer dificuldade, principalmente esta, que ganha mais holofotes dentro da série, tanto no seu lado profissional quanto pessoal. Isles, que antes era simplesmente uma excelente legista, agora ganha corpo e alma; sua história é contata e a alcunha “rainha dos
mortos” começa a fazer mais sentido. Esse elemento, inclusive, é essencial para a trama, visto que muitas surpresas aparecerão e estarão diretamente ligada à doutora.

Rizzoli, por sua vez, mantém as suas características de sempre; a autora, porém, aprofunda ainda mais o lado psicológico. A detetive continua sendo uma mulher dura, batalhadora e muito aguerrida. Mesmo quando o lado pessoal desmorona, ela não deixa o lado profissional cair. Essa característica, entretanto, se tornará um peso para ela, algo que, apesar da dificuldade de carregar, ela dificilmente assume.

Outro ponto interessante do livro é o levantamento de questões que permeiam o universo feminino, como a necessidade da mulher, muitas vezes, ter que se impor para ser respeitada; fala da dupla, algumas vezes tripla, jornada de trabalho que é imposta às mulheres. Além disso, a obra também toca em pontos como aborto e liberdade reprodutiva, elementos que raramente aparecem em obras escritas por homens.
“Tudo é um jogo, e o amor é o maior de todos” (posição 2794).
Em relação aos aspectos visuais, esse livro é superior ao anterior. A capa é bem mais bonita do que a do segundo livro, tendo um aspecto sombrio e sendo chamativa. A diagramação do e-book é boa, assim como a revisão e tradução. 

Em suma, O Pecadoré uma ótima continuação da série. Apesar de não ser alucinante como as obras anteriores, visto que não há um vilão desvairado, o livro cumpre muito bem o seu papel e traz bons elementos. Recomendo!



Viewing all articles
Browse latest Browse all 1532